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17/11/2018
Pela Juventude
A ecologia não pode ser dissociada da juventude e da sua ação. A juventude é o motor transformador da sociedade e em Portugal tem sido a força mobilizadora da ação ecologista, como o foi nos largos anos da história no que toca à conquista de direitos e à mudança de paradigmas na nossa sociedade.

A juventude é a força sensibilizadora e de mudança para as mais variadas questões como as alterações climáticas, a paz, os direitos sociais, entre muitas outras questões que nos afetam diariamente de forma direta e indireta.

Porém, esta camada da sociedade também é fortemente afetada pelas nefastas políticas de direita.

Com o custo de vida em Portugal, um jovem não consegue a autonomia nem a independência que lhe garantam o direito a uma habitação digna, a constituir família, a viver em plenitude, a concretizar projetos e sonhos. Quer nos grandes centros urbanos onde a gentrificação se acentua, quer nos menores onde o isolamento e a carência de serviços públicos, por força das políticas de direita, vê-se impedido de conseguir um emprego, de ter esperança, de construir o seu futuro.

Nos grandes centros urbanos em que muitos buscam a qualidade e vida a que têm direito, o custo do alojamento, das deslocações e da alimentação frustra a sua expectativa de alcançar uma vida digna, autónoma e independente.

Apesar de alguns avanços e da reconquista de direitos neste último governo de gestão PS, a verdade é que a Juventude ainda não sentiu esses avanços e continua a ser uma das camadas da população mais afetada por anos de gestão danosa de governos de direita.

Embora os números do desemprego tenham diminuído, a incidência de trabalho precário nos jovens é muito superior. Com contratos a termo certo, a receber o salário mínimo nacional ou a receber através de recibos verdes, com as brutais taxas e impostos que isso acarreta, os jovens atravessam uma enorme dificuldade em emancipar-se e em concretizar os seus sonhos e aspirações.

Aqueles que frequentam o ensino superior deparam-se com gastos brutais em propinas, deslocações, habitação, alimentação, entre outros. Estudar em Portugal tornou-se igualmente num luxo, fazendo com que muitos jovens se vejam obrigados a desistir do ensino superior ou a arranjar um trabalho para suportar as despesas, dando origem a um fraco aproveitamento escolar e consequentemente a um aumento das despesas por terem que se manter no ensino superior durante mais tempo.

A fraca oferta de cursos em regime pós-laboral faz, igualmente, com que muitos jovens se vejam impedidos de estudar o que realmente desejam, impedindo-os de concretizar o seu plano de vida.

A ação social escolar não abrange todos os jovens que necessitam, impedindo, assim, muitos de prosseguir estudos. Os enormes atrasos nas bolsas de estudo e a insuficiência nessas bolsas faz com que muitos encontrem entraves à sua frequência no ensino superior e, muitas vezes, tenham que recorrer a empréstimos para fazer face às despesas mais prementes.

No ensino secundário encontramos enormes problemas como a falta de condições materiais e humanas para um ensino de qualidade, conforme consagrado na Constituição da República Portuguesa, os entraves à participação dos jovens nas decisões escolares, e à existência de Reuniões Gerais de Alunos e de manifestação dos mesmos.

O Associativismo Jovem atravessa enormes dificuldades com as propostas de alteração à Lei do Associativismo Jovem apresentadas pelo Governo, dificultando a vida das associações juvenis no nosso país e pondo em causa a associação informal de jovens, burocratizando-a.

Por isso, importa que os jovens ecologistas reforcem a sua participação no Partido Ecologista Os Verdes, continuando a contribuir para o trabalho presente e futuro do PEV, alertando e dando contributos sobre a visão da juventude do país.

Realçamos o trabalho que Os Verdes têm tido em diversas áreas da juventude e que em muito contribuíram para o progresso da nossa sociedade e que continuam a contribuir para os avanços no nosso país.

Assim, acreditamos que é possível construir um caminho de direitos juvenis em que a qualidade de vida, a emancipação dos jovens e a defesa dos seus interesses sejam pilares essenciais.

Pelo exposto, o Partido Ecologista Os Verdes, reunido na sua 14ª Convenção, delibera:

1 - Reforçar o debate e o diálogo sobre as questões que afetam a juventude portuguesa;

2 - Contribuir para reforçar a Ecolojovem e os seus quadros;

3 - Reivindicar junto das tutelas os direitos dos jovens consagrados na Constituição da República Portuguesa;

4 - Sensibilizar a juventude portuguesa para a defesa do ambiente, do progresso e da justiça social;

5 - Reforçar uma colaboração próxima e participada com a Ecolojovem de modo a levar mais longe a luta ecologista em Portugal.

 

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