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16/09/2015 |
Joana Silva, candidata da CDU participa em debate organizado pela Confederação do Desporto de Portugal |
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Debate com partidos evidencia vantagem do desporto não ser um tema fraturanteO desporto tem a vantagem de não ser um tema fraturante e de ser possível conseguir convergências partidárias em vários pontos. Esta opinião de Raul Almeida, do CDS, será a melhor síntese para o debate promovido pela Confederação do Desporto de Portugal que juntou no Museu do Desporto representantes de todas as forças parlamentares e um elevado número de presidentes e dirigentes federativos.
Depois de uma exposição inicial em que os seis representantes partidários apresentaram a sua visão para o setor, o debate centrou-se na resposta às questões levantadas pelo presidente da Assembleia Geral da CDP e de destacados dirigentes presentes na sala.
Mário Teixeira citou as baixas registadas, no último quadriénio, em diversos dados estatísticos do desporto, destacando a quebra de dirigentes, treinadores, árbitros/juízes e praticantes juniores e seniores, com particular ênfase no corte de mais de oito milhões de euros no financiamento público do desporto federado, significando uma redução de 22 porcento e um recuo de 18 anos (próximo dos níveis de 1996). Em seguida perguntou qual a medida âncora e inovadora dos partidos para inverter esta situação.
Mário Gonzaga Ribeiro, presidente da Federação Portuguesa de Motonáutica, destacou a necessidade de ser aprovado o estatuto do dirigente desportivo, uma medida que há muito se impõem.
O presidente da Federação Portuguesa de Corfebol, Mário Almeida, centrou a sua intervenção na importância do Desporto Escolar, chamando a atenção para o facto de o setor ser gerido apenas ao nível de uma direção de serviços.
Luís Santos, líder histórico do andebol e fundador e antigo presidente da CDP, defendeu uma alteração que lhe é cara: que o Estado deixe de tirar em impostos parte do que dá às federações em subsídios. Idêntica posição manifestaram os dirigentes da CDP, Carlos Vairinhos e Luís Calvário: as federações devem deixar de ser consideradas como consumidores finais, com a atribuição de um estatuto idêntico ao de um agente económico, o que permitiria a compensação em termos de IVA.
O representante do Bloco de Esquerda, Vasco Rocha, escolheu como medida âncora, para a próxima legislatura, a aposta no Desporto Escolar e a obrigatoriedade da sua existência nos currículos escolares. Falou também da necessidade de diferenciar em termos fiscais o modo como são tratados os grandes profissionais dos desportistas e dirigentes que se movem nos pequenos clubes. A fiscalidade terá de ser mais fácil e flexível para estes últimos.
Laurentino Dias, do PS, considerou que a escola e os clubes deverão ser células de base do sistema desportivo e que deve haver um equilíbrio entre um forte financiamento público e o permanente apoio privado ao desporto. Também sublinhou a importância que o Desporto pode ter no combate ao desemprego, sobretudo o jovem.
O representante do PSD, Pedro Pimpão, disse que quando são citados dados deve haver rigor. Lembrou que o número total de praticantes aumentou entre 2011 e 2014 e o financiamento do desporto está em fase de retoma, havendo situações onde houve aumentos consideráveis, como as verbas encaminhadas para a preparação olímpica e paralímpica. Destacou ainda a importância do Desporto Escolar, dando relevo ao papel que tem vindo a ser assumido por várias federações.
Para a representante do PCP, Rita Rato, a principal medida a tomar deverá ser o investimento no Desporto Escolar e no financiamento público do desporto. Defendeu também a aprovação de um estatuto jurídico para o dirigente desportivo.
O representante do CDS destacou a vantagem do desporto ser uma área onde há consensos políticos, o que permite encontrar mais facilmente soluções para as questões levantadas, e disse que o grande desafio é a formação dos agentes desportivos e a promoção da prática desportiva.
Joana Silva, de Os Verdes, considerou que os clubes e as escolas são agentes multiplicadores da prática desportiva e que estão subfinanciados, devendo portanto haver um reforço de verbas. Sublinhou também a relação benéfica do desporto com a saúde, lembrando os problemas de obesidade atualmente vividos por muitos jovens.O debate moderado pelo presidente da CDP, Carlos Paula Cardoso, contou, na fase final, com uma intervenção do presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, para quem o desporto não precisa de uma medida âncora, pois já está há muito ancorado. Para que o desporto se mova, defendeu profundas reformas e não apenas a aplicação de políticas qualitativas. Lembrou também que o financiamento atual do atletismo é inferior em mais de 26 por cento ao pico máximo de apoio já registado.
Fonte: CDP, 16/09/2015