|
06/06/2015 |
Intervenção de Heloísa Apolónia Marcha Nacional - A força do povo Lisboa, 6 de Junho de 2015 |
|
Intervenção de Heloísa Apolónia
Marcha Nacional - A força do povo
Lisboa, 6 de Junho de 2015
Caras amigas e amigos,
Eis como se constrói a força da mudança: com um povo unido, determinado, erguido, mobilizado.
Aqui, nesta marcha, está a expressão da confiança numa política alternativa, numa política de dignidade, numa política a favor do povo. E que não se duvide: essa política alternativa só é possível com a Coligação Democrática Unitária.
Outros partidos já demonstraram que não conseguem, que não querem, que preferem a roda da alternância para garantir que ora governa um, ora governa o outro, sempre sustentados na mentira e na deslealdade para com o povo. Estamos fartos! Foram esses partidos – PS, PSD e CDS – que, juntos e alinhados, chamaram a Troika. São partidos que já provaram que se tiverem que escolher entre os interesses dos portugueses ou os interesses de uma União Europeia dominada pelas grandes potências, escolhem trair os portugueses.
Nós, CDU, que não sabemos trabalhar com base nas mentiras, temos uma obrigação: para que o esquecimento não sirva de vantagem para quem fez tanto mal a este país, temos o dever de relembrar até à exaustão que PSD e CDS chegaram ao Governo com base na mentira pura e dura! Antes das últimas eleições garantiram que não aumentariam impostos, que não cortariam salários e, afinal, foi o que repetidamente fizeram durante o mandato.
Depois garantiram que a sua política bárbara de austeridade era transitória e ia embora com a Troika. Mentira! Continuaram-na e já demonstraram que, pelo menos, durante a próxima legislatura inteira é assim que querem fazer. Claro está que, agora que se avizinham novas eleições legislativas, procuram omitir muitas das medidas que têm em carteira para prosseguir a sua política, custe lá isso o que custar para o povo, como o vergonhoso corte de pensões ou o avanço mais direto para a privatização da água.
Nós, CDU, que não sabemos trabalhar com base nas deslealdades, temos outra obrigação: não aceitar, por qualquer circunstância, que o PSD e CDS tentem fazer dos portugueses tolos! Estão agora a tentar criar uma ilusão em torno dos resultados das suas políticas maquiavélicas, totalmente contrária à realidade: a dívida não para de aumentar, mas eles dizem que está a descer!; foram mais de 300 mil os que emigraram por falta de oportunidades de emprego no país, mas eles dizem que a emigração não foi muito diferente de todos os outros anos!; são mais de 2 milhões de pobres em Portugal, o fosso entre os mais ricos e os mais pobres acentuou-se, mas eles dizem que é enorme a coesão social; os serviços de saúde estão saturados, as ambulâncias param por falta de profissionais, mas eles dizem que o Serviço Nacional de Saúde, com eles, funciona às mil maravilhas! E podia agora aqui continuar a dar muitos outros exemplos da forma como PSD e CDS, para esconderem o fracasso das suas políticas, para escamotearem os resultados de empobrecimento do país, procuram agora pintar o país de uma cor que ele não tem. Mas como podem pretender enganar assim os portugueses? Estamos fartos das farsas destes partidos estrategas, mentirosos, que põem o povo à borda do prato para servir os grandes interesses económicos e financeiros. Reclamamos dignidade, desenvolvimento, progresso!
As próximas eleições são uma oportunidade de ouro para garantir mudança neste país. Mas essa mudança não se dará com a alternância entre PSD/CDS e PS. A mudança não se dá com uma política no mesmo rumo, só que com um ritmo diferente ou com um detalhe diverso. E o PS não propõe mais do que isso. Perguntar-nos-ão, porventura, nas ruas, nos cafés, nos locais de trabalho, ou em muitos outros sítios: mas qual é, então, a solução? E a resposta séria só pode ser uma: a solução só se constrói com a Coligação Democrática Unitária.
A coligação PCP/PEV propõe um sério combate à pobreza e às desigualdades neste país; propõe uma real redinamização da nossa atividade produtiva; propõe um dinâmico combate ao desemprego; propõe a dignificação dos salários e das pensões; propõe a renegociação de uma dívida que não para de crescer; propõe um sistema fiscal justo que alivie a carga de impostos sobre os rendimentos do trabalho e acabe com os enormíssimos benefícios e isenções fiscais à banca; propõe a salvaguarda das funções sociais do Estado – educação, saúde e segurança social ao serviço das pessoas e do desenvolvimento do país; propõe uma política ambiental que promova qualidade de vida às atuais gerações e garanta a salvaguarda de recursos naturais para as próximas gerações; propõe o combate às assimetrias regionais; propõe uma política cultural que possa interpelar consciências e saberes. Propomos dar alma e corpo a um Portugal com futuro!
É na esperança que reside a nossa convicção. É na convicção que reside a nossa força. E é da nossa força que cresce a luta por um país que urge reconstruir - sempre, sempre guiados pelos valores de Abril.
Que cada um de nós seja um elemento de construção de um Portugal soberano, justo, desenvolvido, sustentável, digno. Viemos hoje à rua construir a marcha ‘A força do Povo’. Unidos contribuamos agora para construir o país da força do povo!
Viva a Coligação Democrática Unitária.
Viva o povo português