28/09/2012

“Os Verdes” comemoraram os 125 anos da Linha do Tua com Porto de Honra à porta do Ministério da Economia

27 de Setembro de 2012
Largo Camões - Lisboa
 
O Partido Ecologista “Os Verdes” desafiou o Ministro da Economia e o Secretário de Estado dos Transportes para se juntarem a “Os Verdes” e a outros amigos da Linha do Tua, no Porto de Honra que ofereceram a 27 de Setembro, junto ao Ministério que tutelam, como singela homenagem pelos 125 anos da Linha do Tua. Homenagem aos decisores políticos, projetistas e operários que contribuíram, no Séc. XIX, para a realização desta notável obra de engenharia portuguesa. Esta foi também uma oportunidade, no dia que também foi o Dia Mundial do Turismo, para os responsáveis do Governo pela tutela dos transportes e da economia conhecerem a Linha do Tua e alguns dados históricos relativos à mesma, através da exposição de fotografias que estará patente na rua no Porto de Honra e as suas potencialidades turísticas.

Este Porto de Honra pretendeu também prestar homenagem a todos os que perderam a vida na sequência dos estranhos acidentes ocorridos em 2007 e 2008, vítimas da incúria a que a Linha foi votada e de interesses alheios ao bem-estar das populações e ao desenvolvimento da região. Homenagem ainda aos trabalhadores ferroviários que durante mais de 100 anos contribuíram com o seu trabalho para dar vida a esta Linha e também às populações do Vale do Tua que tanto apreço têm demonstrado pela sua Linha e que se encontram agora afetadas na sua mobilidade.

 

Carta Aberta 
ANIVERSÁRIO DA LINHA DO TUA
DIA MUNDIAL DO TURISMO
SEMANA EUROPEIA DO PATRIMÓNIO

27 de Setembro 1887 / 2012  - 125 ANOS da LINHA DO TUA

A Linha do Tua foi oficialmente inaugurada há 125 anos. A inauguração desta linha de comboio foi um importante acontecimento nacional, que contou com a presença do Rei D. Luís, de Dª. Maria Pia e do Infante e cujo registo chega até aos nossos dias por diversas fontes, entre as quais pelo delicioso relato do jornalista e humorista Bordalo Pinheiro, que acompanhou a comitiva real e que no seu precioso testemunho atesta do acontecimento ímpar que este evento representou para Trás-os-Montes e para a sua população, a qual compareceu massivamente no ato.

A construção desta linha de caminho-de-ferro de via estreita que numa primeira fase ligou Foz Tua na Linha do Douro, a Mirandela, prolongando-se depois até Bragança, foi um contributo inegável para quebrar o isolamento de Trás-os-Montes e para promover o seu desenvolvimento e o bem-estar das suas populações. Em sentido contrário veio, em 1991, a decisão do então Primeiro Ministro, Cavaco Silva, de encerrar o troço que ligava Mirandela a Bragança e, posteriormente, a decisão do Governo de Sócrates de construir a Barragem de Foz Tua, e de matar definitivamente esta Linha.

Uma decisão criminosa que não morreu com o Governo PS e à qual o atual Governo PSD/CDS está a dar continuidade, mesmo quando já está mais que demonstrado que o país não precisa, do ponto de vista energético, desta Barragem, que esta tem custos económicos elevadíssimos no orçamento do país (a chamada renda que se irá pagar à EDP) e que os seus impactos negativos são tais que podem vir a pôr em causa a classificação do Alto Douro Vinhateiro Património da Humanidade pela UNESCO.

“Os Verdes”, milhares de cidadãos e diversas associações têm levantado bem alto a sua voz para parar este Crime.
Nesta data em que se comemoram os 125 anos da Linha do Tua, mas também o Dia Mundial do Turismo e ainda a Semana Europeia do Património, reafirmamos que é preciso parar a Barragem de Foz Tua e recuperar a Linha do Tua!

O potencial turístico da Linha e do Vale do Tua é inegável, pela oferta única que constitui e pela sua especificidade na área classificada pela UNESCO.

Num momento em que o país atravessa uma situação económica e social tão difícil, não podemos aceitar que se continue a desperdiçar este potencial endógeno de riqueza e de desenvolvimento local, hoje muito procurado por turistas estrangeiros. Não podemos aceitar que se agrave o isolamento das populações do Vale do Tua, afetando a sua mobilidade.

Numa altura em que as entidades com responsabilidades na área da cultura promovem iniciativas comemorativas, no âmbito da Semana Europeia do Património, não podemos deixar que se silencie a destruição desta obra-prima da engenheira portuguesa, peça única do património ferroviário nacional, não só pelo papel que desempenhou na história, mas pelo testemunho vivo que nos lega do arrojo e da capacidade que os nossos antepassados tiveram para conviver e superar harmoniosamente os obstáculos das serras e do intransponível Vale do Tua.

“Os Verdes” não podem ainda, nesta data, deixar de relembrar todos os que perderam a vida na sequência dos estranhos acidentes ocorridos em 2007 e 2008, vítimas da incúria a que a Linha foi votada e de interesses alheios ao bem-estar das populações e ao desenvolvimento da região.

PELO PATRIMÓNIO – PELA MOBILIDADE – PELO DESENVOLVIMENTO

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