Antes de mais, em nome do Partido Ecologista “Os Verdes”, saúdo o PCP e a ID que, perante mais um desafio eleitoral, neste caso para as autarquias locais, não hesitaram em reactivar a CDU, coligação que tem demonstrado, com a sua postura, a sua seriedade e responsabilidade, querer contribuir para uma sociedade melhor, mais digna, mais justa, mais solidária, mais respeitadora dos recursos naturais, uma sociedade de paz, tal como se exige a uma força política efectivamente de esquerda.
Saúdo igualmente todos os montemorenses aqui presentes e que dão força a esta Coligação.
Aqui estamos, num acto, que é mais um passo no arranque para as eleições autárquicas que se aproximam.
A situação gravíssima do país, deixa muitas dúvidas quanto ao quadro político que encontraremos até lá.
Temos estado a ser governados por gente que, seguindo instruções externas e na mais completa submissão à ideologia neoliberal, têm vindo a destruir o país, não respeitando sequer muitos dos direitos consagrados na nossa Constituição.
Com os argumentos falsos de que as medidas são invitáveis e que não existem alternativas, lá nos vão roubando o direito ao trabalho, à saúde, à educação, à habitação, à mobilidade, à cultura, à água.
Sempre medidas que vão no sentido contrário àqueles que deveriam ser os grandes objectivos para a recuperação do país: a estabilização social, a criação de emprego e o desenvolvimento das economias locais.
E continuamos a assistir ao ataque sistemático às funções sociais do Estado, como se tivessem sido estas a conduzirem o país à situação a que chegou.
Quando todos sabemos que o que nos conduziu até aqui, foram as políticas, seguidas durante anos, por PSD, PS e CDS, em conivência com os estados mais poderosos da União Europeia, de destruição do nosso aparelho produtivo, na indústria, agricultura e pescas, bem como a adopção precipitada do Euro e o consequente aumento da dependência do exterior, nomeadamente, dos mercados financeiros.
A realidade aí está para mostrar, da forma mais dramática, como todo este caminho tem sido errado.
Agora, a coberto do chumbo do Orçamento pelo Tribunal Constitucional, lá vêm com a mesma receita. Mais austeridade, a recair sobre os mesmos: trabalhadores, pensionistas e funções sociais do Estado.
Estamos perante um governo profundamente incompetente, sem legitimidade para continuar e cada vez mais desacreditado.
É esta a hora de sermos nós a dizer que aquilo que é inevitável e que não tem alternativa é a demissão deste governo.
Temos de voltar a dar a palavra ao povo, permitindo encontrar uma solução governativa de esquerda, que ponha em prática uma política diferente, renegociando a dívida, os seus prazos, montantes e juros, de forma séria, com sustentabilidade e com margem para o crescimento económico.