|
20/08/2019 |
Intervenção de José Luís Ferreira no Seixal |
|
Boa tarde amigos e companheiros,
Em nome da Direção Nacional do P.E.V., começo por saudar as restantes forças políticas que integram a CDU, mas também os muitos independentes que por todo o País nos acompanham nesta batalha eleitoral.
Uma batalha eleitoral muito importante, porque importante é também o nosso futuro coletivo.
E é exatamente o nosso futuro coletivo que em está em causa no ato eleitoral de 6 de outubro.
Também por isso, estas eleições são antes de mais uma escolha.
Uma escolha de 230 deputados à Assembleia da República, que decidirão do nosso futuro coletivo, dos nossos direitos, da nossa qualidade de vida, do equilíbrio ambiental e da justiça social.
Uma escolha entre aqueles que consideram que a reivindicação do aumento do salário mínimo é demagógica e aqueles que com toda a justiça teimam na sua concretização.
Mas uma escolha também entre aqueles que mantém a sua palavra e aqueles que antes das eleições juram defender o que depois literalmente contrariam, quando chega a hora das decisões.
E aqui não falamos apenas do PSD e do CDS, que hoje, como ontem, prometem baixar os impostos e depois das eleições fazem exatamente o contrário, como infelizmente todos somos testemunhas.
Falamos também do PS.
Sim, do PS que agora se mostram muito indignados com o facto do PSD e do CDS terem privatizado uma empresa com a importância dos CTT,
mas que chegada a hora de votar as propostas dos Verdes e do PCP para fazer regressar os CTT à esfera pública, cativou a sua indignação e votou contra.
O mesmo PS que diz querer combater a precariedade laboral mas que se junta à direita para promover a precariedade laboral com o fez agora, nomeadamente com o alargamento do período experimental.
E é também por isso que todos os ativistas da CDU, se devem envolver ativamente nesta campanha eleitoral, não só para fazer chegar as propostas da CDU, mas também para esclarecer,
porque as pessoas têm o direito de saber quem esteve sempre do lado delas e quem apenas se diz do seu lado nos períodos pré-eleitorais.
É preciso dizer às pessoas de que lado está a coerência, de que lado está a defesa da justiça social porque a coerência, tal como a defesa da justiça social, também tem lado.
E já que falamos do lado certo, importa recordar que a legislatura que agora termina, é apenas o exemplo mais recente da coerência que acompanha a CDU ao longo dos anos.
Uma legislatura que fica marcada por alguns avanços no plano social e ambiental, é verdade, mas também é verdade que as forças que integram a CDU, foram absolutamente decisivas e determinantes nesses avanços.
E se mais não se avançou foi porque o PS escolheu a obediência às imposições da União Europeia.
Se assim não fosse, certamente que outro galo cantaria.
É também por isso que o reforço da CDU é absolutamente imprescindível para avançar.
Avançar no caminho certo, no caminho do equilíbrio ambiental e da justiça social.
Caros amigos,
No momento em que a CDU apresenta publicamente as suas listas, é também o momento para sublinhar que tal como no passado, os candidatos da CDU, saberão honrar a sua palavra.
Continuaremos atentos, como fizemos até agora, aos problemas e aos anseios das populações.
E se, por ventura nos vierem com a conversa de que os partidos ou os candidatos são todos iguais, certamente que não precisaremos de dizer que, para quem não sabe ler, todos os livros são iguais.
O que temos de dizer é que os candidatos da CDU, não embarcam em viagens-fantasma, e sabem muito bem onde moram. Sabem muito bem onde residem e não se enganam ao preencher as declarações.
Moram onde moram. Residem onde residem e não onde o subsídio é mais gordo.
Somos assim e disso nos orgulhamos.
Por isso, aqui estamos, e o que dizemos é que a CDU tem provas dadas, com trabalho realizado, com coerência e com consequência de propostas.
Aqui estamos, prontos para dar o nosso melhor em defesa das populações, pela valorização dos nossos recursos naturais e dos ecossistemas, pela segurança do nosso território e pela melhoria das condições de vida das pessoas.
É isto que nos move, porque não andamos atrás, nem de subsídios nem de ondas mediáticas.
E por falar em ondas mediáticas, partilho convosco um facto, no mínimo curioso.
Numa altura em que se aproxima mais um acto eleitoral, todos os Partidos se mostrem muito preocupados com as questões ambientais e com a ameaça que o fenómeno das alterações climáticas representa para o planeta.
Mas Os Verdes não acordaram agora para este problema. Aos anos que a CDU tem vindo a chamar atenção, a sensibilizar as pessoas e a apresentar propostas concretas para travar esta ameaça?
Seria necessário recuar ao início do século, para desenterrar uma verdade que os factos não deixam contrariar:
foram Os Verdes que no nosso país, trouxeram para discussão a necessidade de tomar medidas com vista a travar as alterações climáticas, uma batalha que, aliás, temos vindo a assumir como prioridade ao longo de décadas.
Estávamos no longínquo ano de 2001, quando Os Verdes apresentaram na Assembleia da República uma iniciativa legislativa com o objectivo de dar cumprimento ao Protocolo de Quioto, e por essa via contribuir para combater as alterações climáticas.
Uma batalha, que de resto, Os Verdes, trouxeram para fora da Assembleia, com centenas de iniciativas, entre ações de rua, conferências, tertúlias e debates, e de onde se destaca a campanha “Stop às alterações climáticas”, lançada em 2005 e que percorreu todos os concelhos do continente e das regiões autónomas, com Escola Secundária.
Bem podemos dizer, por isso, que não estivemos á espera que as alterações climáticas dessem votos ou entrassem na esfera mediática, para o assunto merecer a nossa preocupação.
São muito anos a batalhar no combate às alterações climáticas, e bem sabemos que não foi notícia na comunicação social, o que não sabemos é o porquê. Não sabemos porque não foi noticia.
E o mesmo se diga relativamente ao bem-estar animal. Também não estivemos à espera que desse votos para nos preocuparmos com o assunto.
Aos anos que Os Verdes apresentam propostas concretas em torno do bem-estar animal?
Será necessário recuar ao seculo passado para avistarmos a proposta que levamos à Assembleia com vista a estabelecer uma Lei de Bases de proteção dos animais não humanos.
Estávamos então em 1988.
São, portanto, muito anos a batalhar na defesa do bem-estar animal, e bem sabemos que não foi notícia na comunicação social, o que não sabemos é o porquê. Não sabemos porque não foi noticia.
Mesmo assim continuamos determinados a prosseguir estas e outras batalhas que a nosso ver possam contribuir para mais equilíbrio ambiental e mais justiça social.
Sem fundamentalismos, mas com sentido de responsabilidade.
Sem fúrias proibicionistas nem ataques penalistas, mas com bom senso.
Sem populismos, mas com coerência.
Somos ecologistas, lutamos por valores que afirmem o desenvolvimento sustentável, e este só é possível com justiça social.
Não temos dúvidas sobre isto, não haverá nunca equilíbrio ambiental se não houver justiça social, até porque a defesa do ambiente não é compatível com o liberalismo, nem por sombras.
É também por isso que dizemos que os verdadeiros ecologistas têm de ser de esquerda.
E Os Verdes são um partido de esquerda e assumem-no, como sempre o fizemos, porque nada temos a esconder.
Não estamos no lote daqueles que se dizem, não ser de direita nem de esquerda, que nem são carne, nem são peixe, que são tudo e nada ao mesmo tempo.
Não. Nós somos ecologistas, somos de esquerda.
Queremos um planeta sustentável, lutamos pela justiça social, enquanto premissa absolutamente indispensável para o equilíbrio ambiental.
Queremos um mundo para todos, porque todos haveremos de caber no mundo.
Sejam homens ou mulheres, novos ou velhos, e independentemente da comunidade a que pertençam, terá de haver lugar para todos e em harmonia, seja na Moita, seja no Seixal ou em qualquer outro lugar.
Somos ecologistas e por isso dizemos com toda a propriedade e com toda a convicção: o voto ecologista é o voto na CDU.
Viva a CDU