Walter Gomes
Centro de Estudos de Educação Ambiental de Matosinhos e Porto
A adjectivação dada à Educação, as mais das vezes função de interesses pontuais decorrentes de circunstâncias diversas, não tem conseguido esconder a questão de fundo que deve ser encarada como base de exploração das potencialidades da forma substantiva com que o fenómeno é abordado. Na realidade, quer se esteja a falar de Educação para a Saúde, para a Diferença, os Direitos Humanos ou a Paz(muito actuais), ou para o Desenvolvimento, o denominador comum continua a ser a EDUCAÇÃO. O Ambiente deve ser considerado em duas partes diferentes mas indissociáveis: o Ambiente Interno e o Ambiente Externo. Por isso se deve aceitar o termo "Meio Ambiente" se considerado como a parte que se encontra no exterior de cada ser humano. Neste contexto, o Ambiente externo englobará os elementos bióticos e abióticos que nos envolvem, e tal conceito deverá obrigatoriamente incluir os outros humanos. Nestes termos, as relações entre indivíduos, povos ou sociedades têm de ser consideradas, até porque elas são determinantes, donde se pode entender que a educação "holística", ou seja, integradora e integral, deverá ser a Educação Ambiental. O instrumento com o qual cada cidadão se relaciona com os outros é a cidadania, cujo exercício dota os indivíduos de algum poder, que de outro modo nunca teriam. No seguimento deste raciocínio, a dita Educação para a Cidadania será a forma de enraizar e desenvolver nas pessoas meios que lhes permitam exercer esse inalienável direito num quadro consciente de participação, de análise crítica de tudo o que lhe diz respeito, e de inquietação pela acção no sentido da mudança.