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Guimarães Cidade Verde
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Intervenção de Mariana Silva

Eleita na Assembleia Municipal de Guimarães e dirigente Nacional do PEV

 

Guimarães Cidade Verde

Depois dos diferentes títulos:

Património Mundial da Unesco em 2001, Capital Europeia da Cultura em 2012 e Capital Europeia do Desporto em 2013,

chegou a vez dos títulos:

Capital Europeia do Voluntário e Capital Verde da Europa.

 

O PS que governa em Guimarães há mais de 20 anos, e impulsionado pela mudança de rosto do Presidente da Câmara, resolveu colocar no seu programa eleitoral mais dois títulos europeus para a cidade de Guimarães. A verdade é que os vimaranenses são muito orgulhosos da sua cidade e envolvem-se de forma exemplar na execução e sucesso destes projectos.

No entanto, sabemos que a obtenção do título Capital Verde da Europa, trará para o município não só desenvolvimento sustentável, mas também mais turismo e, consequentemente, desenvolvimento da economia local.

É urgente dinamizar o concelho, visto que, a taxa de desemprego é eleva devido ao encerramento das diversas indústrias que existiam. Nos últimos anos assistimos ao desenvestimento nesta área e esse factor fez com que o apoio social tivesse redobrado. O desemprego fez com que a taxa de emigração aumentasse e torna-se necessário mais planos de fixação de jovens num concelho por si só envelhecido.

Assim sendo, para a candidatura ao título Cidade Verde Europeia é necessário cumprir 12 indicadores. Um deles relacionado com o que acabei de referir, criação de empregos sustentáveis e quanto a este indicador pouco se tem feito.

Relativamente, aos transportes públicos é evidente a falta de uma rede que satisfaça o concelho que com 48 freguesias se mostra muito disperso. Não existe uma politica de incentivo à utilização de transportes públicos. Nem mesmo após a construção de estruturas culturais – para a Capital Europeia da Cultura – tornando assim os eventos culturais momentos elitistas, aos quais apenas alguns tem acesso. Os transportes públicos são deficitários ao longo do dia, à noite são quase enexistentes.

Não podemos também esquecer a importância da ferrovia, que está subaproveitada. A ligação entre Guimarães/Porto devia ter um horário da manhã e outro ao fim da tarde,  em que a viagem fosse feita de forma mais rápida, neste momento a viagem entre estas duas cidades demora  1h e 20m, não sendo muito atrativa para quem usa o comboio como forma de se deslocar para o trabalho ou para estudar numa ou noutra cidade. Pois a viagem de carro faz-se em 30 a 40 minutos.

Sem esquecermos que muitos são os que defendem  uma linha de comboio entre Guimarães/Braga, ligando os dois polos da Universidade do Minho e facilitando a deslocação de todos os que vivem e trabalham entre as duas cidades.

Em relação, ao indicador da Gestão Ambiental relembramos o grave problema de poluição do Rio Ave. O processo de despoluição iniciou-se nos anos 70 e em 2015, depois de milhares de euros gastos, continua poluído e sem solução à vista.

Em Janeiro, depois de algumas denúncias feitas por cidadãos, realizou-se uma reunião de “urgência”. Desta reunião concluiram que é necessário executar mais um plano de despoluição para o Rio Ave. A intenção de candidatura ao título Capital Verde Europeia também deve ter contribuído para esta “urgência” que dura há mais de 30 anos. O rio é poluido por descargas de industrias, mas também de privados.

Em 2015 a rede de saneamento ainda não cobre a totalidade do concelho, neste momento a cobertura é de 90%. O executivo camarário foi sondado sobre a possibilidade de terminar esta rede e a resposta não foi satisfatória, dando mesmo a entender que não será de todo uma preocupação. Desta forma será complicado corresponder ao indicador que diz respeito ao Tratamento de Águas Residuais.

A Gestão da Água é um dos indicadores mais importantes, e neste campo também somos confrontamos com uma rede de abastecimento insuficiente. Apenas 89% do concelho está servido pela rede. As água pluviais continuam ligadas ao saneamento causando uma despesa desnecessária ao municipio e o tratamento de águas que não necessitam do mesmo.

Por outro lado, e como ponto positivo, podemos considerar que a população vimaranense será rápidamente conquistada para contribuir na construção de uma cidade mais “Verde”. As Hortas Pedagógicas são um sucesso, existem 525 talhões num total de 6,4 hectares de terreno no coração da cidade, com lista de espera.

Será necessário percorrer um longo caminho para conquistar este título, mas o mais importante é que Guimarães consiga ser uma cidade com êxito a nível ambiental e com um futuro sustentável.

Infelizmente, neste momento pode ser apenas uma bandeira usada pelo PS, que promete o título para 2017, ou seja, ano de eleições autarquicas.