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Intervenção de José Luís Ferreira, Comício em Beja

Boa noite, amigos e companheiros,

Antes de mais e em nome da Direcção do Partido Ecologista “Os Verdes”, gostaria de vos saudar a todos.

Todos vós, candidatos e activistas da CDU, que, aqui em Beja, se têm activamente envolvido nesta luta e cujo contributo e empenho, se torna imprescindível para transformar este desafio eleitoral num grande reforço da verdadeira esquerda alternativa, que é a Coligação Democrática Unitária.

A 4 dias do 5 de Junho, é também altura de reafirmar a extrema importância que esse acto eleitoral, representa para todos nós.
Importante porque está em causa o futuro dos Portugueses nos próximos anos, a definição das politicas que vão nortear o nosso destino colectivo.

Mas importante também porque nos permite mostrar, aqueles que pretendem reduzir a vida política nacional ao PS e PSD, que ainda por cima são os grandes responsáveis pela situação que o País e os Portugueses vivem, que ainda por cima, cada vez se confundem mais nas políticas que praticam, e que ainda por cima têm governado sempre para os mesmos, os mais favorecidos, que não vamos em cantigas, sabemos que há mais mundo para além deles, há outros caminhos e existem alternativas.

Como seria de esperar, durante a campanha eleitoral, PS, PSD e CDS, estão a agir como se não tivessem nada a ver com a grave situação que o País atravessa.
Mas nós não vamos em cantigas, sabemos que o mundo não começou agora, e são eles, os únicos responsáveis pela situação que os Portugueses hoje vivem.
Com as suas políticas neo-liberais o PS e a direita colocaram Portugal como o País da União Europeia com mais desigualdades na distribuição da riqueza e um dos que tem mais população em risco de pobreza.

Duas, em cada cinco crianças estão hoje a viver em situação de pobreza.
Foram eles que no interesse exclusivo do mercado, privatizaram serviços públicos essenciais, com fortes penalizações para a generalidade dos Portugueses.
De facto, têm sido essas políticas que, subvertendo intencionalmente o primado das Funções Sociais do Estado levaram a um preocupante retroceder de direitos essenciais, na Educação, na Saúde, na Justiça, na Segurança Social, mas também nos valores naturais.
Os resultados são bem visíveis.

Aumenta o número de estudantes que abandonam os estudos porque não conseguem pagar as propinas.

O recurso à Saúde vai ficando cada vez mais longe e parte significativa das camadas sociais mais fragilizadas, deixa de comprar medicamentos porque não tem condições financeiras para o fazer.
O acesso à Justiça é cada vez mais, só para alguns e uma miragem para muitos.
A redução real dos salários da esmagadora maioria dos Portugueses, tem sido uma constante.
O desemprego alastra a um ritmo nunca visto.

Depois disto, vêm agora encher-nos de promessas coloridas para o futuro, quando o passado apenas mostra práticas cinzentas. Vêm agora prometer “mundos e fundos” e falar-nos do voto útil.
Ainda ontem, Passos Coelho dizia que o voto útil era no PSD, para a seguir José Sócrates vir a correr a dizer que não senhor, o voto útil era no PS.

Mas nós não vamos em cantigas, e perguntamos aquilo que não foi dito, o voto no PSD ou no PS é útil para quem?
Para os professores, que foram uma das classes mais perseguidas nos últimos anos?
Para os desempregados que viram as novas condições de recurso vedar-lhes  o acesso ao subsidio de desemprego?
Para as pessoas que recebem o Salário Mínimo Nacional, cujas promessas de actualização estão seriamente comprometidas?
Para os reformados e os Idosos , cujas pensões foram congeladas?
Para os estudantes, que assistiram a grandes cortes no que diz respeito à atribuição das bolsas de estudos?
Para os doentes a quem até o transporte de ambulância quiseram retirar?
Para as pessoas que deixam de comprar medicamentos porque o medicamento passou a ser um produto de luxo e o dinheiro não chega para tudo?
Para os cidadãos de Beja que utilizam o comboio e que agora para irem a Lisboa têm de andar para trás, ir até à Funcheira e apanhar o comboio para Lisboa?

Afinal o voto no PS, no PSD ou no CDS é útil para quem?

Eles não dizem, mas nós que não vamos em cantigas, dize-lo com todas as letras:
O voto nos Partidos responsáveis pela situação que está criada, é útil para os accionistas das grandes empresas que distribuem lucros sem serem tributados.

É útil para os bancos que continuam a pagar uma taxa de IRC muito inferior a que paga qualquer média ou pequena empresa.
È útil para aqueles que beneficiam das mais valias mobiliárias, que esses partidos se recusam a aumentar a injusta e imoral tributação.
É útil para aqueles que beneficiam dos paraísos fiscais.
É útil para a Banca que financia os investimentos das Parcerias Publico Privadas e para as empresas que ficam com o negócio.
É útil para o lobby rodoviário que ganha mercado á medida que os Governos vão empurrando as pessoas para fora dos comboios.
È útil para aqueles que querem transformar os recursos naturais e as áreas protegidas num objecto de negócio.
E é útil para aqueles que querem deitar a mão ao negócio da agua, para a explorarem como se fosse uma reles mercadoria.

Para esse será de facto um voto útil. Mas é só para esses, então e para o resto? Para a generalidade dos cidadãos?
Pois, se calhar é por isso que eles não dizem para quem é útil o voto nos partidos da Troika.
Mas é também por isso que, de forma consciente, afirmamos que o voto útil é na CDU, porque ajuda a eleger deputados que na Assembleia da República defendem de forma intransigente os interesses da generalidade dos Portugueses, sobretudo dos mais desfavorecidos.

Deputados que combateram intransigentemente as politicas neo-liberais e apresentaram propostas no sentido de inverter esta tendência, que tem permitido que a pobreza alastre, ao ritmo do aumento dos lucros, dos grandes grupos económicos.

Foram “Os Verdes”, e a CDU que ao longo desta legislatura defenderam a água e os recursos hídricos como um direito ao serviço das populações e nunca como mercadoria, o correcto financiamento das áreas protegidas e a gestão ambientalmente sustentável dos resíduos industriais perigosos.

Fomos nós que defendemos a salvaguarda do princípio da precaução, no que diz respeito às variedades transgénicas agrícolas, que eles nos querem impor, ao arrepio da vontade das autarquias, de se constituírem em Zonas Livres de OGM´s e dos direitos de agricultores e consumidores.
Foram “Os Verdes”, e a CDU que denunciaram os atropelos no que se refere ao ordenamento do território e o assalto promovido a zonas sensíveis através dos PIN e PIN+ para grandes empreendimentos turísticos.

Fomos nós que combatemos as políticas que procuraram remeter o ambiente para segundo plano, invariavelmente atrás dos interesses económicos, na tentativa de transformar os recursos naturais num mero negócio.
Foram “Os Verdes”, e a CDU que propuseram medidas eficazes para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa; que combateram a tentativa de transformar a política de conservação da natureza numa oportunidade de negócio; que combateram a privatização de importantes sectores como a energia ou os transportes.

Estivemos sempre do lado certo, do lado das populações, do lado dos interesses da generalidade dos Portugueses, por isso afirmamos com toda a clareza, que a Coligação Democrática Unitária tem para apresentar aos eleitores um património rico em trabalho, em propostas, em acção, mas também em luta efectiva.

Um património de verdade, de defesa da justiça social e da sustentabilidade ambiental. Um património feito de pessoas para pessoas, de cidadãos para cidadãos, de eleitos e activistas para eleitores.
E é por isso que não temos dúvidas em afirmar que o reforço da CDU é indispensável para a imperiosa mudança de políticas que o País há muito reclama.

E portanto, no dia 5 de Junho, temos de lhes dizer que não vamos em cantigas.
Porque há votos que deixam tudo na mesma e há votos que mudam…
Vamos contribuir para a mudança.
Viva a CDU.

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