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Apresentação do compromisso eleitoral - Intervenção de Berta Pereira
Santarém, 28 de Janeiro de 2005

Amigos
Companheiros

É habitual, com uma regularidade que nos foi permitida por um dia marcante do ano de 1974, que nos encontremos, alguns de nós sempre, outros às vezes e sempre trazendo mais outros amigos também.

Desta vez, este momento de encontro com os de sempre e com todos aqueles que a cada dia que passa se nos querem juntar, não acontece no tempo em que um calendário eleitoral normal o permitiria, acontece porque aqueles que deveriam governar este país não o conseguiram fazer.

Por incapacidade?

Por incompetência?

Por falta de honestidade e clareza?

Ou porque não souberam ou não quiseram atender às necessidades das populações?

Em nome do Partido Ecologista “Os Verdes” gostaria de afirmar que por todos esses motivos juntos.

Vivemos em democracia há trinta anos, e há trinta anos que saudámos a liberdade e em que tudo fazemos para a vivenciar de uma forma activa, atenta e participada.

No entanto todos aqueles que nos têm governado, ou desgovernado, tudo têm feito para desmotivar, distrair e alienar aqueles que deveriam ser os grandes usufrutuários mas também participantes activos desta democracia que pouco a pouco se ia desenvolvendo.

Alguns já se deixaram iludir por estas politicas mas outros continuam e continuarão a sua luta gritando sempre, onde e quando podem, que “vivemos livres numa prisão”, plagiando o título de um livro de Daniel Sampaio.

Nós, Partido Ecologista “Os Verdes”, assumimos como lugar privilegiado para essa luta, momentos como estes, em que em coligação, participamos na CDU, em que posteriormente formamos um grupo parlamentar na Assembleia da República ou quando estamos junto das populações na resolução dos seus problemas.

Aqui e agora assumimos também o nosso compromisso eleitoral com as populações do distrito de Santarém, e declaramos que em todos esses locais denunciámos e denunciaremos que não se é livre quando não se tem o mínimo essencial para se viver com a dignidade que é devida a um ser Humano.

Não se é livre quando um recente estudo do INE nos vem dizer que, considerando uma média nacional de poder de compra per capita, todos os concelhos do distrito de Santarém, à excepção de um, se encontram abaixo dessa mesma média.

Não se é livre quando não se tem trabalho, quando a educação pública é atacada, quando se desinveste no serviço nacional de saúde ou quando os que se dizem alternativa ao governo actual, anunciam, desde já, menos funcionários públicos, mesmo quando determinados serviços “rebentam pelas costuras” ou não nos servem devidamente por falta de pessoas.

Não se é livre quando as políticas estão primeiro que tudo viradas para satisfazer os interesses dos grupos económicos e financeiros e não para criar condições de felicidade e bem estar para as populações, como se pode constatar pelo verdadeiro atentado ambiental que se preparam para efectuar na Reserva do Paul do Boquilobo, construindo, num projecto megalómano, uma cidade artificial e sem alma.

Não se é livre quando aqueles que nos governam em nada contribuem para resolver o problema da nossa ineficiência e dependência energética, permitindo a intensificação das emissões de gases com efeito de estufa afastando o nosso país do cumprimento do protocolo de Quioto. Diz o provérbio que “quem anda com um coxo aos três dias manqueja”, ora quem é amigo de quem virou as costas a esse protocolo…

Não se é livre quando não se permite às mulheres decidirem do seu próprio corpo e da sua vida ou da vida de quem querem, efectivamente, pôr no mundo, por se fechar os olhos ao descalabro do aborto clandestino e não alterar uma lei completamente desfazada da realidade.

Não se é livre quando se pretende transformar um bem fundamental que é de todos, essencial à vida, num bem privatizado que será fonte de riqueza para alguns.Quando não se trata esse mesmo bem, a água, com todo o cuidado que merece, transformando cursos de água em esgotos como podemos constatar aqui bem perto no Alviela.

Não se é livre quando se insiste em co-incinerar lixos perigosos à força, fazendo tábua rasa de todas as manifestações populares que se organizaram contra essa solução e quando está mais do que provado que, face aos lixos industriais que produzimos, a co incineração é uma opção errada.

Não sé livre quando se quer obrigar as populações a correrem o risco de consumir produtos derivados de culturas trangénicas, com todos os riscos que advêm do desconhecimento que ainda existe relativamente aos efeitos dos Organismos Geneticamente Modificados para o ser humano, e toda a controvérsia científica que ainda se verifica à volta desta questão.

Neste aspecto, os governantes do nosso país, estão determinados, isso sim, no pouco tempo que lhes resta, em deixar salvaguardados os interesses das multinacionais do sector agro-alimentar, aprovando até final de Janeiro o diploma que permite iniciar e autorizar culturas trangénicas no nosso país.

Enquanto candidatos assumimos aqui o compromisso de tudo fazer, na Assembleia da República e em todos os locais de intervenção, no sentido de manter o nosso distrito longe de tais políticas.

Mas nós na CDU queremos ser efectivamente livres!

Nós na CDU sempre lutámos para alterar estas políticas gravosas para as populações!

Se dúvidas houvesse bastava analisar o trabalho parlamentar dos deputados dos Verdes e do PCP, ou constatar quem são aqueles a quem as populações recorrem quando sentem os seus direitos ameaçados.

Companheiros e amigos, minhas senhoras e meus senhores

Já chega! È preciso dizer basta!

È preciso reforçar a CDU com uma votação forte.

Se os portugueses reflectirem, se as mulheres e os homens do distrito de Santarém pensarem quem são aqueles que sempre têm lutado e defendido os seus interesses, saberão a quem dar o seu voto no dia 20 de Fevereiro.

Da- lo- ão àqueles que defendendo o bem estar no presente não comprometem o futuro.

Da-lo-ão àqueles que têm dado provas de defender o distrito de Santarém e o país.

E esse voto só pode ser na CDU porque

Citando Bertold Brecht

“Há homens que lutam um dia, e são bons;

Há homens que lutam um ano, e são melhores;

Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;

Porém há os que lutam toda a vida

Estes são os imprescindíveis”

 

VIVA A CDU

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