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Intervenção de Jerónimo Acto Publico CDU 2015
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Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Lisboa, Acto Público CDU

"Juntem-se à CDU, sejam parte activa desta corrente de exigência de mudança, de alternativa, de futuro"

Marcamos com este Acto Público a formalização política da Coligação Democrática Unitária enquanto espaço de participação e de enriquecedora intervenção cívica e política, tão mais marcante quanto as exigências que a situação do País e o rumo de declínio nos convocam para dar expressão a essa exigência de construção de uma política patriótica e de esquerda, que rompa com a política de direita e abra caminho a um Portugal desenvolvido e soberano.

Pelo seu percurso e acção, a CDU é a força que dá segurança e garantia de uma política de verdade, sempre presente e solidária com a luta em defesa dos direitos e aspirações das populações, dos trabalhadores e do povo, sempre presente na defesa e afirmação do interesse e soberania nacionais.

São cada vez mais os que se indignam perante a acção de um governo e de uma política que, subordinados aos interesses dos grupos monopolistas e suportados nos Programas de Estabilidade e Crescimento, nos PEC e no Pacto de Agressão de PS, PSD e CDS, sob a alçada da União Europeia e do FMI, têm arrastado o País e o povo português para o empobrecimento.

São cada vez mais os que, para lá da propaganda do governo para construir uma realidade que não existe, reconhecem que o rumo de exploração, de liquidação de direitos e de retrocesso social está a destruir a vida de milhões de portugueses, mergulhou Portugal no maior período de recessão e estagnação económica das últimas décadas, destruiu a capacidade produtiva e delapidou recursos nacionais, atirando o País para a dependência e submissão.

São cada vez mais os que aspiram a ver pelas costas, de uma vez por todas, um governo que, sabendo-se derrotado e enredado na multiplicação de escândalos, recorre a todos as mentiras e intensifica a agenda de destruição de direitos nos meses que lhe restam. Mas são também mais aqueles que ganham consciência de que a solução dos problemas nacionais tem de ser encontrada fora do ciclo de rotativismo e alternância, e os que querem interrompida e derrotada a política de direita que PSD, CDS e PS vêm impondo há 38 anos.

São cada vez mais os que rejeitam o fatalismo a que querem condenar o País, que reconhecem na CDU uma força com proposta e soluções para retirar Portugal do atoleiro a que a política de direita o conduziu, e que sabem que há outra política, uma política alternativa patriótica e de esquerda capaz de defender a dignidade nacional, respeitar os direitos e elevar as condições de vida do povo português.

Uma política que enfrente, sem hesitações e coragem, os constrangimentos resultantes da submissão externa e que inscreva como condição necessária e indispensável a renegociação da dívida e o objectivo da recuperação da soberania económica, monetária e orçamental;

uma política que assegure a elevação material das condições de vida, repondo salários e pensões de reforma roubados, promovendo o trabalho com direitos e valorizando a contratação colectiva, dando combate à exploração dos trabalhadores e à precariedade;

uma política de defesa do aparelho produtivo e de valorização da produção nacional e de criação de emprego;

a reposição da protecção social na doença e no desemprego, mas também no estímulo à natalidade e salvaguarda no envelhecimento, que correspondam à efectiva resposta que constitucionalmente está consagrada;

o pleno exercício das funções sociais do Estado, designadamente na saúde e na educação, que reponha os níveis de resposta que fizeram do SNS e da Escola Pública, consagrados constitucionalmente, uma referência quanto a padrões de qualidade e universalidade;

uma política cultural assumida como um factor de valorização, de democratização da sociedade e de emancipação social;

uma política que interrompa e inverta a alienação de recursos com a retoma pelo Estado do controlo público de sectores estratégicos, designadamente a banca;

uma política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira.

São cada vez mais os que sabem ser possível um outro caminho e um outro rumo para Portugal, e que está nas mãos dos trabalhadores e do povo abrir espaço para a construção de uma alternativa política.

Foi a força e a determinação do povo português que, com a sua luta, resistiram ao programa das troikas nacional e estrangeira, que enfrentaram e impediram que a ofensiva do actual governo tivesse ido ainda mais longe. Foi a força e a determinação dos trabalhadores e do povo português que, com a sua luta, conduziram o actual governo ao isolamento social e à ante-câmara da derrota eleitoral a que estão condenados nas próximas eleições.

É esta força, vontade e determinação que há-de construir o caminho de futuro a que aspiram e pelo qual lutam. É essa corrente de confiança que, perante compreensíveis inquietações, se afirma e impõe, é essa corrente de esperança construída na convicção de cada um sobre a possibilidade de uma vida melhor que é preciso fazer crescer e ganhar força de exigência e transformação.

Aos muitos que hoje partilhando as nossas propostas, reconhecendo a nossa seriedade e coerência se interrogam, perante o desastre que a política de direita cria para desanimar vontades, o que podem fazer, aqui lhes dizemos: juntem-se a nós, juntem-se à CDU, sejam parte activa desta corrente de exigência de mudança, de alternativa, de futuro.

Juntem-se a nós, juntem-se à CDU em cada uma das muitas lutas a travar, em cada um dos momentos em que é preciso afirmar direitos, em cada um dos locais em que a dignidade e as condições de vida são agredidos.

Hoje, e daqui, fazemos a todos os trabalhadores, aos jovens, às mulheres e aos reformados, aos democratas e patriotas empenhados na ruptura com a política de direita e com o rumo de declínio, um apelo particular: Juntem-se a nós na marcha nacional do próximo dia 6 de Junho, na Avenida da Liberdade, do Marquês de Pombal à Baixa, pela libertação e dignidade nacionais por uma política patriótica e de esquerda.

A marcha nacional «A força do povo», todos à rua por um Portugal com futuro, promovida pela CDU, será uma grande jornada de luta, de afirmação da força e da vontade do povo português num País desenvolvido, uma poderosa afirmação de que reside no povo a decisão soberana sobre o futuro que quer ver construído para as gerações presente e vindoura, uma afirmação de que está nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir dos seus destinos.

Todos à rua por um Portugal com futuro, é este o apelo que daqui dirigimos aos trabalhadores e ao povo para que que participem na marcha de 6 de Junho. Uma marcha que será uma forte afirmação de exigência de um outro caminho e expressiva manifestação de confiança dos trabalhadores, dos democratas, dos patriotas, do nosso povo na sua luta e na possibilidade de uma alternativa à política de declínio nacional.

Perante a situação do povo e do País, não nos conformamos, não desistimos, afirmamos uma posição clara: Basta! Basta de humilhação, basta de exploração e empobrecimento, basta de corrupção e dependência. Assumimos com confiança o projecto de libertação, de dignidade, de honestidade, de desenvolvimento e soberania para Portugal. Temos soluções para o País!

Aqui estamos neste Acto Público e a poucos meses das eleições legislativas com redobrada confiança, sempre no local onde os trabalhadores e o povo português nos encontrou, de cabeça levantada para dizer olhos nos olhos que podem contar com o PCP e a CDU, que aqui estamos com um percurso de seriedade sempre ao lado dos interesses nacionais e do nosso povo, prontos a assumir todas as responsabilidades que o povo decida atribuir-nos na concretização da política alternativa e no governo do País.

Expressão de Abril e dos valores que lhe estão associados, a CDU tem a força desta larga convergência democrática e alternativa, aberta a todos os que não se resignam às políticas ruinosas prosseguidas ao longo de anos, com as potencialidades desperdiçadas e o comprometimento do futuro do País e das gerações presentes e futuras.

Este espaço para onde conflui a força e a vontade dos que confiam que é possível uma vida melhor e dos que, com convicção, acreditam que é possível convencer pela razão e justeza das suas posições políticas, e vencer pelo trabalho e luta por um Portugal de futuro, soberano, desenvolvido e de progresso social.