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21/05/2009
Intervenção do Deputado Francisco Madeira Lopes em Alpiarça
INTERVENÇÃO ALPIARÇA EUROPEIAS
Francisco Madeira Lopes
21 de Maio de 2009

Companheiros e Amigos,

Dia a dia, de iniciativa em iniciativa, a CDU reforça-se em apoios e na mobilização necessária para enfrentar com muita energia os três desafios eleitorais que aí vêm.

Ouvimos dizer com frequência que os partidos políticos são todos iguais. Bem é verdade que há uns mais iguais que outros (PS e PSD). Mas na CDU não aceitamos ser metidos no mesmo saco de gatos que os outros. E não o fazemos por qualquer sobranceria moral injustificada. Não aceitamos porque somos de facto diferentes, porque a nossa acção, a nossa luta, as nossas propostas o nosso trabalho é diferente e distingue-se dos demais. Somos diferentes, podemos e fazemos a diferença, toda a diferença. A diferença e a alternativa democrática de ampla convergência de esquerda que somos. Alternativa a esta política de alternância entre direita pura e direita disfarçada de esquerda, dita Moderna, tantas vezes ao longo desta legislatura mais reaccionária que a própria direita.

Não aceitamos o discurso fácil do “são todos iguais” porque não corresponde à verdade! Porque é injusto e falacioso. Curiosamente os detractores da Democracia Parlamentar e dos Partidos, nas soluções que logo se apressam a apresentar, como os círculos uninominais ou a redução do número de deputados, só conduziriam à redução drástica da pluralidade na representatividade democrática e no agudizar da bipolarização partidária e da vida política, entre PS e PSD, que praticam a mesma política e que são aliás os principais responsáveis pela perda de credibilidade da actividade política, que deveria ser, que é, quando praticada com seriedade, honestidade e sentido de serviço público, como os eleitos da CDU bem sabem pôr em prática, servindo os interesses colectivos e não se servindo a eles próprios, uma actividade nobre e honrosa.

PS, PSD e CDS, são os primeiros responsáveis por essa perda de credibilidade quando assumem uma postura na oposição e outra quando estão no Governo virando o bico ao prego e a casaca conforme a situação. Quando violam reiteradamente os compromissos eleitorais, quando não prestam contas, quando exercem o seu mandato longe dos eleitores e das populações e só lembram delas na altura de pedir o voto, e acima de tudo, quando nas sua opções políticas esquecem o interesse público, esquecem a defesa dos mais frágeis e com menos poder, dos trabalhadores, pensionistas, jovens e assumem a defesa dos interesses dos mais poderosos e detentores do poder económico.

É o que têm feito, cá em Portugal, como lá na Europa. Cá com José Sócrates e o PS ou lá com Durão Barroso na Comissão Europeia (não admira que sejam tão porreiramente amigos), têm posto em prática as mesmas políticas neoliberais que conduziram a esta grave crise que atravessamos. Liberalização dos serviços públicos, privatização dos bens públicos e dos sectores económicos mais importantes, como a água, os transportes ou a energia, desregulamentação do mercado de capitais, ataque aos direitos laborais, destruição dos sectores produtivos nacionais, na agricultura e nas pescas.

Foram as mesmas políticas, cá como lá, que conduziram à crise. Não foi nenhuma catástrofe natural, mas sim uma catástrofe política culpa de quem nos tem governado, culpa desta Maioria Absoluta.

Depois de terem prometido governar à esquerda e para isso terem pedido o voto em 2005, ao obterem a maioria absoluta, a sua primeira maioria absoluta da história da democracia portuguesa, deu-lhes para escrever uma página bem triste dessa história…

Criticaram a obsessão pelo défice, mas depois foi o PS que ficou obcecado. E foi em nome do défice e do PEC imposto pela EU mas prontamente aceita pelos sucessivos Governos de Portugal, um PEC cego e que representou um verdadeira Pacto de Estagnação e Tolhimento, que o Governo cortou nos salários e nas pensões, aumentou a idade da reforma, encetou um ataque raivoso aos funcionários públicos, cortou no investimento público, cortou no acesso ao direito à Educação e à Saúde (e aqui em Alpiarça também sabem o que isso foi e está a ser em relação ao Centro de Saúde), agravando os custos para os utentes e para as famílias, protagonizando uma política de encerramentos por todo o país e não salvaguarda do essencial médico de família, base dos cuidados de saúde primários, na prevenção à doença e no apoio à população idosa.

Esta crise demonstra, à saciedade, para quem ainda pudesse ter dúvidas, como este modelo capitalista injusto está esgotado. As contradições avolumam-se e já não é possível esconder e por isso assistimos ao anúncio do fim do neoliberalismo por parte de quem tem andado a servi-lo. As desigualdades, a pobreza, o desemprego, a própria guerra ao nível geopolítico mundial escondendo interesses económicos, sempre em nome do máximo lucro, este modelo de exploração insustentável dos recursos naturais, de sua mercantilização, desde a água às áreas protegidas, este modelo de exploração do homem pelo homem é por demais destruidor e tem que ter um fim.

Contra aqueles que propõem paliativos sociais, que optam por socializar os prejuízos da banca, que clamam por ética nos mercados (como se isso fosse possível), que culpam a falta de regulamentação que eles próprios promoveram e que apenas querem que tudo fique na mesma, “Os Verdes” e a CDU dizem firmemente e com toda a confiança que não pode ser. Que já basta!

Há alternativa a este estado de coisas e a alternativa não é nem mais Europa (mais desta Europa) nem é uma nova ambição, é a mudança de políticas é o reforço da CDU com mais votos e mais eleitos, desde logo no Parlamento Europeu, onde tem sido a única força política a defender os interesses nacionais e a defender a construção de uma outra Europa mais justa e solidária, entre Estados Soberanos e iguais onde a coesão social conte mais do que o federalismo e o militarismo.

Amigos e Companheiros,

Encontramo-nos num momento importante. Num momento de mudança, possível, absolutamente necessária e eu diria mais ainda: inevitável!

Quem criou a crise não tem soluções para nos tirar dela, só o voto na CDU, é a aposta certa, firme e segura para garantir essa mudança, que se começa a construir já hoje.

Daqui a alguns dias, no dia 7 de Junho, teremos o primeiro acto eleitoral, para o Parlamento Europeu. É a primeira oportunidade para manifestar a nossa vontade de mudança e fazê-lo através do voto. Ninguém pode ficar em casa. Não só porque cada vez mais se decide lá o que nos afecta cá, não só porque o reforço da CDU na Europa ajudará a defender os interesses de Portugal e dos portugueses junto das instâncias europeias, mas também porque um bom resultado nas Europeias é meio caminho andado para um bom resultado nas legislativas e nas autárquicas.

Amigos, é fundamental combater a abstenção. Não se deixem enganar nem abater por algumas sondagens. É precisamente esse o objectivo delas. Garanto-vos que, para quem anda no terreno e tem contactado com as pessoas é claro que a Confiança na CDU, como única força alternativa e de ampla convergência à esquerda, afirma-se cada vez mais forte. Porque lutamos com meios e armas desiguais, temos que passar esta mensagem boca a boca, por esses campos e cidades, para que chegue a toda a gente.

Amigos e Companheiros, peço-vos ainda que sejam portadores de outra mensagem. No próximo dia 23 de Maio, de ontem a 15 dias, vai ter lugar uma Grande Marcha da CDU em Lisboa, uma marcha que mais do que um grito de protesto, será um grito de liberdade, um grande rio de confiança que queremos que seja uma enchente de alegria e esperança de Lisboa para o resto do país e para a qual vos convoco desde já a estar presentes e a levarem todos os amigos que acreditam que uma vida melhor é possível.

Porque todos somos precisos para fazer com Os Verdes e com a CDU a força da mudança.

VIVA A CDU!

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