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02/04/2020
Apelo À Participação Nas Comemorações Populares do 46º Aniversário do 25 de Abril

APELO À PARTICIPAÇÃO

Comemoramos 46 anos da Revolução de Abril - o heroico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas, logo seguido por um amplo levantamento popular, que pôs fim a 48 longos anos de obscurantismo e ditadura fascista.

Mais do que uma data, o 25 de Abril assinala o início de um processo revolucionário protagonizado pelo povo e pelos militares progressistas que realizou profundas transformações e conquistas democráticas no nosso país – conquistaram-se liberdades e garantias, direitos políticos, económicos, sociais e culturais, afirmaram-se a soberania e a independência nacionais, que foram consagrados na Constituição da República Portuguesa.

Fazemos esta evocação num momento de enorme crise, de guerra global com um inimigo invisível e traiçoeiro. Nesta guerra sem quartel, os portugueses têm tido, de uma maneira geral, um comportamento solidário e unido que, estamos convictos, é resultado direto, acima de tudo, das transformações que coletivamente fizemos na nossa sociedade, renovada com o 25 de Abril.

Neste momento, em que enfrentamos tão difícil crise, reafirmamos que para cumprir Abril se impõe continuar a lutar para acabar com múltiplas discriminações e injustiças sociais, ainda existentes, e que a pobreza, a desigualdade de género, a xenofobia e o racismo têm de ser combatidos e expurgados da nossa sociedade! 

Para cumprir Abril é preciso impedir que sejam os trabalhadores e as pessoas mais vulneráveis a serem as principais vítimas das nefastas consequências económicas e sociais da crise provocada pela pandemia do COVID19 e, depois desta crise, é preciso continuar a combater políticas de retrocesso como a precarização das relações de trabalho e o aumento da exploração dos trabalhadores, a manutenção dos baixos salários, o ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado que devem ser garantidos de forma universal, não deixando de defender o interesse nacional na política externa.

Para cumprir Abril, temos de ultrapassar as dificuldades do momento que vivemos não recuando na reposição e aumento de rendimentos e salários, na estabilidade laboral, no reforço dos serviços públicos, na garantia do direito à educação e à saúde, na garantia do acesso à fruição e criação cultural, nos direitos das famílias.

A calamidade que enfrentamos evidencia, uma vez mais, o valor inestimável do Serviço Nacional de Saúde como eixo estruturante do regime democrático, só possível graças à Revolução de Abril e que importa defender e reforçar, cumprindo-nos dirigir uma sentida e justa saudação a todos os profissionais de saúde pela sua abnegada dedicação à causa pública, tantas vezes com risco para a própria vida.    

Comemorar Abril é convergir na defesa dos valores de Abril, na defesa da liberdade, da democracia, da reposição e conquista de direitos e rendimentos, do desenvolvimento de políticas para uma mais justa distribuição da riqueza, da construção de uma sociedade inclusiva, caminho que só é possível ultrapassando os constrangimentos impostos a um desenvolvimento nacional sustentável e soberano.

Comemorar Abril é convergir para cumprir valores da cooperação, da Paz, da solidariedade, da não ingerência e pela solução pacífica dos conflitos internacionais, afirmando a conceção universalista do Povo Português de amizade com todos os povos do mundo, e em particular, com os povos de língua oficial portuguesa.

O Mundo vai transformar-se, Portugal vai transformar-se, a nossa luta neste momento terá de ser no sentido de, vencida a guerra, como confiamos que vamos vencer, conseguirmos continuar a aperfeiçoar o Portugal de Abril, com mais Liberdade, com Paz, com Democracia, com Igualdade, com Justiça Social, com Solidariedade, com cidadania plena, enfim, um Portugal com cidadãs e cidadãos mais Felizes!

No sentido de homenagear o 25 de Abril e, nesta grave crise que atravessamos, todas e todos os que estão a garantir o funcionamento do País – neles incluindo todos sem excepção, do mais alto dirigente ao mais simples trabalhador – e dado não ser possível realizar manifestações de rua, apelamos:

- Aos órgãos de comunicação social Rádios e Televisões que, às 15:00 horas do dia 25 de Abril, transmitam a “Grândola, Vila Morena”, seguida do Hino Nacional.

- A todas as cidadãs e a todos os cidadãos, onde quer que estejam, às mesmas 15:00 horas, suspendam os trabalhos (com excepção dos que o não possam fazer, nomeadamente os que estejam a prestar serviços de saúde) e cantem a “Grândola, Vila Morena” e o Hino Nacional.

- Às e aos que estiverem em casa, provavelmente a maioria, que venham às janelas ou às varandas e cantem a “Grândola, Vila Morena” e o Hino Nacional.

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