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06/04/2004
Acto de apresentação pública da lista da CDU/PE Casa do Alentejo, Lisboa

 

Intervenção de Heloísa Apolónia

Acto de apresentação pública da lista da CDU/PE

Casa do Alentejo, Lisboa – 6 de Abril de 2004


Neste acto de apresentação pública da lista da CDU que concorrerá às próximas eleições ao Parlamento Europeu, ficam os eleitores, e os portugueses em geral, a conhecer a equipa de candidatos que dará rosto e voz às propostas da CDU.


Somos candidatos intervenientes nos mais diversos sectores da sociedade, trazemos connosco experiências diversificadas, uns são dos Verdes, outros são do PCP, outros são da ID, outros são independentes, mas todos unidos em torno do projecto CDU e certamente todos empenhados em reforçar este projecto.

Mas importa referir que esse reforço que todos desejamos, não se alcança apenas com dedicação dos candidatos. Ele só pode ser possível com um grande empenho de todos os militantes dos partidos que integram a CDU e de todos os amigos e simpatizantes da CDU. Daí a importância de quem acredita no valor da CDU assumir a necessidade desse contributo e desse papel activo de ser porta voz e de dar corpo a este projecto.


Numa altura em que os portugueses, dentro da União Europeia, de acordo com dados do Eurobarómetro, são aqueles que mais insatisfeitos estão com a vida que levam, e é preciso que tenham consciência que as preocupações que mais realçam se relacionam também com o fim gradual do nosso sistema produtivo, com os efeitos concretos da Política Agrícola Comum e da Política Comum de Pescas; quando Portugal tem tido uma taxa de crescimento inferior à média comunitária e é o país da União Europeia que mais riscos de pobreza apresenta, onde o fosso ricos/pobres é mais acentuado e portanto onde a distribuição da riqueza é tão injusta; nós temos que dizer aos portugueses que quanto mais se tolerar as políticas neo-liberais, mais se contribuirá para acentuar estas injustiças. Então, é preciso demonstrar que a CDU defende outro caminho e é portadora de propostas que promovem um desenvolvimento ambientalmente e socialmente sustentável.


Por parte dos Verdes não temos dúvidas em afirmar nestas eleições para o PE que uma Europa ecologista é o nosso caminho. Uma Europa que promova políticas estruturalmente defensoras do meio ambiente e socialmente justas, tem que alterar as posições e orientações que tem defendido na Organização Mundial do Comércio, bem como políticas comuns, como a agrícola, as quais têm contribuído substancialmente para a delapidação dos recursos naturais, para a produção massificada, para a insegurança alimentar e para a menor auto-suficiência dos povos. Depois, o que fazem, por exemplo ao nível ambiental, é minimizar os efeitos dessas políticas com algumas directivas que estabelecem parâmetros de poluição uniformizados a todos os Estados. Mas nós não queremos uma Europa minimizadora de impactes ambientais das políticas delapidadoras neo-liberais. Queremos políticas estruturalmente sustentáveis. O mesmo é dizer não queremos uma Europa pintada de Verde, queremos uma Europa verde na sua essência.


Ora, o que importa referir é que quantos mais candidatos da CDU forem eleitos, mais presença terá a nossa voz no Parlamento Europeu e mais força terão as nossas propostas.


Por isso, assim como dizemos que o voto útil é, afinal, naqueles que podem lutar por esse outro caminho na Europa - é na CDU, porque não acreditamos em inevitabilidades, não somos subservientes aos interesses dos grandes países da União Europeia, porque defendemos uma Europa de Estados iguais e defendemos o respeito pelas especificidades de cada país, defendemos que tal como na Natureza a riqueza da Europa está na sua diversidade -, também dizemos que mais do que um cartão amarelo a este Governo é fundamental apresentar-lhes, já nestas próximas eleições, um cartão vermelho.


Um Governo que vive para prosseguir políticas neo-liberais, procurando esconder as suas consequências inevitavelmente nefastas, desdramatizando os índices de desemprego, ou as dificuldades maiores com que hoje as famílias se confrontam no seu dia a dia, com o aumento dos produtos essenciais, ou fingindo ignorar que o que hoje assistimos, com empresas privadas a ameaçar retirar direitos básicos às populações como os passes sociais ou a restrição no acesso à água, decorre linearmente de uma política de desresponsabilização dos Governos e de privatização de sectores chave, é um Governo que não merece confiança.


Assim como é preciso reafirmar que um Governo que justificou o seu envolvimento na guerra do Iraque, contra a vontade dos portugueses, pela necessidade de desarmar o Iraque, pela ameaça que as armas de destruição em massa aí constituíam para a humanidade, e que vem dizer que esse argumento nunca foi usado depois de se saber que não havia provas credíveis e que afinal não havia esse arsenal de tão perigosas armas no Iraque, é um Governo sem pudor na mentira e na manipulação e, por isso, merece que os portugueses expressem o seu profundo desagrado – um cartão amarelo é um cartão para uma nova oportunidade, o cartão vermelho é um cartão para dizer: Chega! Basta!


Termino, referindo que o nosso grande objectivo daqui para a frente, até às eleições, deve ser o de mobilizar o mais possível, de dinamizar este projecto comum que é a CDU o mais possível, de criar as mais diversas formas de levar a nossa mensagem ao maior número possível de pessoas. Porque sabemos que é possível, que é possível reforçar a representação da CDU e, nesse sentido, “Os Verdes” vão empenhar-se, como terão oportunidade de ver, com grande criatividade.


Viva a CDU

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