Honra, pela confiança que os dirigentes e activistas da CDU do Distrito de Bragança depositaram nesta candidatura.

Honra, por encabeçar a lista de um Distrito que representa para todos os ecologistas uma das mais belas “jóias da coroa” do território nacional. Uma peça de excelência de uma mais vasta região, a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, na qual os valores naturais, patrimoniais e culturais resistiram aos tempos e à corrosão de uma sociedade mercantil que tudo devora.

É um verdadeiro prazer e desafio, para uma activista ecologista ser candidata num distrito com dois Parques Naturais, Montesinho e o Douro Internacional; uma área classificada Património da Humanidade pela Unesco, O Alto Douro Vinhateiro; uma Biodiversidade sem igual; uma beleza paisagística à qual ninguém fica indiferente. Toda esta riqueza não se deve só à natureza mas também ao homem que simultaneamente a preservou e construiu ao longo de séculos e nela alimentou as raízes e autenticidade da sua cultura. Um Distrito, uma Região que têm todas as condições para ocuparem um lugar pioneiro na implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável.

Mas assim não acontece. Aqui faltam os Homens, e as condições para eles viverem. Falta o emprego, falta a escola, falta o hospital, falta o centro de saúde, faltam os serviços públicos, faltam os meios de transporte… Aqui há muitas faltas. Faltas do PSD, faltas do PS, que têm alternado na governação do País de costas voltadas para o interior, de costas voltadas para Bragança. As políticas neoliberais assumidas no governo do país e a nível Europeu por estes dois partidos têm tido impactes danosos no país e neste Distrito, destruindo a capacidade produtiva nomeadamente na agricultura, fechando os serviços públicos e com tudo isto tem-se agravado o isolamento e o despovoamento.

Em todo o país, as condições de vida têm-se deteriorado, o desemprego afecta milhares de trabalhadores, a pobreza alastra. No entanto alguns sectores económicos e algumas empresas continuam a apresentar lucros escandalosos, protegidos pelo Governo. É o caso da EDP que, no entanto, continua a praticar preços ao consumidor, dos mais altos da Europa. A mesma empresa que se recusa a apresentar uma alternativa ferroviária à Linha do Tua, por a considerar muito dispendiosa.

Por tudo isto, foi também, com um profundo sentido de responsabilidade e de respeito pela população do Distrito de Bragança, pelas suas legítimas aspirações a uma melhor qualidade de vida, a mais justiça social e ao desenvolvimento que assumo, que “Os Verdes” assumem, encabeçar esta candidatura da CDU.

Uma candidatura que apresentará propostas para o desenvolvimento desta região, sustentadas na preservação e valorização dos seus recursos endógenos, nomeadamente no sector agrícola, florestal e turístico. Propostas para combater a interioridade e o despovoamento. Propostas para preservar e valorizar o património natural e cultural e deles fazer um pilar do desenvolvimento.

Uma candidatura que pretende ainda, neste momento crucial para o futuro da Linha do Tua e do seu Vale, interpelar e afrontar os que pretendem, de forma assumida ou discretamente esquecidos por detrás de um manto de silêncio, desempenhar o papel de coveiros deste património ímpar. Uma candidatura que se empenhará, para que os que lutam pela defensa da Linha do Tua, e acreditam nas suas potencialidades para o desenvolvimento do Distrito e da Região, levem a luta até ao voto.

Uma candidatura que muito em breve apresentará os restantes elementos, da lista. Homens, mulheres e jovens, membros do Partido Comunista Português, do Partido Ecologista “Os Verdes” e muitos Independentes, que neste espaço de convergência que é a CDU se comprometem a lutar e a trabalhar para uma vida melhor. Muito para além desta campanha eleitoral, os compromissos, agora assumidos, com a população, com a região e com o país, no quadro desta candidatura, serão defendidos no dia-a-dia por nós.

A importância do trabalho desenvolvido e as propostas apresentadas pelos deputados eleitos pelos dois grupos parlamentares que têm origem na CDU, o Grupo Parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes” e o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República é importante, não só pela quantidade e qualidade que lhe é reconhecida, mas fundamentalmente porque tem contribuído para denunciar situações escandalosas que afectam gravemente a vida das populações e o desenvolvimento do país e porque tem ainda contribuído para pressionar e melhorar as politicas nacionais e, com isto, a vida das nossas populações.

Em relação a assuntos e propostas de interesse e relativas ao Distrito de Bragança, onde a CDU não elegeu nenhum deputado nas últimas legislativas, o trabalho apresentado pelos 2 deputados de “Os Verdes” (Tua, Linha do Douro, Cemitérios Nucleares na Fronteira com Espanha, Defesa Produtos Regionais, Vinhas do Douro, entre outros) e pelo deputado Agostinho Lopes do PCP, supera em muito o trabalho e as propostas apresentadas pelos dois eleitos do PS e os dois deputados eleitos pelo PSD.

Caros Amigos e Companheiros,

No próximo dia 27 de Setembro os portugueses terão oportunidade de alterar o rumo desastroso pelo qual o país tem seguido. Nesse dia os portugueses vão eleger os deputados que vão compor a nova Assembleia da República, não vão faltar as mistificações e as promessas. Vamos ouvir falar da eleição para o Primeiro-Ministro. Vamos ouvir falar da necessidade imperiosa de uma maioria absoluta para a estabilidade do país.

Os deputados eleitos no anterior mandato por Bragança (PS e PSD) vão voltar aos Concelhos do Distrito e preocuparem-se com aquilo que ficou esquecido durante estes quatro anos. As inaugurações vão até que enfim acontecer e as televisões estarão lá para transmitir aos portugueses.

Enfim assim pretendem eles que baile a nossa democracia, ao ritmo do vira ao disco e toca o mesmo, “agora mandas tu, agora mando eu, agora mandas tu mais eu”.

Enquanto isso, a CDU, sem vedetismos e com a colaboração de todos vós, andará nas feiras e mercados, no porta a porta, casa a casa, entidade a entidade. Ouvindo, falando, argumentando, com o património do nosso trabalho, com confiança no futuro e toda a nossa convicção de que uma vida melhor é possível.

O distrito de Bragança precisa de uma voz ecologista.
O Distrito de Bragança precisa da CDU

Viva a CDU.
Bragança, 30 de Junho de 2009