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06/01/2011
INTERVENÇÃO DE FRANCISCO MADEIRA LOPES NO COMÍCIO DA CANDIDATURA DE FRANCISCO LOPES À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUES
Muito Boa Noite,
amigos e companheiros,
minhas senhoras e meus senhores,
 
Quero antes de mais dar umas calorosas boas vindas a todos os que nesta noite, uma noite de semana, noite chuvosa, não quiseram deixar de estar presentes neste Comício na cidade de Santarém da Candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República Portuguesa.

Um Comício que muito mais do que cumprir agenda de campanha, mais até do que, e já não seria pouco, ouvir de viva voz pela boca do candidato Francisco Lopes as razões de ser desta candidatura, mais ainda do que reflectir sobre o que está em causa no próximo acto eleitoral que se aproxima, as eleições para a Presidência da República, este é um acto de compromisso, é um acto de coragem e um grito de afirmação cada vez mais indispensável nestes tempos frios e cinzentos em que tantos se esforçam por impingir às pessoas o desânimo, o desinteresse e a desistência, servidos em bandejas de inevitabilidades, nos canais televisivos à hora do jantar.

No Partido Ecologista “Os Verdes”, analisando o difícil momento presente, percebemos que apoiar a candidatura do Francisco Lopes, para além do acto de coragem e de inconformismo que representa individualmente pela parte de cada um de nós, era a única decisão possível e a decisão essencial no presente momento e no presente desafio.

Porque o desafio que se coloca no próximo dia 23, já deste Domingo a 15 dias, é não apenas escolher um Presidente da República, o primeiro magistrado da nação, mas, muito mais do que isso. Efectivamente, trata-se de fazer uma escolha entre uma continuidade, a continuação do mandato de um dos pais da actual crise (que antes de ser internacional já era nacional, convém recordar), que é representada pelo candidato Cavaco Silva, que tem sido um Presidente absolutamente subserviente e cabisbaixo face aos mercados, bancos e senhores da alta finança, ou escolher uma alternativa de mudança, uma alternativa credível e de confiança, uma alternativa patriótica e de esquerda.

E, companheiros e amigos, Francisco Lopes é essa alternativa. A única. Os demais candidatos estão todos irremediavelmente comprometidos com o rumo que tem sido imprimido ao país e que tem conduzido ao desemprego, aos ataques aos direitos sociais, ao desmantelamento do Estado Social e enfraquecimento dos serviços públicos, às privatizações, aos desequilíbrios territoriais, à destruição da produção nacional e das pequenas e médias empresas, sustentáculo do emprego do país.

É fundamental uma ruptura que introduza finalmente um elemento de equilíbrio no actual sistema político elegendo um candidato de esquerda um Presidente da República de esquerda, que defenda verdadeiramente a Constituição da República Portuguesa, como lhe compete, e as conquistas civilizacionais de Abril que a mesma, malgrado as sucessivas revisões descaracterizadoras que tem sofrido, ainda encerra. É fundamental um candidato sem agendas escondidas, que fala de rosto limpo e nu, olhando os interlocutores nos olhos, falando a verdade aos portugueses do que se impõe alterar e do que já não é mais possível continuar a aceitar. E, mais uma vez, Francisco Lopes é, sem qualquer sombra de dúvida, o rosto da mudança e da ruptura que é necessária!

Por isso, foi com muito prazer, e mais que prazer com rapidez e naturalidade que aceitei ser mandatário para o Concelho de Santarém do meu homónimo Francisco Lopes, com quem tive o prazer e o privilégio de partilhar o espaço de trabalho na Assembleia da República e onde me habituei a respeitar e a admirar a sua postura combativa e porém serena, firme e resoluta e simultaneamente ponderada e reflectida, mas acima de tudo onde sempre vi uma inabalável coerência.

A coerência de uma pessoa que acredita firme e convictamente no que defende e mais que isso que tem perfeita noção da urgência e importância de afirmar a alternativa real ao candidato Cavaco Silva, representante e agente vigorosamente actuante a favor das políticas de direita, neoliberais, capitalistas, que nos têm, mandato após mandato, governo após governo, ano após ano, orçamento de estado após orçamento de estado empurrado cada vez mais para baixo, destruído o nosso aparelho produtivo, designadamente a nível da agricultura e das pescas, vendendo o nosso presente e hipotecando o nosso futuro colectivo.

Uma política que tem abdicado da nossa soberania. Da soberania económica descartada a favor dos interesses dos mercados e tubarões financeiros especulativos que continuam a enriquecer na crise como abutres que depenam agora as carcaças das mortes que causaram. Da soberania política a favor de uma União Europeia cada vez mais belicista e subserviente aos interesses da NATO. Da soberania alimentar num país riquíssimo em bons solos agrícolas, como é o caso do nosso Distrito, mas que importa cerca de 74% do que consome a nível agro-alimentar enquanto assistimos ao despovoamento dos campos, empobrecimento e envelhecimento dos agricultores. Da soberania energética porque o Governo Sócrates parece querer terminar a tarefa encetada pelo Governo de Cavaco Silva, de acabar de destruir os transportes públicos em geral e o transporte ferroviário em particular, empurrando o país cada vez mais para dependência petrolífera do automóvel um dos piores responsáveis pelas emissões de gases com efeito estufa.

Esta é uma candidatura que não tem rabos de palha e que apenas está comprometida com a mudança. Esta é uma candidatura que chama os bois pelos nomes, que denuncia, não os erros, porque essas políticas de direita não erraram nem se enganaram nos objectivos que pretendiam atingir e os interesses que pretendiam servir, mas sim que denuncia os atentados feitos ao longo de décadas ao povo, aos cidadãos, ao país, mas esta candidatura não se limita a apontar o dedo. É a candidatura que simultaneamente ergue a mão apresentando um projecto de sociedade alternativo, uma saída para a crise com confiança nas potencialidades produtivas do país e na capacidade do nosso povo de andar para a frente!

Mas é também a candidatura patriótica que não se resigna, não desiste e que luta por um Portugal melhor, mais justo e fraterno. É a candidatura que, tal como o Homem que a personifica, tem estado ao lado das causas justas e do lado certo da história, não apenas as causas sociais e na defesa dos direitos dos trabalhadores, dos pensionistas, mas também que tem estado ao lado das causas ambientais: na defesa da Água como um direito, na promoção da mobilidade sustentável e dos transportes públicos, na defesa dos serviços públicos e da qualidade de vida das populações.

Enfrentamos neste momento tempos difíceis, em que as pessoas, já começaram a sentir e vão sentir ainda mais os impactos desastrosos deste Orçamento de Estado aprovado com o beneplácito de Cavaco Silva que o assinou de cruz, como coerentemente na sua linha, outra coisa não seria de esperar. Um Orçamento de Estado que vai arrastar o país ainda mais para a depressão, agravar o desemprego ao mesmo tempo que se renovam ataques aos direitos laborais e se enfraquece os sistemas de protecção em caso de desemprego.
E é neste contexto que é preciso recordar como teria sido importante ter um Presidente da República diferente. Um Presidente da República que soubesse dizer não a este Orçamento de Estado. Não dizer sim, nem talvez, nem contudo, nem porém, mas dizer NÃO!

E é tudo isto que está em causa no próximo dia 23 de Janeiro, amigos e companheiros, nas próximas eleições presidenciais e é por tudo isto que lutaremos, que nos empenharemos, colectivamente nesta campanha que aí vem, levando uma mensagem de esperança, de ruptura e de muita confiança nesta candidatura e no nosso candidato, Francisco Lopes.
Muito Obrigado.
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