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16/05/2014
Intervenção de Susana Silva no comício da CDU Aveiro
Boa noite a todos,
Queria em primeiro lugar começar por saudar, em nome do Partido Ecologista «Os Verdes», o Partido Comunista Português, e a Intervenção Democrática, saudar os mandatários distrital (Adelino Nunes) e nacional (Ilda Figueiredo), o candidato do distrito de Aveiro Miguel Viegas e uma saudação sempre fraterna a todos os presentes que nos acompanham nesta tão necessária mudança, que representa a Coligação Democrática Unitária.

Companheiros e amigos,
Portugal vive actualmente um dos períodos mais difíceis da sua história e, caso não se inverta este rumo, a tendência será piorar a cada dia que passa, com graves prejuízos para o país e para o povo.

O Governo PSD/CDS-PP prossegue as suas políticas de ataque aos direitos da população e de defesa dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, gerando cada vez mais desigualdades, mais injustiças, maior retrocesso social e mais pobreza.

O PS, que não pode fugir das suas responsabilidades enquanto esteve no Governo, tem sido agora muitas vezes cúmplice do Governo PSD/CDS. Também por parte do Presidente da República há, como bem sabemos, um grande comprometimento com esta política de recessão e de devastação do país, não fosse este o presidente do PSD, do CDS, da banca e dos grandes grupos económicos.

Estamos perante o resultado de anos e anos de exploração, de destruição da produção nacional e de serviços públicos, e de favorecimento dos grandes grupos económicos. É claro que nada disto se deve ao pagamento devido de salários e pensões, nem à existência de serviços públicos que são imprescindíveis ao desenvolvimento do país.

Procuram convencer-nos de que os nossos direitos são privilégios e regalias, e que o caminho que nos estão a impor vai levar-nos ao fim da crise, quando está mais do que provado que este modelo não nos leva a lado nenhum. Falam em progressos significativos e que somos o 3º país da zona euro a terminar o programa de ajustamento com sucesso. Nada é mais irrealista do que tais afirmações.

Companheiros e amigos,
Eis o resultado de três anos do programa de assistência financeira: 500 mil postos de trabalho destruídos, com mais de um milhão e quatrocentos mil desempregados, a maior parte deles sem receber qualquer apoio social, o abono de família foi retirado a 650 mil crianças e jovens, 200 mil beneficiários ficaram sem o Rendimento Social de Inserção.

Cortes de salários, de pensões e de reformas que continuam a ser dos mais baixos da União Europeia, emigração forçada de jovens, precariedade, encerramento de empresas e destruição e privatização de serviços públicos. Tudo isto em claro confronto com a Constituição da República Portuguesa e com os valores da Revolução de Abril.

Hoje estamos amarrados a esta impagável dívida, pois ela não é possível ser paga nos termos e nos moldes que nos são impostos. Não tenhamos ilusões, não é possível um país pagar o que deve sem criar riqueza. E para gerar esta riqueza é necessário produzir, dinamizar a economia.

É por isso que a CDU defendeu desde o início a renegociação da dívida, nos seus prazos, juros, montantes, para que se possam canalizar recursos para investimento público de qualidade, um investimento que crie postos de trabalho, que faça crescer o país.

A actual situação de crise agravou drasticamente o desemprego e os responsáveis são, mais uma vez, os que defendem as políticas de direita que destroem de forma brutal os direitos laborais, PSD, PS e CDS.

Companheiros e amigos,
Todas estas políticas têm tido um grande suporte na União Europeia e têm sido as políticas europeias que têm acentuado os problemas de Portugal.

Desde o início que a CDU alertou para os efeitos que este modelo de construção europeia e a adesão ao euro teriam numa economia, como a Portuguesa. E infelizmente temos vários exemplos que comprovam que tínhamos e temos razão.
Desde a entrada de Portugal para a Europa Comunitária, o défice na grande maioria dos bens alimentares e na balança de pagamentos, agravou-se de forma vertiginosa e é uma consequência direta do servilismo dos sucessivos governos (PS/PSD/CDS) à Política Agrícola Comum (PAC), à Política Comum de Pescas (PCP) e aos Acordos de Livre Comércio estabelecidos pela UE com países terceiros.

A Política Agrícola Comum e a Política Comum de Pescas não estão adaptadas às especificidades de cada Estado e não são sustentáveis, pois inserem-se num processo não de cooperação e de convergência, mas de domínio económico e de assimetrias de desenvolvimento.

A última reforma da PAC, no final de 2013, veio aprofundar o rumo de liberalização dos mercados, o que continuará a levar ao desaparecimento de mais pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar.

Também a reforma da Política Comum de Pescas veio aprofundar o desmantelamento e a degradação deste sector, com a crescente liberalização do acesso às águas nacionais, do abate da frota pesqueira e da destruição de postos de trabalho. [O nosso tecido industrial foi também ele destruído.] Foram e são políticas que delapidaram por completo os nossos recursos naturais e que nos impediram de produzir e crescer, como país e como povo.

Companheiros e Amigos,
A CDU não se identifica com o caminho que esta Europa está a seguir. A União Europeia atravessa hoje uma profunda e grave crise de valores, que coloca em causa muitas conquistas sociais, democráticas e económicas, sendo hoje um mero instrumento e veículo do neoliberalismo, assistindo-se a um cada vez maior alargamento do fosso entre povos ricos e povos pobres e, dentro de cada Estado, a um cada vez maior fosso entre cidadãos ricos e cidadãos pobres.

O modelo económico europeu não é sustentável, assim como o modelo ambiental e social. A União Europeia tem vindo a corresponder, isso sim, aos objectivos e às necessidades dos grandes grupos económicos e da banca.

O resgate de bancos custou milhares de milhões de euros aos contribuintes europeus, e não podemos permitir que isso volte a acontecer.

A CDU quer e defende uma Europa dos povos e para os povos e não uma Europa dos mercados e para os mercados.

Queremos uma Europa que defenda e pugne por aqueles que são efectivamente os verdadeiros valores da humanidade, designadamente, a solidariedade e a justiça social. Defendemos um projecto de União Europeia aberto, solidário e onde cada Estado–Membro seja soberano e com direitos iguais entre si.

Companheiros e amigos,
Nas eleições de 25 de Maio, eleger mais deputados da CDU é fundamental para defender um país soberano e desenvolvido, para lutar contra a austeridade e também para colocar como prioridades da agenda política portuguesa e europeia, entre outras, questões como o combate pelos direitos sociais e a defesa dos sectores produtivos de forma sustentável.

Portugal não precisa de mais vozes no Parlamento Europeu que não defendam os interesses do país, que pactuem com tudo o que é decidido na União Europeia e que nos prejudica, e que estejam subjugadas a um modelo de construção europeia que visa apenas favorecer uns em detrimento de outros.

Portugal precisa sim de eurodeputados determinados a fazer ouvir e defender as necessidades dos portugueses e as especificidades do nosso país.

Votar na CDU é votar em mulheres e homens apenas comprometidos com os interesses do nosso povo e do nosso país, é votar para eleger deputados que defendem a nossa soberania nacional e lutam pelos nossos direitos.

Reforçar a CDU pode não significar uma mudança imediata de Portugal, mas constituirá uma alavanca importante para a mudança necessária por que todos os portugueses anseiam.

As eleições para o Parlamento Europeu são uma oportunidade para dar voz aos que defendem uma mudança de política, e são também uma oportunidade para penalizar aqueles que insistem em manter Portugal agarrado a políticas de austeridade.

Está na hora de mostrar com o nosso voto, um forte basta às políticas seguidas pelo actual Governo com o apoio do PS. Reforçar a CDU, é contribuir para o único projecto de verdadeira mudança e de verdadeira alternativa que o povo e o país necessitam.

Companheiros e amigos,
Com a CDU é possível DESENVOLVER PORTUGAL NUMA OUTRA EUROPA!
Votar na CDU é votar por Abril!
Viva a CDU!
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