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06/05/2014
Intervenção de Miguel Martins da Comissão Executiva Nacional do PEV, no almoço promovido pela CDU com agricultores da região
Companheiros e Amigos,

Quero desde já, e em nome do Partido Ecologista «Os Verdes» dirigir uma saudação especial aos candidatos: João Ferreira e Mário Martins, ao Partido Comunista Português e uma saudação fraterna a todos os agricultores aqui presentes.

Não é fácil para os agricultores fazerem germinar as sementes, quando ao longo dos anos têm sido confrontados com uma grande PRAGA. Uma praga de políticas fomentada, apoiada e implementada pelos governos PSD, PS e CDS nesta Política Agrícola Comum (PAC) que seca a nossa agricultura. Pois bem, com esta PRAGA a superfície agrícola utilizada diminuiu 330 000 hectares e desaparecerem em Portugal, mais de 300 mil pequenas explorações agrícolas,  o que corresponde a um abandono de 1250 explorações por mês, ou seja mais de 40 por dia.

Aquando da adesão de Portugal à  CEE, actual União Europeia,  produzíamos 75% do que consumíamos no nosso país. Hoje a realidade inverteu-se: 75% do que consumimos é importado. Os sectores produtivos, em grande parte a agricultura e as pescas, foram perdendo expressão face a uma intrusão fortemente agressiva das economias mais fortes apoiada pela União Europeia. Desta forma, a nossa economia ficou mais débil, temos uma maior dependência do exterior, perdemos postos de trabalho, deu-se um agravamento do despovoamento e das assimetrias regionais, mas também da poluição atmosférica e do efeito de estufa, devido ao aumento do transporte de mercadorias.

Hoje o resultado está à vista: um défice alimentar que ronda os 4 mil milhões de euros que contribuiu para que Portugal seja um país mais pobre e menos soberano.

O défice na grande maioria dos bens alimentares e na balança de pagamentos, agravou-se de forma vertiginosa desde a entrada de Portugal para a Europa Comunitária e é uma consequência direta do servilismo dos sucessivos governos (PS/PSD/CDS) à Política Agrícola Comum (PAC), à Política Comum de Pescas (PCP) e aos Acordos de Livre Comércio estabelecidos pela UE com países terceiros.

A Política Agrícola Comum e a Política Comum de Pescas não estão adaptadas às especificidades de cada Estado e não são sustentáveis, pois inserem-se num processo não de cooperação e de convergência, mas de domínio económico e de assimetrias de desenvolvimento.

A última reforma da PAC, no final de 2013, veio aprofundar o rumo de liberalização dos mercados, o que continuará a levar ao desaparecimento de mais pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar.

Ao mesmo tempo que fizeram murchar a pequena agricultura e a agricultura familiar, os partidos do arco da divida (PSD, CDS e PS) fizeram florescer os grandes grupos económicos do sector da distribuição, como SONAE e Jerónimo Martins, principais importadores do país.

É necessário e é possível voltar a ADUBAR a pequena agricultura e a agricultura familiar. É necessário e é possível combater esta PRAGA de políticas seguidas pelo PSD, PS e CDS. Não é preciso HEBICIDAS. É sim, necessário no dia 25 de Maio dar mais força à CDU. A CDU é única força política coerente, a força que defende os interesses dos agricultores, do povo e do país. Sim é possível DESENVOLVER PORTUGAL NUMA OUTRA EUROPA.

Viva a CDU
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