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15/05/2009
Encontro CDU Rio de Mouro
 
 

Boa noite,

Companheiros e amigos!
 
Em primeiro lugar gostaria de começar por saudar, em nome do Partido Ecologista “Os Verdes”, todos os presentes nesta iniciativa.
Como sabemos, 2009 é um ano exigente e delicado, com os três actos eleitorais que nos esperam: começando já no dia 7 de Junho com as eleições europeias, seguindo-se depois as legislativas e as autárquicas.
Por isso mesmo, este ano constitui uma excelente oportunidade para mudarmos a situação que se vive e que nos afecta a todos.
É uma excelente oportunidade para reforçarmos a CDU no Parlamento Europeu, na Assembleia da República e nas autarquias.
É comum pensar-se que as eleições para o Parlamento Europeu têm pouca influência na nossa vida cá.
Por isso, cabe-nos a nós, enquanto CDU, esclarecer que não é assim.
O que se decide na União Europeia tem implicações directas em todos os Estados Membro e Portugal não é excepção.
Aliás, Portugal e os portugueses têm visto e sentido a sua qualidade de vida a decrescer exactamente por causa de políticas aprovadas na União Europeia.
E é preciso denunciar que lá, estas políticas ruinosas, têm o apoio dos deputados do PS, do PSD e do CDS-PP. Lá como cá, são os mesmos a aprovar as medidas que tanto nos vêm prejudicar e tirar direitos.
Lá como cá, são os deputados da CDU que defendem os direitos dos portugueses. São os deputados da CDU que mais provas têm dado na defesa dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, do serviço público, da democracia, da produção nacional, dos direitos e liberdades, da paz, do ambiente e da qualidade de vida.
Também são os deputados da CDU que denunciam as intenções, propostas e sentidos de voto das outras forças políticas no Parlamento Europeu, pois de outro modo não se sabe o que se passa, pois a eles não lhes interessa que se saiba.
E é precisamente isso que pretendem fazer: construir uma Europa nas costas dos portugueses.
E este é o modelo de construção europeia que nós rejeitamos: uma Europa desumanizada, em que o domínio e os interesses de alguns Estados ditam como se deve construir a Europa que é de todos nós, e não só de alguns e para alguns.
Perante esta Europa que nos querem impôr, dizemos que não é esta a Europa que queremos, pois não resolve os problemas dos europeus, dos países e dos povos.
Por isso, é necessário dar toda a atenção ao que se passa na Europa e no Parlamento Europeu, pois o que lá é decidido, tem consequências aqui.
É o que tem sucedido com as sucessivas liberalizações e privatizações.
Não há um único sector que não seja afectado pelas políticas de liberalização e privatização aprovadas no Parlamento Europeu e logo implementadas pelos sucessivos governos nacionais: desde a agricultura, às pescas, à água, às energias, ao ensino, à saúde, aos transportes…
E vejamos como isto se tem passado ao nível do ambiente e de alguns sectores fundamentais para o desenvolvimento do nosso país:
As políticas ambientais da União Europeia têm-se caracterizado por se sujeitarem aos interesses do grande capital. A defesa do meio ambiente não pode ser um negócio!
“Os Verdes” e a CDU rejeitam o princípio do poluidor-pagador e do consumidor-pagador, rejeitamos o mercado de emissões. Rejeitamos a mercantilização do ambiente.
Foi aprovado, com os votos contra dos eurodeputados da CDU, e com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS-PP (mais uma vez) o “Pacote Energia”. Estamos contra esta medida que prevê a liberalização do gás natural e da electricidade, sendo só os grandes grupos económicos, como a GALP e a EDP, a beneficiarem e a acumularem enormes lucros.
Mais uma vez, são a camadas sociais mais desfavorecidas a pagar e a sacrificarem-se.
A imagem da União Europeia como defensora dos valores ambientais e naturais vai ficando cada vez mais afastada. A conservação da natureza não pode depender da existência ou não de parceiros privados. Em Portugal tem havido cortes orçamentais nesta área, que resultam no abandono e na perda de habitat e biodiversidade.
Os “Verdes” e a CDU defendem a concretização e funcionamento da Rede Natura 2000, defendem a recuperação da floresta autóctone, o apoio a medidas de prevenção de incêndios florestais e a protecção dos ecossistemas.
Quem tem beneficiado com as reformas da Política Agrícola Comum são as grandes potências da União Europeia. Estas reformas representam verdadeiros sacrifícios para os pequenos e médios agricultores e para a agricultura familiar. As consequências para o nosso país foram a diminuição dos trabalhadores agrícolas, a diminuição das explorações agrícolas, o aumento das importações de produtos agro-alimentares.
É importante lembrar que perdemos, entre 1989 e 2005, cerca de 275 mil explorações agrícolas, o que representou menos 450 mil empregos.
Nas pescas, a União Europeia nada fez para ajudar este sector e nós rejeitamos qualquer proposta que venha prejudicar ainda mais os pescadores. Tem-se acentuado os ataques ao direito e gestão dos recursos da pesca: o número de embarcações diminuiu, tal como o número dos postos de trabalho e a nossa dependência alimentar aumentou. O objectivo não pode ser promover o abate de embarcações, mas a renovação e modernização das frotas de pesca.
A água é um direito fundamental e insubstituível, é um bem público. Defendemos a sua gestão pública e integrada, a preços justos e com serviço de qualidade. Preocupa-nos que a União Europeia e alguns estados, como Portugal, encarem a água como uma mercadoria, transaccionável como outra qualquer.
Recusamos os transgénicos, queremos uma Europa livre de OGM. As multinacionais têm imposto culturas transgénicas em muitos países, querendo impor a sua comercialização em todos os estados. Os OGM representam o fim da liberdade de opção dos agricultores e dos consumidores, pois não podem coexistir com as culturas tradicionais, contaminando-as.
Os transportes públicos não podem estar sujeitos à lógica do lucro, perdendo a sua função pública. Por isso, defendemos a gestão pública dos transportes públicos colectivos de passageiros, a preços socialmente justos, defendemos o apoio e a revitalização da ferrovia convencional, a criação de pistas cicláveis e pedonais e o investimento na rede transeuropeia de ciclovias.
Companheiros e amigos,
por tudo isto se vê que é da máxima importância reforçar a CDU e os seus deputados no Parlamento Europeu. Sem a CDU Europa e Portugal estão entregues a um sistema que não nos protege.
“Os Verdes” comprometem-se, com determinação e firmeza, a fazer da CDU um espaço ainda mais amplo, participado e interventivo. Porque queremos contribuir para uma Europa e um Portugal mais verdes, mais justos, mais solidários e mais sustentáveis.
E, como já foi referido, no próximo dia 23 de Maio daremos mais um passo neste sentido e esperamos contar com todos vocês: a CDU vai-se reunir, em Lisboa, numa grande Marcha de afirmação, confiança, protesto e luta. Numa Marcha de uma nova política para uma vida melhor para todos nós!
“Os Verdes” estão empenhados nesta campanha e em travar esta batalha com vigor, com a confiança e a certeza de que a CDU sairá reforçada deste desafio.
E dia 7 de Junho, o voto é na CDU porque votar na CDU é votar numa política e em pessoas que resolverão os graves problemas da Europa e do país.
 
Viva a CDU!
 
Cláudia Madeira
Comício Rio de Mouro – 15/05/2009
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