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Comício de apresentação da lista da CDU por Lisboa - Intervenção de Francisco Madeira Lopes

Lisboa, Faculdade de Ciências, 29 de Janeiro de 2005

Amigos e Companheiros,


Os candidatos do Partido Ecologista “Os Verdes” pelo distrito de Lisboa saúdam-vos e mais uma vez dizem presente (!) nesta batalha tão importante que se avizinha e à qual nos apresentamos, como sempre, com um projecto, com valores, com força e convicção, mas ao mesmo tempo com serenidade e com tranquilidade. Porque a lista da CDU onde nos integramos é composta por pessoas, mulheres e homens, trabalhadores, cidadãos, maduros de consciência e jovens no coração, que são movidos unicamente pelo desejo de participar activa e positivamente na construção de um futuro melhor para o Distrito de Lisboa e para Portugal.


E Portugal bem precisa, nestes tempos difíceis que atravessamos, da mensagem e do contributo da CDU. Neste clima de descontentamento, de descrença e de desânimo, consequência das desastrosas políticas de direita que têm sido seguidas nos últimos anos, a mensagem da CDU torna-se ainda mais consistente e necessária: verdadeiramente urgente! O país precisa de mudança. Mas de verdadeira mudança, de mudança de políticas e não apenas de caras, de um projecto realmente alternativo que responda às necessidades e anseios dos portugueses.


No próximo dia 20 de Fevereiro será dada a palavra aos portugueses. Será chegada a sua oportunidade de participarem numa real mudança na condução dos destinos das suas vidas, mudança essa que todos esperam seja para melhor. É uma altura de esperança na mudança, esperança essa que nos cabe a nós todos, candidatos da Intervenção Democrática, d’ “os Verdes”, do PCP, independentes, levar para a rua explicar às pessoas porque é que, não só, vale a pena, mas é absolutamente fundamental votar CDU.


Porque os candidatos da CDU assumem compromissos com os eleitores e cumprem-nos. Porque os 12 deputados dos grupos parlamentares d’ “Os Verdes” e do PCP, nesta última legislatura, à semelhança das anteriores, apresentaram mais iniciativas do que os 119 deputados do PSD/PP ou do que os 96 do PS. Por isso, prestam regularmente contas do trabalho desenvolvido na Assembleia da República, por isso estão permanentemente em contacto com aqueles que os elegeram, escutando e aprendendo, por isso não temem apresentar-se ao eleitorado, de rosto erguido, com a serenidade de quem conhece os seus problemas e sempre tem lutado pela sua resolução.


É fundamental votar CDU porque só uma votação forte na CDU pode garantir que o país vai de facto virar à esquerda, afastando-se assim das políticas de direita: das privatizações e do esvaziamento do sector público em áreas tão importantes como a saúde e a educação, do drama do aborto clandestino causado por uma lei hipócrita, do descalabro com a colocação de professores, da vergonha da promoção da guerra no Iraque, do aumento da pobreza, desemprego e exclusão social, duma lógica de crescimento desordenado insustentável, do agravamento das assimetrias regionais, da co-incineração que o Secretário-Geral do Partido Socialista teima, orgulhosamente só, em manter no seu programa eleitoral, de depredação dos nossos recursos naturais e endógenos numa lógica capitalista de lucro e desperdício em que a Natureza e as pessoas são meros acessórios descartáveis.


Só com o reforço da CDU é que será possível:

- Repor os direitos dos trabalhadores e reforçar o tecido produtivo;

- Impor o respeito pelo princípio da precaução não permitindo a imposição do cultivo de Organismos Geneticamente Modificados ao arrepio das opiniões de agricultores, ambientalistas, cientistas e médicos;

- Garantir o direito ao bem mais precioso à vida, a água, opondo-se intransigentemente às tentativas de mercantilização e privatização, seja qual for a forma que estas assumam;

- Defender a progressiva independência energética de Portugal, com recurso às energias renováveis e não poluentes;

- Tomar medidas como o investimento em transportes públicos urbanos e interurbanos de qualidade e em condições socialmente sustentáveis de acesso, acabando com o isolamento das populações, contribuindo para a resolução dos problemas da mobilidade, em particular dos mais carenciados e, simultaneamente, assumir as nossas responsabilidades para com Quioto na diminuição das emissões de gases poluentes e com efeito estufa;

- Desenvolver com sustentabilidade e em harmonia com a natureza, o aumento da produtividade, da riqueza e do bem-estar de Portugal.


Vêem agora, os mesmos que deixaram Portugal nesta situação, propor soluções milagrosas, tirar coelhos da cartola, na tentativa de iludir os portugueses, como faz o PS com o seu choque tecnológico ou o PSD com o seu choque de gestão, como se os portugueses não estivessem já suficientemente chocados com as mentiras, vãs promessas e os últimos anos de governação neo-liberal à direita!


Bem podem o PS e o PSD dizer que o seu maior inimigo é a abstenção, que tal não é verdade: o maior inimigo do PSD é ele próprio e o descontentamento que as suas políticas provocaram nos portugueses; o maior inimigo do PS por seu lado, é, igualmente, o próprio PS e a sua herança de quota-parte de responsabilidade no estado a que chegou Portugal, por políticas de direita prosseguidas pelos sucessivos governos nas últimas duas décadas. O que, com propriedade, se pode e deve dizer é que o PS e o PSD são os maiores amigos da abstenção pois são dos que mais têm contribuído, com a sua atitude de duas caras, uma para quando são oposição e outra para quando são poder, para descredibilizar a política e a democracia em Portugal, defraudando os eleitores e as suas expectativas, criando a falsa imagem de que todos os partidos são iguais, empurrando os cidadãos para a apatia e o abstencionismo.


Mas esta não é esta uma batalha, felizmente para a Democracia Portuguesa, e ao contrário do que alguns gostariam de fazer crer, apenas entre 2 pseudo-partidos de poder: um PSD incompetente e autista e um PS que só à custa de maquilhagem se tenta mostrar diferente. Fracas opções estarão certamente a pensar neste momento os portugueses que estão fartos desta alternância entre políticos que são farinha do mesmo saco … Entre os dois, venha o diabo e escolha, dirão...


Pois o que é preciso, companheiros e amigos, é avisar as pessoas, é dizer que o país não está fatalmente condenado a esta bipolarização. Não pode estar, pois existe, sim, de facto, alternativa. Uma alternativa real, credível, que fala verdade aos portugueses. A única que ao longo de todos estes anos quis e soube estar ao lado das populações a quem nunca virou a cara, independentemente dos votos ou do impacto sobre os media que pudesse vir a ter. A única que dá garantias porque assume compromissos e sabe honrá-los. Essa alternativa é a CDU.


Por isso, companheiros e amigos, porque a nossa causa, o bem estar dos portugueses, é uma causa justa, porque a razão está conosco, vamos ao trabalho.

VIVA A CDU!

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