10/07/2015

Intervenção de Antero Resende, candidato do PEV nas listas da CDU às Eleições Legislativas 2015 pelo círculo eleitoral de Aveiro

Boa tarde amigos e companheiros
Queria começar por agradecer as palavras imprescindíveis do Adelino. Essencialmente pela força, que da razão, da justiça e da urgência da nossa luta, ressalta das palavras que aqui nos deixa – o meu agradecimento pessoal.
Agradeço igualmente a fundamental presença das senhoras e dos senhores jornalistas neste ato público simples, sem luxos nem aparatos, como será a nossa campanha eleitoral num momento de crise em que o nosso povo atravessa tantas dificuldades, simples mas de profundo significado pela mensagem que encerra, e da qual, esperamos, possam vir a ser porta-vozes.
Permitam-me apenas umas breves palavras, para dizer que é uma honra para mim integrar as listas da CDU pelo distrito de Aveiro, por múltiplas razões locais e nacionais. Desde logo porque para nós na CDU, os eleitos têm que se “mover pelos interesses e defesa das populações” e têm também de “ser capazes de dizer não ao Governo central”, o que, convenhamos, não é hábito do PSD/CDS e do Partido Socialista.
Do mesmo modo, estou certo de que nem todos terão esta atitude cívica pois não vão faltar nestas eleições, em Aveiro, candidaturas apostadas em ocultar as suas responsabilidades pela real situação do país e do distrito.
Parece-me inequívoco e avulta da história recente, que a CDU é a única candidatura que valoriza as populações, e, estamos aqui desde logo para mostrar à população de Aveiro, que “há mais mundo para além do PSD, PS e CDS” e que existem “caminhos alternativos”.
O nosso património de trabalho e intervenção fala por nós. Enquanto candidato da CDU, sou militante do Partido Ecologista “Os Verdes” e orgulho-me desse património de intervenção política no nosso distrito. Mas hoje estamos aqui para perspectivar o futuro assim propomos:
 Aveiro, como distrito livre de transgénicos. A bem da biodiversidade e da sua importância e porque no distrito existe ainda hoje um imenso património genético inteiramente desconhecido que se perderá por contaminação com os OGM assim, propomos que Aveiro seja considerado território livre de transgénicos;

Aveiro, como distrito que cuida das Zonas de Proteção Especial. Exige-se que do ponto de vista ambiental se tenha em atenção as consequências diretas e indiretas da poluição industrial na Ria de Aveiro (Classificada como Zona de Proteção Especial/ 1999), Barrinha de Esmoriz (classificada como Sitio de Importância Ambiental/2000 e Important Bird Area) e Rio Vouga, como importantes berçários de espécies piscícolas desta frente atlântica; Propomos igualmente a classificação como Zona de Proteção Especial para a Pateira de Fermentelos.

Aveiro, como distrito que identifica e conhece os seus conflitos ambientais. O distrito de Aveiro sendo um dos mais industrializados do país é do mesmo modo um dos maiores produtores de resíduos e efluentes. Exige-se que seja feito um mapeamento identificativo dos conflitos existentes ou previsíveis, entre a indústria e o ambiente, para posteriores intervenções;

Aveiro, como distrito que devolveu os seus rios e ribeiros ao estado natural. Não concordamos com muitas das intervenções que foram feitas ao longo dos anos nas nossas ribeiras e rios. Para nós as frentes ribeirinhas devem ser espaços naturais não betonados ou alcatroados, pelo que é preciso devolve-los ao seu estado natural.

 Aveiro, como distrito livre de herbicidas. É preciso agir rapidamente contra a utilização dos “glifosatos” no meio ambiente. Esta preocupante situação justifica a definição de uma moratória entre os municípios, que erradique de vez estas pulverizações nomeadamente nos espaços do domínio público, evitando-se situações de retorno ambiental irreversível;

Aveiro como distrito que promove a utilização dos transportes suaves. Somos pelo estabelecimento de uma estratégia de ligação entre as ciclovias e vias pedonais intermunicipais. São igualmente necessários critérios de uniformização de sinalética e utilização. Deve-se potenciar estas vias como corredores ambientais;

 Aveiro como distrito que defende e promove a ferrovia. Propomos a recuperação e revitalização da linha do Vale do Vouga entre Espinho e Sernada, que tem enormes potencialidades. Que sejam estudadas as possibilidades de ligação à linha comercial Aveiro/Salamanca. Que se exija maior frequência de horários nas ligações Porto/Lisboa;

Aveiro como distrito que controla dentro da lei as atividades dos sucateiros. Propomos que todos os empresários do ramo das sucatas do norte do distrito sejam instalados no Parque Empresarial de Recuperação de Materiais.

Aveiro como distrito que preserva o património industrial histórico. Propomos para um distrito que historicamente sempre ocupou um lugar de destaque na industrialização do país, que se crie uma rede de museus dessa atividade fabril como forma de preservação dessa identidade.
 Aveiro como distrito que preserva os seus recursos endémicos. Propomos que se certifiquem e potenciem produtos únicos Distritais/regionais como as raças bovinas “Arouquesa e Marinhoa” ou produtos singulares como as conservas de enguias da Murtosa entre muitas outras peculiaridades.

Já no campo da educação, e porque achamos que todos somos educação, temo-la, como a estrutura basilar para uma sociedade com futuro. Assim, batemo-nos por uma escola pública e de qualidade, próxima do aluno enquanto individuo, que o trate com equidade e atenda às suas diferenças. Assim propomos:
Aveiro como distrito livre da lógica mercantilista na educação. Propomos que se avaliem e revertam as agregações de estabelecimentos escolares e se pare de vez a malquista municipalização do ensino.
Aveiro como distrito que investe em educação. Propomos a requalificação ambiental e a adequação tecnológica de todas as escolas básicas. Propomos que se eliminem as coberturas de edifícios escolares em fibrocimento incorporando amianto. Propomos que se passe igualmente a ministrar a educação ambiental em todos os níveis de ensino obrigatório. 
Amigos e companheiros
Aveiro e os aveirenses merecem mais e melhor. Mais respeito e melhor intervenção política em sua defesa. Mas principalmente precisam saber que podem ter melhor e que para tal é necessária uma nova política, responsável, participada e transparente, franca, realista e honesta, com os pés assentes nesta terra e os olhos postos no horizonte. A política da CDU.
Esta é altura de as populações mostrarem o seu descontentamento contra as políticas daqueles que nos governam. A nossa proposta é que desobedeçam nestas eleições, que têm que ser aproveitadas para as pessoas dizerem “não” a esta política, porque tudo aquilo que criminosamente nos está a acontecer não é fruto do acaso nem de qualquer intervenção divina ou mera malfeitoria dos poderes centralizantes da União europeia, é, isso sim o resultado das políticas, opções e logros dos sucessivos, perpetrados por aqueles que nos governaram.
Amigos e Companheiros,
Estamos aptos a assumir todas as responsabilidades. PSD e PS já tiveram 38 anos de oportunidade que deixaram gorar. É hora de um outro rumo, é a hora da CDU!

Viva a CDU!

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