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04/03/2019
Intervenção 30º Aniversário da Ecolojovem
Caros e caras companheiros,

Caros e caras amigo(a)s,

Em primeiro lugar, a Ecolojovem gostaria de saudar a presença de todos na comemoração do nosso 30º aniversário.

Têm sido 30 anos de lutas ecologistas protagonizadas pela juventude em defesa do meio Ambiente e da Qualidade de Vida, sem nunca esquecer as questões socio-económicas que limitam o nosso trabalho e a vida dos jovens no país.

A Ecolojovem foi criada a 25 de Fevereiro de 1989 por jovens militantes neste Partido sentirem a necessidade de ter uma plataforma especialmente dedicada aos problemas desta faixa etária.

Durante estes trinta anos a Ecolojovem esteve associada às mais variadas iniciativas como a luta contra a Barragem do Tua, no STOP às alterações climáticas, criámos as noites verdes por Foz Côa, encabeçamos uma Marcha Nacional pela Gestão Pública da Água, lutámos contra a eucaliptização do nosso país, contra a energia nuclear na Europa e no mundo, pela paz, pelos transportes públicos de qualidade e pelo direito à efetivação da educação sexual nas escolas.

Assim, urge igualmente mencionar todos os antigos dirigentes da Ecolojovem que lutaram em defesa dos ideais ecologistas.

Ao longo destes 30 anos juntámos forças com as mais variadas organizações e instituições de modo a contribuir para respostas a nível da juventude e do ambiente, das quais salientamos o Conselho Nacional de Juventude, a Federação dos Jovens Verdes Europeus, da qual somos fundadores, os Jovens Verdes Globais, com a JCP através da JCDU e em inúmeras plataformas informais pela defesa da nossa Constituição, da Revolução de Abril e da paz no mundo, como por exemplo, através dos acampamentos pela paz e em iniciativas com o Conselho Português para a Paz e Cooperação.

Para a Ecolojovem esta junção de forças é essencial para que todos possamos defender os interesses da juventude e os interesses do ambiente.

O Ambiente continua a ser constantemente atacado pelas mais variadas políticas associadas ao capital e apoiadas no consumismo desenfreado e rápido que verificamos.

Os grandes desastres ambientais têm um papel muito importante na sensibilização das pessoas para esta causa, mas ao mesmo tempo são desastrosos para o planeta que habitamos. Descargas de petróleo, praias cheias de plástico, a desertificação das maiores florestas do mundo. Independentemente das suas causas diretas estes desastres estão ligados sobretudo à necessidade de explorar para colocar no mercado novos produtos de forma rápida para gerar lucro rápido.

Estas políticas dão origem a graves problemas ambientais, de poluição das águas, dos solos, do ar que respiramos e de todos os ecossistemas no nosso planeta.

A Ecolojovem considera, assim, que urge tomar medidas concretas por parte dos Estados para garantir a salvaguarda do nosso meio ambiente, mas sobretudo, é necessária uma política anti-capitalista de respeito pelas pessoas e pela Natureza.

Nos dias que correm a Ecolojovem não pode deixar de frisar, igualmente, os problemas de habitação que temos vindo a verificar nos nossos dias. A Constituição da República Portuguesa, declara que todos temos direito à habitação. No entanto, tal não se verifica. Os preços das casas para alugar nos grandes centros urbanos têm valores 2 a 3 vezes superiores ao salário mínimo nacional, dando origem a graves consequências, também elas ambientais.

Falamos do facto de os preços da habitação obrigarem a que a larga maioria dos cidadãos habitem as periferias dos grandes centros urbanos e obrigando a dezenas de quilómetros de deslocação em direção aos seus locais de trabalho e escolas. Tal, aliado à falta de respostas efetivas por parte das transportadoras de passageiros e do Estado origina um fluxo intenso de centenas de milhares de automóveis a deslocarem-se para o interior das cidades, contribuindo para o aumento da pegada ecológica, congestionando o trânsito, colocando em causa a segurança dos peões e ciclistas e transformando a cidade num parque de estacionamento, considerando, igualmente, as faltas de resposta ao estacionamento de carros nestes centros urbanos.

No caso da juventude, com enormes taxas de desemprego ou emprego precário, torna-se impossível adquirir créditos para aquisição de habitação própria e os preços do aluguer de casas, mesmo na periferia das cidades começa a trazer graves problemas aos quais o Estado não consegue dar resposta, verificando-se já muitos municípios a sentirem a necessidade de dar resposta a estes problemas, sem que tenham dotação orçamental para tal hipotecando outros projetos e investimentos da sua responsabilidade.

O mesmo se verifica com a educação e com a anunciada descentralização de competências para os municípios que em muito irá prejudicar a educação no nosso país. Para os jovens ecologistas, a educação é um pilar fundamental do desenvolvimento do ser humano. É através da educação que criamos consciência e sensibilização para as mais diversas matérias da nossa sociedade. Conhecimento é poder e permite que os jovens se emancipem, sigam os seus sonhos e façam as suas escolhas tendo presente toda a informação e conhecimento disponível.

A profissão de professor leva um enorme desgaste físico e mental e os atentados proferidos nos últimos anos contra esta profissão são atrozes e levam a um apodrecimento do nosso sistema de ensino. Há alguns anos a esta parte que a Ecolojovem vem defendendo a necessidade de se discutirem novas políticas de educação e modelos de educação. Continuamos a defender essa necessidade sobretudo porque consideramos que a educação deve evoluir no mesmo sentido progressista que defendemos para a sociedade.

Fora isto, a Ecolojovem continua a defender que a Constituição da República Portuguesa deve ser cumprida e que de modo a dar a igualdade de oportunidades a todos, sem excepção, que o ensino, independentemente do seu grau, seja gratuito.

Volvidos dois meses desde o início do ano de 2019, o número de casos de violência doméstica dos quais se tem conhecimento é, na opinião dos jovens ecologistas, assustador. A sociedade portuguesa continua, ainda, incapaz de dar uma resposta eficaz e célere às mais variadas pessoas que procuram ajuda para estes casos, desmotivando, inclusivamente, outras a dar voz ou a testemunhar os seus casos, contribuindo para a progressão deste flagelo nacional.

A Ecolojovem considera que é necessário continuar a combater a discriminação a todos os seus níveis que muitas vezes estão na base da criação destes flagelos. É necessário que o salário das mulheres aumente e que seja equilibrado com o de um homem nas mesmas funções.

É necessário terminar a discriminação com base na orientação sexual, na identidade de género ou com base em qualquer incapacidade física, como aliás, manda a nossa Constituição.

A sociedade tem que continuar a ser sensibilizada para estas situações e urge dar voz às minorias, que todas juntas constituem uma maioria considerável. Urge lutar pelos direitos de todos e de cada um de forma integrada e não fraturada.

A Ecolojovem – Os Verdes faz 30 anos. Lutamos todos os dias em defesa dos valores e princípios que consideramos justos. As lutas e experiências do passado construíram a Ecolojovem e cabe-nos agora lutar para construir mais 30 anos.

É importante darmos voz às aspirações e vontades dos jovens. Importa termos melhores escolas, melhor qualidade no ensino, pôr fim à precariedade que não nos permite realizar sonhos, garantir que todos temos direito a uma habitação condigna, que os transportes públicos sejam uma realidade. Importa construir a alternativa progressiva e sustentável que nos caracteriza; na luta contra as alterações climáticas, por justiça ambiental, por um planeta de paz onde a guerra não seja uma realidade e uma ameaça constante.

Assim, a Ecolojovem compromete-se a prosseguir os seus valores e princípios e a juntar mais vozes para que todos juntos possamos construir um presente verde, justo e pacífico.

Vivam os 30 Anos da Ecolojovem!

Viva a Ecolojovem!

Vivam os Verdes!

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