|
25/07/2015 |
Intervenção de Sónia Colaço membro da Comissão Executiva Nacional do PEV e candidata nas listas da CDU às Eleições Legislativas pelo círculo eleitoral de Santarém |
|
Intervenção Sónia Colaço
Santarém - Eleições Legislativas 2015
Apresentação dos Candidatos da CDU – Benavente
Boa tarde Caros Amigos e Companheiros,
Permitam-me, antes de mais, e em nome de “Os Verdes” saudar todos os presentes, em particular os nossos amigos de coligação, o PCP e a Intervenção Democrática, saudar ainda todos os ativistas que com o seu empenho e dedicação, promovem, divulgam e valorizam o projeto político que é a CDU.
Permitam-me ainda saudar os restantes candidatos da lista, homens e mulheres que dão corpo a este projeto no distrito de Santarém. Todos juntos, temos a responsabilidade de nos próximos tempos, até Outubro, sermos portadores da política alternativa necessária ao país.
Esta é a coligação que tem sido reconhecida pela sua intervenção na construção de uma vida melhor para todos. O reconhecimento que é cada vez maior, pelas provas dadas, em serviço do povo, pelos eleitos da CDU, seja nas Autarquias, seja na Assembleia da República, é o reconhecimento da justeza das nossas propostas e das lutas travadas com as populações. É do património dos homens e mulheres e jovens que dão corpo à CDU, que temos a confiança, de que é possível, a CDU crescer e obter um resultado que pode ser decisivo para ditar o fim à austeridade e ao definhamento do país.
Caros Amigos e Companheiros,
Não podemos deixar de recordar o que foram os últimos quatro anos de governação da maioria PSD/CDS, com os portugueses a viverem num contexto de opções políticas neoliberais, que fomentaram o empobrecimento e o retrocesso económico e social. Opções que foram sendo seguidas também pelo PS, não só dando apoio a este governo em vários assuntos, mas também enquanto responsáveis governativos anteriormente. Como também não podemos esquecer que foi esta TROIKA nacional que negociou com a TROIKA estrangeira, a estratégia que levou à perda de direitos laborais e sociais, à precarização do emprego, à redução de salários e pensões e à emigração forçada de tantos jovens.
Podemos afirmar que as condições de vida das populações do distrito de Santarém foram brutalmente degradadas, tal como no resto do país, com as políticas de austeridade aplicadas. O aumento do encerramento de serviços públicos no distrito tornou cada vez mais inacessível às populações, direitos constitucionais fundamentais à vida. Na área da saúde, com a falta de médicos e outros profissionais, muitas extensões de saúde foram encerradas, instalou-se o caos nas urgências hospitalares, perderam-se especialidades médicas. Na educação, fechar a escola pública, faz aumentar o tempo que as crianças passam fora de casa e da sua comunidade, com todas as implicações que daqui vem para o sucesso escolar. O encerramento de estações de CTT e balcões da Segurança Social, a reorganização do Mapa Judicial, afastou mais uma vez os cidadãos dos serviços sociais do Estado.
Estamos perante políticas de cariz ideológico, que privilegiam o lucro a curto prazo, a todo e qualquer custo, independentemente das condições laborais ou dos recursos ambientais. Ao nível da floresta, veja-se a crescente área de implantação de eucaliptos no distrito, ocupando zonas que anteriormente eram agrícolas, resultado da medida de liberalização do eucalipto, em clara resposta à pressão da indústria de celulose, mesmo que esse plantio traga a longo prazo prejuízos irreversíveis para o ambiente, nomeadamente a redução da biodiversidade, o aumento de incêndios e a consequente desertificação do solo. Os incêndios que todos os anos lavram no país são, por um lado, fruto e consequência desta eucaliptização, mas também têm vindo a criar condições para a expansão do eucalipto. Uma situação que se agrava com a permissividade política que tem reinado em relação à reflorestação de áreas ardidas com eucalipto, com a falta de uma política de ordenamento florestal eficaz e com uma promoção da floresta de cariz industrial/celulose em relação à floresta multiuso e de espécies autóctones.
No entanto, ao nível da Conservação da Natureza não foi prioritário dotar as áreas protegidas de recursos, humanos e técnicos, para a sua efetiva gestão e promoção de instrumentos de valorização dos ecossistemas naturais, nomeadamente o Paúl do Boquilobo e a Reserva Natural do Estuário do Tejo.
Ao nível da produção nacional e da promoção do consumo local, estamos numa das zonas mais ricas de produção alimentar do país, com condições próprias para promover a agricultura familiar, apoiando culturas diversificadas e adaptadas aos nossos solos e clima. Fomentar a agricultura biológica, conjugando com a proteção da biodiversidade e proibindo o cultivo de OGM’s são as alternativas que defendemos, mas as opções governativas traduziram-se no território com o aumento da área cultivada com milho transgénico. Desde 2005 que há mais 8500 hectares no país, sendo o concelho de Coruche o que tem maior área implantada no distrito de Santarém, com cerca de 870 hectares em 2014.
Na área dos transportes e da mobilidade, em vez de garantir melhores desempenhos ambientais da nossa sociedade, através da menor utilização do transporte individual e apostando numa utilização mais massiva do transporte coletivo, o Governo fomentou uma redução de serviços de transporte de passageiros. Alterando horários, diminuindo a oferta, aumentando os preços dos bilhetes, promovendo o desinvestimento nas infraestruturas e material circulante, afastou milhões de passageiros comprometendo claramente o direito à mobilidade das pessoas, tanto ao nível rodoviário como ferroviário. Também ao nível das acessibilidades, vários são os casos a assinalar no distrito, pois o investimento nacional tem outras prioridades, mas deixamos o exemplo da ponte de Santa Justa, infraestrutura que não só é importante para as populações locais, como também serve de ligação entre Coruche e Montargil.
Caros Amigos e Companheiros,
As potencialidades naturais, culturais e patrimoniais do nosso distrito, não foram devidamente aproveitadas nem desenvolvidas, pelo contrário, sofreram com a degradação e o abandono causadas pela aplicação destas políticas de austeridade. Sabemos que a continuação do PSD, CDS e PS como alternância nos governos não nos ajudará a sair da crise económica, social e ambiental que nos mergulharam.
Inverter esta situação é possível e a CDU tem respostas e soluções para estes problemas. Para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses é urgente erguer uma alternativa no país que ponha fim às políticas de austeridade, que devolva a dignidade ao nosso povo, que devolva soberania ao país, que promova desenvolvimento.
As eleições legislativas são uma oportunidade ímpar para promover a mudança de que o país precisa!
Para essa mudança podem contar com a CDU, os seus eleitos e ativistas, que em conjunto com as populações, lutam em defesa do serviço nacional de saúde, como por exemplo aqui em Benavente, em Santarém ou Rio Maior, através das comissões de utentes onde estão inseridos.
Os Verdes e a CDU também fazem parte dessa mudança! Continuaremos a apresentar respostas e soluções ecologistas para o país, para a Europa e para o mundo, num compromisso com a Natureza, base de todas as formas de vida e das atividades humanas.
O reforço da CDU nas próximas legislativas será o caminho para uma política de esquerda, ecologista e que defenda os princípios de Abril para uma sociedade mais justa.
Juntos vamos conseguir!
Viva a CDU!