25/05/2011

Intervenção de Antero Resende no Comício CDU em Sta Maria da Feira

Camaradas companheiros e amigos
Estamos no meio de uma grande tormenta, no meio de uma tempestade sem paralelo, mas quem semeou os ventos?

Bem os ventos vêm a ser semeados ao longo de 35 anos de sucessivos maus governos e, com maior preponderância, após a nossa entrada para a União Europeia no dia 1 de Janeiro de 1986. 
Desde então, passamos a ouvir frequentemente "foi uma negociação difícil, mas Portugal ficou a ganhar". Pois de ganho em ganho passamos de uma capacidade de produção interna a rondar os 75% das nossas necessidades de consumo para aproximadamente 20% nos dias de hoje.

Outrora aproximávamo-nos em muitos sectores da auto-suficiência, hoje grosso modo 4 em cada 5 produtos expostos nas prateleiras do sector comercial, é importado.
Para isso muito contribuiu o termos deixado assilvestrar por imposição da União Europeia 2 Milhões de hectares de terrenos agrícolas de qualidade.

Diziam-nos quando queriam convencer o povo de que devíamos aderir EU “Portugal tem sol quando o resto da Europa está coberta de neve e a tiritar de frio, vamos inunda-los com a nossa fruta e até pasme-se com as nossas flores”. Grande treta, hoje nem sequer conseguimos produzir 50% das nossas necessidades de consumo de fruta. Ao mesmo tempo e isto desde 2008 o Ministério da Agricultura não licencia qualquer novo pomar impedindo assim os agricultores de acederem às ajudas da União neste sector.

De igual modo desde 1986 o número de pescadores em Portugal foi reduzido em mais de 20 mil. Só na década de noventa a frota pesqueira foi reduzida em trinta por cento (efectivos de barcos porque em tonelagem atingiu os 40%). Consumimos cerca de 60 kg percapita de peixe. Temos mais de 900km de costa e uma das maiores ZEE do mundo pois de corte em corte a balança foi-se desequilibrando e, passamos a importar 350 mil toneladas de peixe que correspondem a 2,5 vezes aquilo que exportamos sendo o deficit comercial neste sector de 600 milhões de euros.

Do mesmo modo no sector energético Portugal depende em 88% de energia importada sendo 60% petróleo. Ora em Portugal o transporte de mercadorias faz-se 94,9% das vezes por via rodoviária, pois destruiu-se mais de mil quilómetros de ferrovia. (na EU não passa de 77%). Ao mesmo tempo que alcatroávamos o país de norte a sul com 3000km de auto estradas, o sector dos transportes florescia e consumia grande parte dessa energia importada, tendo inclusive aumentado a emissão de gases poluentes em 35%, contribuindo assim para que furássemos as quotas de Quioto e passássemos a contribuintes enquanto prevaricadores.

Camaradas e amigos
A terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra.
Cada torrão desta terra é sagrado para o nosso povo. Temos de ensinar a estes que confundiram produzir com destruir que o chão debaixo dos seus pés é feito das cinzas dos nossos antepassados.
Não podemos permitir que a União Europeia passe a governar dentro das nossas fronteiras através de um qualquer regente, chame-se ele Sócrates/Coelho ou Portas pois, se for um dos três partidos do arco da corruptela e do amiguismo que vença as eleições de 5 de Junho próximo, será tão certo isso acontecer como estarmos aqui hoje.

Permitam-me que lance por último daqui um desafio…… a todos aqueles que sempre votaram nos partidos que se dizem do arco do poder e se sentem enganados pelas mentiras das suas politicas, …. Desobedeçam! Desta vez, Votem CDU!

Os mais de 500 mil que perderam o abono de família …. Desobedeçam! Desta vez, votem CDU

Os funcionários públicos, que viram as carreiras congeladas e o roubo do seu vencimento …. Desobedeçam! Desta vez, Votem CDU!
Os desempregados, a quem foi retirado o subsidio de desemprego… Desobedeçam!... Desta vez, Votem CDU!

Aos utentes do SNS, que viram as taxas moderadoras serem aumentadas … Desobedeçam!... Desta vez, Votem CDU!
Os que perderam o rendimento social de inserção … Desobedeçam! ... Desta vez, Votem CDU!

Camaradas e amigos
Dia 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente vamos arejar a política em Portugal … Vamos votar CDU

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