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25/09/2009 |
INTERVENÇÃO DE ENCERRAMENTO LEGISLATIVAS 2009 – BRAGA - Francisco Madeira Lopes |
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Boa noite Amigos e Companheiros,
Antes de mais nada, deixem-me dirigir-vos um forte abraço de saudação, a todos aqui presentes, e a todos os que por esse país fora, hoje reunidos em múltiplas iniciativas, levam a efeito os últimos actos desta grande campanha eleitoral que a Coligação Democrática Unitária levou a cabo ao longo das últimas semanas, com muito trabalho militante, trabalho colectivo, esforços e sacrifícios individuais, mas sempre com boa disposição, ânimos elevados e uma enorme confiança pelo excelente trabalho feito pelos eleitos da CDU neste mandato e pela qualidade e oportunidade das nossas propostas para vencer os desafios do presente e construir um futuro melhor para o nosso país e o nosso povo.
Grande campanha não apenas pelo envolvimento das massas, não apenas pelo privilegiar do porta-a-porta, num permanente contacto de proximidade com as pessoas, escutando-as, aprendendo com elas, conhecendo os seus problemas, compreendendo as suas necessidades, apoiando as lutas justas das populações, ao seu lado e com elas, como sempre, durante todo o ano e não apenas durante os períodos eleitorais como alguns fazem, mas principalmente, amigos e companheiros, pela elevação com que levámos a cabo esta campanha, pelo respeito para com os eleitores e a Democracia portuguesa, primando pelo debate de ideias, pelo balanço dos compromissos feitos há 4 anos e meio, e pela apresentação de propostas concretas, urgentes e absolutamente necessárias para vencer a crise, para dar um outro rumo a Portugal, demonstrando que Sim, uma vida melhor é possível!
E prosseguiremos o nosso rumo sem nos deixarmos intimidar ou desanimar por quem quer que seja.
As sondagens que vão saindo, a um ritmo quase diário, pretendendo introduzir mais um elemento para comentadores se entreterem e encher páginas de jornais, valem o que valem. Se as sondagens contassem, em duas semanas já teríamos tido 10 ou mais Assembleias da República diferentes. Aliás, a distância profunda que ocorreu entre as sondagens e os resultados de facto das eleições europeias, relembraram bem o que são as sondagens e recolocaram-nas no seu devido lugar.
Por isso, continuaremos a levar a nossa mensagem sem complicações de alma, até ao dia 27 e depois, até ao dia 11 de Outubro, e depois, nos órgãos onde estivermos eleitos, nas empresas, no campo, nas áreas protegidas, onde houver dificuldades, injustiças, crimes ambientais e de ordenamento do território, a CDU lá estará, sempre ao lado dos portugueses os únicos com quem assumimos há muito tempo um compromisso que nunca desonrámos e que honraremos até ao fim: defender a justiça social e a sustentabilidade ambiental.
O tomar do pulso das ruas, das praças, das pessoas que sabem que foram traídas pelas promessas feitas não cumpridas pelo PS em 2005, que estão a sentir na pele e na carne as dificuldades, as desigualdades, as injustiças, são o melhor barómetro para a certeza de que no próximo Domingo se vai abrir um novo tempo, um novo caminho, uma nova esperança, com o reforço da CDU para uma Vida Melhor!
Porque, meus amigos, só com o reforço na CDU, com mais votos, com mais mandatos, com mais deputados da grande força convergente da esquerda, a única alternativa responsável à esquerdeita do PS, que é a Coligação Democrática Unitária, com os militantes do PCP e dos Verdes, membros da Intervenção Democrática, activistas e simpatizantes e os muito independentes que se revêem neste projecto e amplo espaço democrático de esquerda que enriquecem de sobremaneira, será possível obrigar à inflexão deste caminho ruinoso de políticas de direita e a construir a mudança necessária.
É que não há esperança alguma de mudança entre PS e PSD ou CDS. O tempo da inocência já lá vai. Esses partidos já tiveram de sobra as suas oportunidades. Governaram e foram, são, co-responsáveis pelo estado a que chegou o nosso país fruto de opções concretas e políticas de direita de sucessivos governos.
Responsáveis pela destruição da produção nacional, pelo abandono rural e progressiva dependência agro-alimentar do estrangeiro, pela falta de apoio à nossa agricultura, pequena agricultura familiar, agricultura biológica e convencional, e ao escoamento da produção nacional nos mercados locais, pela desprotecção das nossas florestas onde as manchas de contínuo florestal de eucaliptos continuam a reinar, pelos desequilíbrios do território com a sobrelitoralização e o despovoamento do interior, pelo encerramento cego de serviços públicos fundamentais na área da saúde, pelo encarecimento da educação e ataque à escola pública.
Nós não esquecemos. Que todos se lembrem também. Que ninguém se volte a deixar enganar.
Que eles foram e são responsáveis pelas privatizações e concessões de bens públicos, das praias aos monumentos nacionais, pelos cortes no investimento público, pela desresponsabilização do Estado aos mais diferentes níveis, pela crise interna anterior à crise internacional, pelo Código do Trabalho e seu agravamento, pelo trabalho precário e pela generalização dos recibos verdes. Alguém lembrava há dias que nunca antes como hoje, tivemos em Portugal novas gerações tão bem preparadas, jovens com mais elevadas qualificações e ao mesmo tempo a serem explorados como nunca, com remunerações tão miseráveis, com precariedade, a recibos verdes e sem quaisquer direitos ou pura e simplesmente desempregados.
Que eles foram e são responsáveis pelos ataques a todos os trabalhadores, em especial da função pública, como os professores aviltados na sua dignidade profissional, os enfermeiros ou agentes de segurança, pelos elevados preços que as empresas e famílias pagam pela energia, para encher de lucros os grandes do capital, como a EDP e a GALP, pela dependência e tremendo desperdício energético, assente nas energias fósseis poluidoras e que provocam as alterações climáticas, pelo atraso em medidas na poupança e eficiência energéticas, pelo atraso no investimento coerente, planeado e estruturado nas fontes renováveis desaproveitadas, como o solar, no qual Portugal tem só o maior potencial desaproveitado da Europa.
Que eles foram e são os responsáveis pela degradação contínua do ambiente em Portugal, subordinando toda a política de ambiente à lógica do mercado e do lucro, cortando verbas para as áreas protegidas e cobrando preços à entrada das mesmas, privatizando a água com uma Lei que a trata como mera mercadoria e não como bem indispensável à vida, desinvestindo nos transportes públicos, encerrando linhas de caminho de ferro como o Tua, Tâmega e Corgo, e preparando-se para vender a CP a retalho onde for apetecível para os privados.
Companheiros e Amigos, é tempo de dizer já basta! Já chega! Não tem q ue ser assim! A CDU tem propostas e soluções alternativas. O nosso trabalho parlamentar e nas autarquias tem-no demonstrado
Por isso apresentámos ao longo desta campanha o balanço de que nos orgulhamos e que fala por nós e por isso pedimos aos portugueses que façam eles próprios o balanço. Que na hora de votar pensem em quem trabalhou a defender os seus direitos e os seus interesses. Para que ninguém se volte a deixar enganar como aconteceu em 2005.
E se o fizerem em consciência, não temos dúvidas que reconhecerão na CDU a força que tem provas dadas, que já provou repetidas vezes que é de confiança, a força que não trai, que não se vende, que não se rende. Esta grande força de trabalho e intervenção que é a CDU verdadeiramente indispensável ao país e à democracia portuguesa, verdadeiramente imprescindível à travagem da política de direita e a uma viragem à esquerda.
Companheiros e Amigos,
Hoje neste comício de encerramento de campanha não encerramos em boa verdade nada. O trabalho da CDU é permanente.
Amanhã, respiramos fundo. Na segunda-feira retomaremos a luta nas autarquias. Mas no Domingo, vamos mudar Portugal!
VIVA A COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITÁRIA!!!