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20/09/2009
Comício da CDU - Porto (Palácio de Cristal) - Intervenção de Manuela Cunha
INTERVENÇÃO DE MANUELA CUNHA
COMÍCIO DA CDU – PORTO (Palácio de Cristal)
20 de Setembro 2009

Caros Amigos e Companheiros,
Para todos vós, presentes neste grande comício da CDU no Porto, para o Partido Comunista Português, para a Intervenção Democrática e para os numerosos Independentes que compõem esta Coligação, uma calorosa saudação do Partido Ecologista “Os Verdes”.
A grande mobilização a que assistimos aqui, hoje, a Norte do país, é a prova da crescente simpatia que a CDU vai granjeando à medida que a Campanha avança.
Por isso, companheiros, é com força, ânimo e confiança que vamos continuar a nossa Campanha fazendo chegar ao maior número possível de eleitores as nossas propostas para que o país saia da situação insustentável na qual se encontra.
Estaremos nos mercados, à saída das fábricas, dos hospitais, das universidades, nas ruas…… pois só a nossa presença esclarecedora junto das populações conseguirá contrariar a ideia insistentemente transmitida que o nosso futuro colectivo passa pelo resultado de um confronto entre dois protagonistas (PS/PSD), para o qual se arranjaram umas “bengalas” em caso do desfecho mostrar alguma debilidade.
Reduzir as eleições legislativas a este duelo é deturpar o sentido do acto eleitoral que está em causa e é, sem dúvida, empobrecer a democracia e afastar cada vez mais os eleitores das urnas de voto. No próximo domingo, são os 230 deputados que irão compor a próxima Assembleia da República que os portugueses irão, de facto, eleger.
A estes cabe um papel decisivo na representação das vontades e anseios das populações do distrito pelo qual se candidatam e do país, mas também, e ainda, na orientação e fiscalização da acção governativa.
Por isso, o desfecho destas eleições será determinante para o país e para a nossa população. Como tal, até ao último dia, não nos pouparemos a esforços para apontar os responsáveis pelo desemprego que atinge milhares de trabalhadores, nomeadamente aqui, nesta região norte do país. E também para relembrar quão bem se entendem PS/PSD e estão em plena harmonia no que diz respeito a políticas laborais quando se trata de retirar direitos aos trabalhadores.
Não nos pouparemos a esforços para relembrar o empenho que José Sócrates e o seu elenco socialista tiveram para denegrir a imagem dos professores e debilitar a escola pública, assim como para desmembrar o Serviço Nacional de Saúde.
Se necessário, iremos ao álbum das recordações buscar as fotografias deste mandato, para que a imagem doce, modesta e tolerante do Primeiro Ministro, construída de forma oportunista após o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, não apague da memória dos portugueses o José Sócrates que chefiou um governo que mandou a policia à sede dos sindicatos, que ameaçou os técnicos cujos pareceres contrariavam as suas pretensões, que fez desaparecer das Consultas Públicas das Avaliações de Impacto Ambiental as opiniões discordantes, tal como aconteceu no caso da Barragem da Foz do Tua.
Caros Amigos e Companheiros,
Este é, também, o Governo que fica com o pior registo na área do ambiente desde que Portugal tem este Ministério. Opinião que tem feito unanimidade no movimento ambientalista.
Este Governo PS, chefiado pelo Eng. Sócrates, cortou os meios às áreas protegidas para poderem intervir eficazmente.
Com este Governo, não houve conservação da natureza e biodiversidade que resistisse. Foram os PINs, os grandes projectos pré-decididos antes de qualquer avaliação séria de impacto ambiental, como aconteceu com o Programa Nacional de Barragens, ou com a escolha de um montado de sobro para localizar a Prisão de Lisboa e Vale do Tejo.
Com este Governo não houve combate eficaz às alterações climáticas, nem redução da nossa dependência energética, por inércia e por falta de vontade política em confrontar-se com certos interesses económicos. Uma situação que foi notória nas orientações seguidas na política de transportes, nomeadamente no transporte ferroviário convencional, onde imperou uma total ausência de estratégias e tomada de medidas incentivadoras do uso do transporte público.
Mas nem por isso deixaram, esta semana, visto ser a semana europeia da mobilidade, de se desdobrar em acções e declarações demagógicas nesta área.

Caros Amigos e Companheiros,
A agricultura, os agricultores e o mundo rural também não resistiram a tanto desinteresse e tantos anos de subserviência, ora do PSD, ora do PS, aos interesses da Politica Agrícola Comum. Hoje importamos 75% dos produtos alimentares que consumimos, com graves impactos para a economia portuguesa. Os solos estão mais pobres e aumentaram substancialmente as emissões de gases com efeito de estufa só por conta do transporte de bens alimentares.
É também importante realçar que, enquanto as políticas do PS davam continuidade às do PSD e privatizavam bens fundamentais à vida e estratégicos para um desenvolvimento sustentável, como a água, a energia, os transportes ferroviários, as florestas, comprometia-se o bem-estar das gerações futuras. Nós, os dois grupos parlamentares que têm origem na CDU, o grupo parlamentar do PCP e o grupo parlamentar de “Os Verdes”, não só nos opusemos com toda a força a estas políticas, como lutámos para que fosse aprovado um conjunto de propostas em defesa do ambiente.
Somadas as iniciativas legislativas dos dois grupos parlamentares, foram mais de 100 as que foram apresentadas só nesta área. Mais do dobro do que qualquer outro grupo parlamentar (o PS apresentou 15). Apresentámos propostas nas áreas da agricultura, da floresta, da conservação da natureza, dos resíduos, dos recursos hídricos, do ordenamento do território, dos transportes e da energia, da qualidade do ar, dos campos electromagnéticos, dos OGM, da Avaliação de Impacte Ambiental, da saúde pública e ambiente e, por fim, do Direito Penal Ambiental.
Por tudo isto, é hoje, aqui, legítimo apelar a todos os ecologistas, a todos os que se preocupam com o ambiente e com a promoção de um desenvolvimento sustentável, que votem na CDU.
Caros Amigos e Companheiros,
A actual situação económica, social e ambiental, não é nenhuma fatalidade, porque é possível reforçar as vozes que defendem os interesses do povo e do país.
Porque estamos convictos e confiantes que uma vida melhor, num país melhor, é possível.
Vamos, até ao fim da campanha e já que estamos na semana da mobilidade, trabalhar para que o s eleitores ofereçam, não um par de patins, mas sim um Bilhete de TGV a José Sócrates para que este se ponha a andar em alta velocidade e, já agora, que leve consigo na carruagem a Manuela Ferreira Leite.
Vamos trabalhar para reforçar a CDU e assim garantir uma alternativa real às políticas de direita. VAMOS REFORÇAR A CDU.

Porto, 20 de Setembro de 2009

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