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02/05/2011 |
CINCO RAZÕES PARA DESENVOLVER O TRANSPORTE FERROVIÁRIO |
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COMBOIOS A ROLAR - PORTUGAL A AVANÇAR
CINCO RAZÕES PARA MUDAR DE POLITICAS
1 - Para garantir o direito à mobilidade:
“Os Verdes” consideram que os transportes públicos são, hoje mais que nunca, um Direito fundamental.
Sem transportes públicos, uma parte da população, nomeadamente os idosos, os jovens ou a população com maiores dificuldades económicas, vê impossibilitado o seu acesso a um conjunto de Direitos Constitucionais, tais como o Direito à Saúde e à Educação. Uma situação que é particularmente crítica no interior do país, em virtude do encerramento de muitos destes serviços.
Num período de crise e de desemprego, os transportes públicos assumem ainda um papel mais importante para assegurar o direito ao trabalho e para garantirem a mobilidade espacial imprescindível para os desempregados poderem procurar e encontrar novos empregos.
Por isso é preciso mudar de políticas e assegurar a mobilidade como um dos pilares da liberdade.
2 - Para reduzir a dependência energética e o défice:
A forte dependência energética de Portugal (cerca de 88%, dos quais 60% é petróleo) é um dos problemas graves que o país enfrenta, e é uma das causas do défice e da crise que abala a economia e tanto afecta a vida das pessoas.
O sector dos transportes é um dos principais consumidores desta energia importada. Uma situação que advém da importância e do peso que o transporte rodoviário ocupa em relação ao transporte ferroviário. Importância e peso que é superior ao da média europeia (entre 1995 e 2006, o transporte rodoviário em Portugal corresponde a 94,9% do transporte total interno, enquanto na EU era de 77%).
Uma situação para a qual contribui em muito, o facto do transporte de mercadorias ser quase exclusivamente assegurado por via rodoviária (em 2005 representava 94,7% do total das mercadorias transportadas por estes dois meios de transporte).
Por isso é preciso mudar de políticas e investir no transporte ferroviário promovendo a sua modernização, a sua eficiência e adaptá-lo às necessidades da vida das populações e às necessidades das empresas e da economia nacional.
3 - Para desenvolver o país e criar emprego:
A reactivação e modernização da rede ferroviária nacional, garantindo uma oferta, com horários adaptados às necessidades das populações, rápida, segura e confortável é fundamental para travar o despovoamento e a desertificação e combater as assimetrias regionais, fixando as populações no interior do país e atraindo investimento para estas regiões.
O desenvolvimento e investimento no transporte ferroviário convencional podem assumir um papel fundamental na reactivação da nossa economia e na criação de “empregos verdes”, nomeadamente na indústria ferroviária e metalomecânica, mas também noutros sectores, tornando-se mais atractivo e competitivo no transporte de mercadorias, que ocupa hoje em dia um lugar residual, bem como no sector turístico.
Portugal tem um valioso e vasto património ferroviário, hoje desprezado e mal tratado, como é o caso do Ramal da Lousã, do Ramal de Cáceres, das linhas do Tua, do Corgo, do Tâmega, do Vouga, e tantas outras. A recuperação e valorização deste património permitiria uma oferta turística única e com grande procura que daria um contributo inegável para o desenvolvimento económico do interior do país.
Por isso é preciso mudar de políticas e parar com o encerramento de linhas, com a extinção de serviços, com o aumento do preço dos bilhetes. É preciso garantir os direitos dos trabalhadores deste sector e valorizar o contributo que dão para o seu funcionamento. É preciso defender este sector estratégico para o país, travando a destruição e privatização das empresas do sector ferroviário EMEF, CP, REFER… e promovendo a sua boa gestão em função do interesse nacional.
4 - Para melhorar o ambiente:
O transporte ferroviário tem todas as vantagens ambientais: é mais económico do ponto de vista energético e menos poluente. A título de exemplo refira-se que o modo ferroviário em termos de emissões de CO2 por Km, é quase 16 vezes mais eficiente (menos poluente) do que o equivalente rodoviário (dados de 2008).
Por isso o desenvolvimento deste sector é fundamental para combater e travar as alterações climáticas. Segundo o ultimo relatório da OCDE sobre estado do ambiente em Portugal, nos últimos 10 anos, o sector dos transportes foi o que mais aumentou as emissões de gases poluentes (cerca de 35%).
Por outro lado uma rede ferroviária convencional tem muito menos impactos ambientais negativos a nível territorial nomeadamente a nível de paisagem e da biodiversidade.
Por isso é preciso mudar de políticas e promover estratégias e acções que permitam e incentivem os cidadãos e as empresas a preferir este meio de transporte.
5 -Para reduzir a sinistralidade, melhorar a circulação e o conforto em viagem:
O transporte ferroviário é muito mais seguro que o transporte rodoviário e pode garantir um conforto e uma qualidade de viagem bem superior. Uma boa rede ferroviária a nível nacional retiraria muitos passageiros das estradas reduzindo muito a sinistralidade que tantas vítimas faz em Portugal.
A articulação de uma boa rede e oferta de transportes ferroviários, com outras propostas de mobilidade (autocarros, metros, bicicletas e outros modos suaves, etc…) permitiria ainda descongestionar as estradas, nomeadamente à entrada das grandes cidades contribuindo para uma melhor fluidez do trânsito rodoviário e uma redução do stress originado pelas longas filas de espera.
Para isso é preciso mudar de políticas e retomar o investimento neste sector que, sendo já escasso, ficou parado em consequência dos PECs.
COM “OS VERDES”, COM A CDU VAMOS MUDAR DE POLITICAS