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20/06/2009
Apresentação Pública dos Primeiros Candidatos à Assembleia da República pelo Distrito de Santarém - Francisco Madeira Lopes
Muito boa tarde Companheiros e Amigos,

Em nome do Partido Ecologista “Os Verdes” começo por vos saudar a todos aqui presentes neste acto público

Este acto que hoje aqui em Santarém a CDU leva a cabo, apresentando os três primeiros nomes da sua, da nossa lista de candidatos às próximas eleições legislativas no Distrito de Santarém a decorrer, esperamos que em Setembro próximo, é muito mais do que um mero pró-forma ou do que um mero acto obrigatório de agenda de pré-campanha.

Para a Coligação Democrática Unitária, cujo trabalho de eleitos e activistas, designadamente o de contacto com as populações a fim de conhecer em profundidade as suas necessidades e os seus problemas, que partilhamos e ao lado de quem sempre estamos em todas as horas, não se confina de modo algum aos meses que antecedem eleições.

É um trabalho de proximidade constante e permanente, no terreno, sabendo e querendo de facto ouvir as pessoas, as suas dificuldades os seus anseios e aspirações para uma vida melhor a que têm direito, nas suas terras, com desenvolvimento local, com mais emprego com direitos, maior sustentabilidade ambiental e mais justiça social.

E tudo isso faz deste acto algo mais. É um momento em que reafirmamos, de rosto erguido, o nosso compromisso com os eleitores que sabem que ao votar CDU estão a dar força a uma força que não falha, que honra o seu programa e que será a sua voz na Assembleia da República na defesa dos seus direitos e dos seus interesses.

Esta é a postura em permanência de quem compreende que só em conjunto com as populações, só em conjunto num colectivo unitário, em que todos são precisos mas ninguém se pode impor aos demais, num colectivo democraticamente plural, composto por militantes, activistas e simpatizantes Comunistas, Ecologistas, da Intervenção Democrática e os muitos e muitos independentes que se reconhecem neste grande projecto convergente de esquerda e mobilizador de vontades, respeitador das diferenças mas trabalhando unitariamente, é possível construir uma sociedade mais justa e em equilíbrio com a natureza.

A CDU, e na Assembleia da República os dois Grupos Parlamentares a que dá origem, o Grupo Parlamentar do PCP e o Grupo Parlamentar d’ “Os Verdes”, têm sido uma voz incansável, coerente e responsável, na luta pelos direitos fundamentais conquistados em Abril e que começaram a despontar naquela madrugada em que Salgueiro Maia, tantas vezes em vida maltratado pelos poderes públicos Democráticos que ele ajudou a nascer, saiu desta cidade, de Santarém, para ajudar a plantar os cravos no solo do meu país desbravado pela luta exemplar da heróica resistência antifascista.

Os direitos fundamentais, tão maltratados e enxovalhados pelas políticas de direita, seja com PS ou com PSD, acolitados por vezes de CDS, conheceram ao longo desta legislatura, lamentavelmente, dos mais ferozes ataques de que em Democracia há memória.

Da Educação à Saúde, passando na segurança e na justiça, a política foi de agravamento de custos para as famílias, de cortes no investimento público, de estrangulamentos orçamentais, de encerramento de serviços públicos, entre escolas, centros de saúde e esquadras, restringindo esses direitos básicos às pessoas.

Ao mesmo tempo conheceram-se os mais furiosos ataques aos trabalhadores da função pública, entre professores e enfermeiros, agentes das forças de segurança, oficiais de justiça, mas também aos trabalhadores do sector privado com um Código de Trabalho que vem agravar a precariedade e destruir as convenções colectivas de trabalho, diminuindo salários reais e pensões ao mesmo tempo que aumentaram impostos.

Tudo sempre em nome do défice e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, contribuindo determinantemente para criar as condições para que a crise afectasse do modo que estamos a ver o nosso país revelando que há razões e causa internas, que há responsáveis internos que não permitimos que lavem as mãos nas águas sujas da crise internacional.

Mas esta foi também a legislatura em que o Ambiente foi permanentemente colocado em segundo plano sempre atrás dos interesses económicos de alguns, posto ao serviço do lucro para alguns, transformado num mero negócio e aviltado nesta concepção mercantilista neoliberal e capitalista da natureza e do património e recursos naturais.

Da água, que sempre defenderemos como direito ao serviço das populações e nunca como mercadoria, às áreas protegidas com portagens no seu acesso, aos resíduos industriais perigosos feitos combustíveis subsidiados pelo Estado para as cimenteiras em vez de se dar a prioridade ao funcionamento sustentável e em segurança aos Cirver na Chamusca, às variedades transgénicas agrícolas que se querem impor ao arrepio da vontade das autarquias se constituírem em Zonas Livres de OGM´s e dos direitos de agricultores e consumidores até ao desordenamento do território e assalto promovido a zonas sensíveis através dos PIN e PIN+ para grandes empreendimentos turísticos.

Ao longo desta campanha vamos mais uma vez assistir à mistificação. Que ninguém se deixe enganar, companheiros e amigos. Tentarão convencer-nos, mais uma vez que as eleições se destinam a eleger um Primeiro-Ministro na tentativa de bi-polarizar a vida política nacional entre PS e PSD numa redução empobrecedora da Democracia Nacional.

Quererão convencer-nos de que Portugal necessita de estabilidade política de maiorias absolutas, como se as maiorias absolutas em Portugal nos últimos anos não tenham sido precisamente as que maior instabilidade criaram na vida dos portugueses, com a regressão de direitos sociais e insustentabilidade ambiental.

José Sócrates, que não soube nunca ler e assumir as consequências sociais, económicas e ambientais dos seus erros políticos, não soube ler os sinais que da rua lhe chegavam nas sucessivas maiores manifestações de sempre em Democracia, e por isso recebeu o cartão vermelho que o povo português lhe mostrou nas últimas eleições europeias.

Contudo, neste momento, quem manda já no Primeiro Ministro é a equipa de imagem da campanha eleitoral do PS que lhe aconselhou mudar um pouco o discurso, mudar a imagem da arrogância para a falsa humildade e para a aparente abertura para ouvir e para o diálogo que nunca mostrou ao longo de quatro anos e nunca vai pôr em prática se voltar a ter a maioria.

Que ninguém se deixe enganar, como aconteceu em 2005. Este PS já demonstrou que não vai governar à esquerda, e a seguir às eleições logo vão esquecer as promessas feitas para o país e para o Distrito.

Bem diferente é a CDU e por isso não aceitamos o discurso fácil e falacioso do são todos iguais. Os eleitos d’ “Os Verdes” e do PCP nunca deixaram de levar os problemas do Distrito de Santarém, do norte e do sul do distrito, e por isso prestarão contas aos seus eleitores.

Não fazemos como o PS que durante um mandato inteiro (4 anos) se recusou a resolver o problema da poluição do Rio Alviela, chumbando as nossas propostas na Assembleia, com o Governo a recusar assumir as suas responsabilidades por diversas vezes quando confrontado pelos Verdes, para agora virem em vésperas das eleições como tantas outras vezes aconteceu, reprometer o há muito prometido: as obras no sistema de saneamento e etar de Alcanena e no mouchão parque de Pernes.

Ao longo destes 4 anos, foram os eleitos da CDU que denunciaram mas que também fizeram propostas, em defesa das Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Reserva Natural do Paul do Boquilobo, sobre a falta de médicos e os problemas nos atendimentos dos Centros de Saúde (Coruche, Constância, Alpiarça, Rio Maior, Torres Novas, Abrantes, Benavente, Salvaterra e Santarém), a defesa de há mitos anos dum Hospital ao Sul do Distrito, a defesa da correcta gestão florestal e dos meios de vigilância e combate a incêndios florestais, a defesa da agricultura e da produção nacional factor de desenvolvimento local.

Companheiros e amigos, é por isso que a confiança com que partimos para mais esta batalha eleitoral é muita. Por causa do trabalho feito, por causa da qualidade individual dos nossos candidatos, conhecida e reconhecida publicamente, mas acima de tudo pela força da razão das nossas propostas, dos nossos princípios e dos nossos ideais que nos guiam e animam permanentemente nesta caminhada.

VIVA A CDU.

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