Pesquisa avançada
 
 
Intervenções
Partilhar

|

Imprimir página
30/06/2009
APRESENTAÇÃO DA CABEÇA DE LISTA (VERDE) CDU LEGISLATIVAS 2009 BRAGANÇA - Intervenção de Francisco Madeira Lopes
Boa Tarde, Companheiros e Amigos,

Em nome do PEV, gostaria de vos dirigir uma forte saudação pela vossa presença de apoio a esta iniciativa de apresentação da cabeça de lista da CDU ao Distrito de Bragança.
É com redobrado prazer que o faço e que aqui estou hoje presente. Não apenas porque a cabeça de lista, a Manuela Cunha, a quem conheço há muito tempo e que me ensinou e ainda hoje ensina muito, é minha companheira no Partido Ecologista “Os Verdes”, para além de uma boa amiga, mas principalmente porque, antes de tudo isso, é uma pessoa com larga experiência política na defesa do ambiente, na defesa de causas justas, sempre ao lado das populações (se há uma coisa que eu sempre ouvi a Manuela dizer é que as batalhas só fazem sentido junto das pessoas, em conjunto com elas, ouvindo-as e ajudando-as a resolver os seus problemas e a lutar pelos seus direitos).
E esta forma de estar e de ser, de trabalhar para e com as pessoas, é profundamente coerente com a forma de trabalhar de sempre na CDU, um projecto político sério e honrado de quem respeita a palavra dada e o compromisso assumido.
Composta por militantes do PCP, d’Os Verdes, da Intervenção Democrática e por vários independentes que se revêem neste projecto político e aqui encontram o espaço de verdadeira alternativa de esquerda às políticas estafadas do PS e do PSD, que nos têm governado ao longo destes anos, de muitas promessas coloridas mas de práticas políticas bem mais cinzentas, a Coligação Democrática Unitária tem para apresentar aos eleitores um património rico em propostas, em acção e em luta efectiva. Um património de verdade, de defesa da justiça social e da sustentabilidade ambiental. Um património feito de pessoas para pessoas, de cidadãos para cidadãos, de eleitos e activistas para eleitores.
Um património de quem acredita nas regiões e no seu património, nas suas gentes, no seu património cultural, natural e paisagístico e em todo o seu potencial de verdadeiro desenvolvimento regional e endógeno, económico, agrícola, industrial e turístico, cujo desprezo por parte de quem decide de longe, alheio às legítimas aspirações dos transmontanos, é não só intolerável mas verdadeiramente atentatório da dignidade de quem se recusa a assistir impávido ao adiar do futuro e ao encerrar do interior do país.
E a CDU tem-no demonstrado com trabalho e propostas concretas, na Assembleia da República, mesmo não tendo ainda nenhum deputado ou deputada eleita pelo Distrito, nem por isso a CDU deixou de intervir contra os encerramentos de serviços públicos fundamentais, escolas, maternidades, centros de saúde ou postos da GNR, mas também a nível das autarquias locais.
Por isso a CDU apresenta-se a este Distrito de Bragança de rosto erguido, ciente do bom trabalho feito em prol do Distrito, na defesa da produção agrícola transmontana, do olival e da vinha, na defesa do direito à produção, sem perda da especificidade do produto regional, das alheiras ao porco bísaro, passando pela castanha, pelo azeite e pela posta mirandesa, em defesa da riqueza natural das suas áreas protegidas exigindo o seu correcto financiamento e diálogo e apoio às populações que ali vivem e são fundamentais para a sustentabilidade daquelas zonas, em defesa do direito à mobilidade, dos transportes públicos e da ferrovia, designadamente da linha do Douro e na reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva e da linha e vale do Tua, ícones da fecunda e estreita relação harmoniosa que para cá do Marão as gentes souberam concretizar.
A CDU apresenta-se pois, às próximas eleições, depois do excelente resultado obtido nas eleições europeias, com muita esperança e com muita confiança, sabendo que podemos e queremos ser a alternativa que Portugal mas também o Distrito de Bragança necessitam para operar a mudança necessária.
Necessária para combater o desemprego, para combater um Código do Trabalho que vem agravar a precariedade laboral e destruir as convenções colectivas de trabalho, para combater a redução de salários reais e pensões que, com o aumento de impostos conduziu a uma acentuada perda de poder de compra, aumento de desigualdades e agravamento da pobreza no nosso país.
Necessária para defender os trabalhadores da função pública, dos professores aos enfermeiros, agentes das forças de segurança, oficiais de justiça, e todos os demais, feitos bodes expiatórios da incompetência e incapacidade de reformar de facto a administração pública dando-lhes mais condições para prestar as suas tarefas em condições de qualidade e rapidez ao serviço das famílias e dos agentes económicos.
Necessária para defender os serviços públicos fundamentais, da Educação à Saúde, na segurança e na justiça, contra a política de agravamento de custos para as famílias, de cortes no investimento público, de estrangulamentos orçamentais, de encerramento de serviços públicos restringindo direitos e agravando as assimetrias regionais num país sobrelitoralizado e em ameaça de ver desertificar o seu interior.
O PS prosseguiu esta política, sempre em nome do défice e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, ajudando a criar as condições para que a crise tivesse os impactos que lhe estamos a conhecer com as falências sucessivas e o desemprego.
Foi também com o PS que o Ambiente foi permanentemente secundarizado face aos interesses económicos de alguns, sempre visto como um caminho fácil para o lucro de alguns, transformado num mero negócio e aviltado numa concepção mercantilista neoliberal e capitalista da natureza e do património e recursos naturais.
Foram “Os Verdes”, e a CDU que ao longo desta legislatura defenderam a água e os recursos hídricos como direito ao serviço das populações e nunca como mercadoria, o correcto financiamento das áreas protegidas, a gestão ambientalmente sustentável dos resíduos industriais perigosos, a salvaguarda do princípio da precaução no que toca às variedades transgénicas agrícolas que se querem impor ao arrepio da vontade das autarquias se constituírem em Zonas Livres de OGM´s e dos direitos de agricultores e consumidores.
Ao longo desta campanha vamos mais uma vez assistir à tentativa de nos venderem gato por lebre. Que ninguém se deixe enganar, companheiros e amigos. Tentarão convencer-nos, mais uma vez que as eleições se destinam a eleger um Primeiro-Ministro na tentativa de bi-polarizar a vida política nacional entre PS e PSD numa redução empobrecedora da Democracia Nacional.
Tentarão convencer-nos de que Portugal necessita de estabilidade política de maiorias absolutas, como se as maiorias absolutas em Portugal nos últimos anos não tenham sido precisamente as que maior instabilidade criaram na vida dos portugueses, com a regressão de direitos sociais e insustentabilidade ambiental.
Assistiremos ao PS, qual camaleão, que não soube nunca ler e assumir as consequências sociais, económicas e ambientais dos seus erros políticos, nem não soube ler os sinais que da rua lhe chegavam nas sucessivas maiores manifestações de sempre em Democracia, e por isso recebeu o cartão vermelho que o povo português lhe mostrou nas últimas eleições europeias, a tentar mudar de imagem e mostrar disponibilidade para o diálogo que nunca mostrou ao longo de quatro anos, tentando enganar os eleitores como fizeram em 2005 prometendo governar à esquerda e governando à direita.
Bem diferente é a CDU e por isso não aceitamos o discurso do são todos iguais. Os eleitos d’ “Os Verdes” e do PCP nunca deixaram de levar os problemas do Distrito de Bragança, e por isso prestarão, ao longo desta campanha, contas aos seus eleitores.
Companheiros e amigos, é por isso que temos confiança nesta batalha eleitoral. Por causa do trabalho feito, por causa da qualidade dos nossos candidatos, conhecida e reconhecida publicamente, mas acima de tudo pela força da razão das nossas propostas, dos nossos princípios e dos nossos ideais.

VIVA A CDU.

Voltar