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23/05/2014
Intervenção de Manuela Cunha no Comício de Encerramento de campanha da CDU, Seixal
A Campanha Eleitoral para o Parlamento Europeu está hoje, no seu último dia e tal como nas outras campanhas eleitorais, para as autarquias locais ou para as legislativas, os candidatos e activistas da CDU, andaram nos locais de trabalho, nas universidades, na rua e nas feiras a contactar com as pessoas, a defender as nossas ideias, a apresentar as nossas propostas, a prestar contas do trabalho desenvolvido e a apelar ao voto.
Mas esta campanha teve algo de bem diferente de todas as outras. Andámos muito sós, nestes locais públicos. Raramente nos cruzamos com outras forças políticas, sobretudo com as que estão actualmente no Governo (PSD-CDS).
Os portugueses devem ter estranhado que o homem que mais se celebrizou pela sua frequência das feiras, sempre de boina na cabeça, como sinal de irmandade com o povo, refiro-me obviamente ao mesmo senhor que apresentou, no ano passado, a celebre demissão irrevogável, tenha desperdiçado esta oportunidade para um banho de multidão.
Não é de admirar. Os partidos do Governo (PSD-CDS), não arriscaram o confronto com o povo e fugiram ao confronto com o estado do país.
PSD-CDS fizeram campanha em lugares confinados, a propaganda chegou às caixas de correio dos portugueses via info –mail.
Sabiam que nas feiras já não encontrariam multidões, que as ruas tradicionais de comercio e encontram-se dolorosamente vazias e não quiseram arriscar a ouvir, e lá saberão porquê, os comerciantes a desabafar a sua agonia, as pessoas a manifestar a sua revolta perante as dificuldades com que se confrontam e o desanimo e descrédito que sentem face a tantas promessas traídas e tantas mentiras pregadas.
Nós andámos na rua, não tivemos medo do povo, nem tínhamos razões para isso, esclarecemos, animamos, demos esperança. E Amigos e Companheiros, à medida que a campanha foi avançando, fomos ouvindo cada vez mais manifestações de confiança e de simpatia. Pessoas que nos diziam: Desta vez vou votar na CDU; Vou votar pela CDU pela primeira vez; (Jovem) Não concordo convosco em tudo, mas pela vossa honestidade…….. Ouvimos estas palavras em Bragança, em Tomar, em Fátima, etc…
Por isso Amigos e Companheiros podemos afirmar bem alto que a CDU AVANÇA COM TODA A CONFIANÇA.

Amigos e Companheiros,
Estas eleições são de facto uma verdadeira oportunidade de mudança, tanto para o país como para a Europa.
Mas mudar não é perpetuar o “vira do poder”, entre os três partidos (PS/PSD/CDS). Partidos que acordaram com Troika o estrangulamento da nossa economia, uma austeridade brutal, a destruição dos serviços públicos (educação, saúde, transportes, tribunais), a privatização das empresas estratégicas para o país, empresas que davam lucros, como os CTT, a EGF que gere os lixos. Já venderam todos os anéis, agora só falta deceparem os dedos.
Deve ser a isto que chamam uma saída limpa da Troika. De facto os bolsos dos portugueses ficaram limpos! Os cofres públicos ficam mais limpos cada dia que passa, com o transvase que vai continuar para o FMI e para o BCE, de dinheiros para pagar os juros agiotas e incomportáveis desta dívida. Ainda ontem foi tornado público o valor actual da dívida 220 mil Milhões de Euros, 132,3% do PIB, quando esta era de  214, mil milhões ainda à poucos meses e de 171 mil Milhões em 2011!
Caros Companheiros, a Troika deixa uma pegada gigantesca, no nosso país, com rastos tanto a nível económico, como social, como ambiental.
São 120 portugueses que emigraram no ano passado, um fluxo equivalente aos anos 60, dos quais muitos jovens formados.
Um desemprego real que atinge os 25% e dos quais 37% são jovens.
É 1 Milhão e meio de pessoas a viver na pobreza.
É um país cada vez mais desertificado e mais pobre.
Caros Amigos, é importante que domingo o voto dos portugueses expresse claramente a recusa em ficar algemado a esta divida, a necessidade de renegocia-la, nos termos em que a CDU tem defendido desde o início, para que o país não seja arrastado para uma situação insustentável.
Aos cidadãos com preocupações ecologistas que, com “Os Verdes”, defenderam uma mobilidade sustentável e lutaram contra o desmantelamento da Rede Ferroviária Nacional,  que em  dezenas de acções de protesto manifestaram-se contra a barragem e em defesa  da linha e do Vale do Tua, que tal como nós defenderam a classificação da Arrábida como Património da Humanidade, que combatem a privatização da água, bem fundamental à vida, que recusam a eucaliptização do país e exigem a protecção do nosso montado de sobro, que recusam que os grandes negócios do betão e das energias deixem o nosso litoral à mercê da erosão costeira e dos riscos crescentes das alterações climáticas e estes interesses económicos e financeiros se sobreponham aos valores do património natural e cultural e ao desenvolvimento sustentável das regiões e do país.
A todos vós apelamos para que Domingo, o vosso sentimento de revolta se transforme num gesto de esperança e de mudança, numa condenação eficaz destas políticas e no reforço de uma verdadeira alternativa para Portugal e para a Europa, ao confiarem nos Verdes votando na CDU.
Companheiros,
Empenhamo-nos nesta campanha, para que uma verdadeira mudança possa surgir das urnas, no domingo. Mudança que venha gerar condições para trilhar novos caminhos para Portugal e para a Europa, para reconquistar poder de decisão, para travar o nosso empobrecimento.
Não podemos continuar a aceitar, como os anteriores governos portugueses aceitaram, a submissão a este modelo político e económico protagonizado pela União Europeia, que submete as economias mais frágeis como a nossa, aos interesses de economias fortes como a Alemã, fomentando uma desigualdade notória entre Estados.
Não podemos continuar a aceitar que a grande maioria dos deputados portugueses eleitos no Parlamento Europeu aprovem medidas que nos deixem ainda mais submissos e mais frágeis, medidas que não atendem às nossas necessidades e que nos empobrecem a todos os níveis.
Precisamos de, domingo, eleger mais deputados que dêem voz a Portugal, voz às especificidades do nosso país, sejam elas a nível económico, social, cultural ou ambiental. Deputados que defendam uma política agrícola que proteja a agricultura familiar e promovam práticas amigas do ambiente, que defendam as nossas pescas, que recusem e combatam os tratados internacionais lesivos para a produção nacional, que defendam uma mobilidade sustentável.
Os ativistas da CDU empenharam-se em combater o desânimo das pessoas, o descrédito que recai sobre o sistema democrático na sequência das mentiras deste Governo PSD/CDS, o populismo barato e inconsequente e os fazedores de opinião por encomenda que visivelmente assustados com o crescimento do apoio à CDU, usam os mais fraudulentos argumentos para nos denegrir. Foi e será sempre, apoiados no reconhecimento das populações pelas lutas travadas e pela sua justeza, que demonstramos e continuaremos a demonstrar que a alternativa de mudança passa pela CDU, a única força que nunca encandeou ninguém com o brilho das estrelas da Europa, que sempre alertou para as consequências dos caminhos seguidos pela União Europeia e sempre defendeu os interesses de Portugal e um modelo de desenvolvimento sustentado na produção nacional, na coesão social e territorial, na preservação e valorização das riquezas naturais e culturais.
Domingo vamos reforçar a CDU.
Viva a CDU.


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