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08/06/2013 |
Intervenção de Cláudia Madeira «Os Verdes» nas Jornadas de Trabalho da CDU de Vila Franca de Xira - Juventude, Desporto e Tempos Livres |
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Hoje vivemos tempos difíceis, todos nós o sentimos na pele.
Estamos perante um claro ajuste de contas ao que foi arduamente conquistado. Quando ainda há ainda um vasto caminho a percorrer, direitos a alcançar, impõem-nos um retrocesso de décadas.
Junta-se a troika portuguesa – PS, PSD e CDS-PP, à troika estrangeira e o que é que temos?
Um país estrangulado, mais pobre e sem direitos.
O concelho de Vila Franca de Xira não é excepção, e é o retrato do que se passa pelo país, onde aumenta o desemprego, a precariedade e onde se destroem serviços públicos. Também Vila Franca tem vindo a empobrecer, do ponto de vista económico, social, cultural e ambiental.
Toda esta situação afecta a generalidade dos portugueses e os jovens sentem bem isso.
O que é, hoje, a vida de um jovem em Portugal?
Para a maioria, é viver na incerteza, com dificuldades e sem grandes perspectivas de futuro.
Os problemas da juventude são transversais a diversas áreas, como o emprego, o ensino, a habitação, a cultura, o desporto, o associativismo, os transportes e a qualidade de vida.
E todas estas áreas, todas, têm sido atacadas pelos sucessivos governos e, particularmente, pelo actual, que leva descaradamente a juventude à pobreza, à instabilidade, à dificuldade em realizar os seus sonhos e em organizar a sua vida.
O desemprego não pára de aumentar. A taxa de desemprego jovem atingiu o nível mais elevado de sempre: 42,5%!!
A precariedade afecta muitos milhares, e outros tantos são empurrados para a emigração.
A larga maioria dos jovens está completamente desamparada, enfrentando situações de miséria, agravadas nos casos dos casais desempregados e com filhos.
No Ensino, os custos são cada vez mais elevados. As propinas aumentam e as bolsas são reduzidas.
Tem havido um verdadeiro desinvestimento na área da cultura, do desporto e dos tempos livres, sendo um privilégio apenas daqueles que podem pagar. Sendo não um direito de todos, mas um privilégio de uma pequena elite.
A falta de apoio para a habitação faz com que muitos jovens vejam impossibilitada a sua emancipação.
Os constantes ataques aos transportes públicos, os brutais aumentos dos títulos de transporte e o corte dos passes escolares retira-lhes um direito tão fundamental como é o direito à mobilidade.
O associativismo juvenil tem sido alvo de limitações, prejudicando a sua actividade e intervenção.
Isto é um exemplo daquilo que vivemos, e toda esta situação arrasa as aspirações dos jovens, rouba o nosso presente e o nosso futuro.
E tudo isto se passa enquanto vão milhões para os bancos, tira-se a tudo o que é essencial para a população e a juventude portuguesa. Todos os nossos sacrifícios vão directamente para os bolsos deles.
Esta situação tem responsáveis e já sabemos quem são. São os senhores do costume que se vão alternando.
Portanto, está mais que provado que não serão os responsáveis por esta situação, que a vão resolver, antes pelo contrário.
Uma coisa é certa, não queremos para este concelho o reflexo do que se passa no plano nacional.
E em Vila Franca é diferente? Não.
E é aqui que as eleições autárquicas assumem um papel muito importante!
As políticas do PS, em estreita ligação com o PSD, ao longo de 16 anos, ditaram o abandono de uma política de juventude.
Enquanto isso, a CDU, na Câmara, na Assembleia Municipal e nas freguesias tem defendido o que é melhor para as populações.
A Câmara mostra-se indiferente ao grave problema social e económico dos jovens do concelho, cujo desemprego e falta de perspectivas atinge uma proporção dramática.
De 2007 a 2010 o emprego diminuiu 8%, tendo sido destruídos cerca de 4600 empregos.
Assistimos, ao longo destes anos, à destruição criminosa de várias fábricas e de emprego. Em troca temos o quê?
Grandes condomínios, para benefício do capital imobiliário.
Outro dos graves problemas com que se depara a juventude é a dificuldade de acesso à habitação.
Foram abandonados os projectos de habitação cooperativa e não se estimula a habitação a custos controlados e o arrendamento.
Muitos jovens são forçados a viver em casa de familiares ou mesmo a procurar alternativas fora do concelho.
Na área do desporto a Câmara tem vindo a estimular a profissionalização do desporto, ignorando a actividade do desporto popular, e os custos de acesso aos recintos desportivos são exagerados.
As casas da juventude, outrora uma referência do município, são hoje lugares quase sem dinamismo e com actividade desfasada da realidade exigida pelos jovens.
Acabaram com todas as iniciativas para a juventude, como o Xira Jovem, além das comemorações dos dias do estudante e da juventude.
Mas pode ser diferente! Todos nós, na CDU, nos comprometemos a prosseguir e a reforçar a luta pela dignidade e as condições de vida e de trabalho da juventude portuguesa.
E hoje, com estas Jornadas, vamos conseguir estar mais perto dos jovens. Vamos canalizar os contributos que saírem daqui para resolver os problemas da juventude.
A CDU, por reconhecer a capacidade e importância dos jovens, integra nas suas listas vários candidatos jovens, para dar voz à juventude, a uma juventude que se interessa e se preocupa, que não encara esta situação como uma inevitabilidade, mas sim como uma situação que pode e deve ser mudada.