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Intervenções de Campanha
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14/08/2019
Intervenção de Mariana Silva no Comício da CDU em Vila Franca de Xira
Caros amigos do PCP, da ID, homens e mulheres sem Partido que connosco partilham o espaço de ampla unidade que é a Coligação Democrática Unitária, recebam do Partido Ecologista os Verdes aquele abraço de quem encontra os amigos de sempre, os amigos de verdade, os que, connosco, querem construir um projecto alternativo para um país equilibrado, harmonioso e amigo do ambiente.
Estamos a poucas semanas das eleições legislativas, por estes dias o ambiente tornou-se a coqueluche da campanha eleitoral.
Hoje, todos se põem em bicos de pés, cada um acotovelando o vizinho para ficar no retrato dos mais amigos da Natureza.
Até na Comunicação Social, os que promovem o consumo desenfreado e injustificado de bens e serviços, concluem hoje as suas intervenções sempre com a ideia de que ninguém faz nada, de que ninguém quer saber.
Abrimos certos jornais e lá encontramos um grande anúncio de mais um telemóvel ultramoderno ou de um carro para substituir o seu carro antigo e, na página ao lado lá está a ladainha de que há quem ande a destruir o ambiente!
Há sim quem faça mal, muito mal, ao ambiente e à natureza! E nós sabemos quem são. Os que apenas pensam no lucro e na exploração sem limites de todos os recursos naturais para alimentar a sua gula insaciável.
Mas também sabemos quem está no nosso país, há quase quarenta anos, num combate sem tréguas em defesa da nossa casa comum a que chamamos Terra.
Cá estamos, perante vós e perante o povo português, para lembrar que há um Partido, o Partido Ecologista Os Verdes que já alertava para as alterações climáticas quando ainda só se falava no aquecimento global.

Os que hoje descobriram que isso vende jornais, ontem silenciavam as nossas iniciativas, e os PS’s e os PSD’s, que agora limam as arestas da sua faceta ecologista, ontem votavam contra as nossas propostas e os BE’s e os PAN’s movidos a anti-PEVismo ficam sabendo que estamos hoje no mesmo rumo que estávamos quando em 1982 nascíamos para promover uma intervenção ecologista mais activa na sociedade portuguesa.
Empenhados em alertar a opinião pública para os desafios ecológicos que então se colocavam a nível planetário, para os problemas de ambiente que também já se começavam a fazer sentir em Portugal e cientes ainda da urgência de encontrar respostas adequadas para os mesmos, "Os Verdes" fixaram como objectivo transportar estas preocupações para o mais alto nível institucional, em paralelo com o desenvolvimento de acções locais, a fim de contribuir para o crescimento da consciência ecologista dos cidadãos.
Foi esse objectivo que nos moveu, também nos últimos quatro anos da vida política nacional. Procurar as respostas urgentes para muito dos problemas nacionais.
E foi por isso que nos batemos, e conseguimos importantes vitórias, pela alteração do Regime Jurídico de Arborização e Rearborização, a famosa lei da eucaliptização que Assunção Cristas, enquanto ministra da Agricultura fez aprovar.
E é preciso lembrar que foi por iniciativa do PEV que foi possível estabelecer a obrigatoriedade de redução da área de eucalipto em Portugal, estabelecendo mesmo um calendário com esse objectivo.
E batemo-nos também, e conseguimos, pela contratação de mais vigilantes da natureza, que tanta falta fazem aos parques naturais do nosso país e aqui da região.

Vigilantes da Natureza que fazem tanta falta no Parque Natural de Sintra-Cascais – com a grande diversidade de ambientes e paisagens que inclui dunas, florestas, lagoas, a linha costeira e a Serra de Sintra e toda a área classificada pela UNESCO como Paisagem Cultural e Património da Humanidade.
No Parque Florestal de Monsanto, com os seus mais de 1000 hectares de biodiversidade, localizados em pleno coração de Lisboa.
Na Reserva Natural do Estuário do Tejo - a maior zona húmida Portuguesa, e uma das mais importantes da Europa.
Na Tapada de Mafra, criada ainda no reinado de D. João V, após a construção do Convento de Mafra, e que hoje importa defender para que todos possamos usufruir da sua biodiversidade.
E empenhámo-nos na aprovação da lei que prevê a criação de alternativas aos sacos de plástico ultraleves e de cuvetes em plástico nos pontos de venda de pão, frutas e legumes.
Assumimos, desde há muito tempo, como prioritária a aposta no transporte público colectivo, contribuindo para esse avanço notável que foi o passe social intermodal a preços reduzidos.
Para estas populações do concelho de Vila Franca, sabemos da importância que tem a ligação a Lisboa e entre as freguesias do concelho e aos concelhos vizinhos. Trata-se agora de garantir mais horários, mais comboios a circular e com melhor conforto, mais segurança para os utentes e há um potencial imenso para tirar ainda mais carros da A1 em direcção a Lisboa.
Estes foram alguns dos nossos contributos! Se não fomos mais longe, foi porque a convergência de PS, PSD e CDS, os tais que hoje distribuem canetas de material reciclável o impediu.
Como por exemplo foi rejeitado um projecto de resolução pela educação ambiental como componente de valorização da Escola Pública.
Este projecto de resolução foi apresentado em 2017 vejam bem como os de sempre estavam preocupados em devolver à escola pública uma área tão importante para a consciencialização e para a mudança de comportamentos.
Não podemos aceitar que se culpem as populações de mais baixos recursos porque compram os produtos mais baratos e eventualmente com maior pegada ecológica.
Recusamos que se impeça o desenvolvimento das zonas mais desfavorecidas a pretexto da defesa do meio ambiente.
Não! A defesa do meio ambiente exige, medidas sociais, melhores salários e condições de vida, melhores transportes públicos, serviços de saúde públicos, gratuitos e de qualidade, habitação condigna a preços comportáveis.
Como se pode exigir que se preocupe com a separação do lixo quem não saiba se amanhã vai ter onde dormir, ou se o senhorio, aproveitando a Lei do PSD e do CDS, que o PS não quis revogar, lhe apresenta a rescisão do contrato?
Quem se preocupará com a poluição dos oceanos, se a escola do seu filho estiver carregada de amianto e se chover nas salas de aula por falta de obras?
Companheiros e amigos,
O Voto na CDU faz falta. Faz falta para dar mais força àqueles que não acordaram hoje para os problemas do ambiente. Faz falta para assegurar deputados que assumam o compromisso inquebrável com a defesa de uma coexistência do homem em harmonia com o meio ambiente. Faz falta para se bater por mais meios humanos no Ministério do Ambiente para a monitorização e a intervenção imediata nas áreas protegidas e desde logo aqui no Estuário do Tejo. Faz falta para combater o projecto do Apeadeiro de aviões no Montijo, que não resolverá o problema da necessidade de um novo aeroporto e vai afectar de forma muito significativa o Estuário.
Tudo o que conseguimos conquistar, o que foi possível travar, deu-nos a esperança e a confiança que só faz sentido Avançar. Avançar será possível com um grande resultado da CDU.

O voto ecologista é mesmo na CDU.
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