Mas o ataque deste Governo às Juntas de freguesia não se ficou por esta lei que impõe a extinção de mais de mil Juntas de freguesia em todo o país.   
Não. O ataque deste governo ao Poder Local foi e é muito mais profundo porque continuou, e continua, com a lei dos compromissos, com a lei das finanças locais e com a lei das competências que apenas impõem a retirada de fundos substanciais quer às freguesias quer aos municípios.
 
Todas estas leis, sobretudo aplicadas em conjunto, põem de facto em causa o normal funcionamento das Juntas de freguesia e das Camaras municipais.

E neste quadro, quero deixar bem claro que é oportuno e é absolutamente fundamental que nas próximas eleições autárquicas, os portugueses em geral e naturalmente os fregueses de Almargem do Bispo em particular, possam penalizar estas e todas as outras políticas desastrosas que levam o país a uma cada vez maior dependência externa.

Com estas políticas o país perde cada vez mais a sua soberania e o povo é condenado à miséria e ao desalento.
Políticas que são levadas à prática por este Governo mas, é preciso dizê-lo e relembrá-lo, mais não são do que a continuação das políticas do Governo que o antecedeu.
 
 Políticas de ataque persistente e continuado a quem trabalha no sector público, a quem trabalha no sector privado, de ataque aos pensionistas, aos reformados, aos desempregados, aos estudantes.

Ataques estratégicos, ora a uns ora a outros, porque esta é, como bem sabemos, a melhor forma de dividir os portugueses. Dividir para reinar, eis a estratégia, ou melhor, uma das estratégias.
 
Ninguém escapa, mas sobretudo, e naturalmente como sempre, os mais atingidos são os mais vulneráveis, os que menos podem e os que menos têm.

De vez em quando eles até têm a lata de nos falar de retoma ! Mas companheiros e amigos, sabem o que quer dizer retoma ? Retoma quer dizer tomem lá mais do mesmo ! Do mesmo desemprego, aliás cada vez maior; dos mesmos despedimentos, aliás cada vez em maior número; do mesmo roubo dos salários e das pensões de reforma !

E soluções ?

 Este Governo : a emigração. A emigração é a única solução que nos apresentam para combater o desemprego, aliás esta é a solução para redinamizar a economia do país.

Então e as pessoas ?

Bom, muitas pessoas acham que podem ficar de fora de tudo isto, ficar de fora da política como dizem. Aliás, alguns até acham que o melhor é nem sequer votar!
Mas não, é claro que ninguém pode ficar de fora, ninguém se pode demitir. Ninguém pode virar as costas e esperar sentado por dias melhores.

 Mas, na verdade, esta atitude de alguma demissão das pessoas tem na sua origem uma razão muito objectiva: o medo. Um medo que este Governo, trata sempre de renovar com sempre novas e autênticas medidas terroristas.

 Desenganem-se aqueles que acham que este Governo é incompetente!
Não, este Governo é até muito competente na sua estratégia de amedrontar os portugueses, de lhes retirar tudo, de lhes retirar na verdade o direito a uma vida digna.

Mas não nos ficamos pelo Governo que temos. É que, para completar o ramalhete temos um Presidente da República que reconhece a conveniência deste Governo e consegue falar dezenas de vezes da troica estrangeira e dos seus interesses sem se referir uma única vez aos portugueses e aos interesses.

 Meus amigos, nós é que não podemos ter mais medo. Temos sim que acreditar. As pessoas têm que poder acreditar.  Acreditar que é de facto possível uma sociedade diferente, uma sociedade mais justa e solidária em que não reste aos portugueses a única alternativa de ter que estender a mão à caridade.

 É essa a sociedade em que nós acreditamos. É essa a sociedade que queremos e pela qual lutamos.

Mas, é claro que temos de ter a capacidade de mobilizar e de envolver todos nesta luta.

Há muita coisa nós não aceitamos.

Não aceitamos, por exemplo, que se ataque o direito à saúde.
Não aceitamos, por exemplo, que se encerrem as Extensões de Saúde da freguesia de Almargem do Bispo. Também não aceitamos este desemprego absolutamente insustentável. Não aceitamos que todos os dias encerrem fábricas e mais fábricas nas nossas freguesias, sobretudo no sector ligado à transformação das rochas ornamentais.

Então e o que fazemos nós CDU ?

Bom, nós andamos na rua e falamos com as pessoas.
E recolhemos abaixo assinados contra o encerramento das Extensões de Saúde da nossa freguesia. Foram 709 assinaturas que recolhemos e que entregámos na passada semana, mais concretamente no passado dia 11, ao responsável pela Administração Regional de Saúde em Massamá.
Recordo que é um abaixo assinado que exige a manutenção de todas as actuais Extensões de Saúde e não apenas a manutenção desta ou daquela unidade como outros, com outros abaixo assinados, tomaram a iniciativa de elaborar e de distribuir.
Já agora, e porque vem a propósito, quero dizer-vos que para os cerca de 8.000 utentes do SNS da freguesia, existem actualmente dois médicos de família, um dos quais, concretamente a médica de Almargem, se vai reformar no próximo mês.
E depois ainda temos que ouvir alguns dizer que temos Estado Social a mais !

Mas nós também defendemos, por exemplo, que o sector das rochas ornamentais deve ser considerado um sector produtivo especial, com medidas de salvaguarda especiais que possam salvar o que ainda resta de um sector tão relevante para a redinamização da economia destas nossas freguesias.
E é também por isto que a CDU também defende a construção do terminal rodo ferroviário da Pedra Furada que representaria sem qualquer dúvida uma grande mais valia em termos económicos, mas também em termos ambientais e em termos de uma maior mobilidade de pessoas e de mercadorias.
E é também por isto que a CDU tem promovido contactos com pequenas e médias empresas e tem promovido e continuará a promover iniciativas que envolvam todos os agentes económicos ligados ao sector das rochas ornamentais.

Não posso deixar de referir um outro problema que atinge particularmente a freguesia de Almargem e que tem merecido a atenção da CDU : são as AUGIS cujo processo marcam passo, podemos dizê-lo, desde que a responsabilidade do pelouro da requalificação urbana deixou de estar atribuído à CDU. E, infelizmente, já lá vão muitos e muitos anos.
Mas a CDU está empenhada em resolver estes processos, de tal forma que tem dialogado com os proprietários, de tal forma que a actual lei das AUGIS foi da iniciativa do PCP, e de tal forma que, no âmbito das suas competências nos SMAS, a CDU tem resolvido parte do problema com a promoção de obras que fazem chegar a água junto daqueles aglomerados que ainda não têm à sua disposição o sistema de distribuição pública da água.
Mas os problemas da nossa freguesia são mais vastos e não se ficam naturalmente por aqui. Nós temos, por exemplo, ao abandono total, os terrenos que a Camara Municipal de Sintra disponibilizou para aquela que seria a futura Casa das Selecções, tal como está ao abandono aquela que foi a Casa do grande benemérito da freguesia, o Gen. Barnabé António Ferreira. Este impasse tem merecido a atenção da CDU e tem suscitado diversas intervenções nossas na Assembleia Municipal de Sintra sem que a Camara nos tenha respondido seja o que for sobre qual a sua intenção de intervenção naquele local.
E isto numa freguesia que não tem, por exemplo, uma única biblioteca, ou um único centro lúdico, ou a piscina há muito prometida pelo actual Presidente da Camara. 
Nós não aceitamos este inconcebível abandono de um espaço em grande parte cedido pela Junta de freguesia.

Por último, mas não menos importante, claro, quero referir a necessidade imperiosa de estarmos ao lado, de apoiarmos e de trabalharmos com as diversas associações e com as colectividades das freguesias.

Porque todos elas são fundamentais, porque todas prestam serviços absolutamente essenciais na área social, na área do desporto, do lazer e da cultura.

A Junta de Freguesia deve estabelecer com todas estas instituições uma relação estreita de cooperação, assumindo mesmo, nos casos em que se constate essa necessidade, uma atitude mobilizadora e dinamizadora.
Mas a Junta de freguesia deve ter também em particular atenção as necessidades dos nossos jovens e das suas organizações. Os jovens que são hoje dos mais excluídos da nossa sociedade e a que urge dar oportunidade de viverem dignamente, e no seu país é claro.   

Estas são apenas algumas das matérias que servirão de referência ao nosso programa eleitoral que está em construção e que conta, e contará naturalmente, com os contributos de todos os fregueses e de todas as freguesas com que temos tido oportunidade de conversar e de partilhar ideias e sentires e com quem continuaremos naturalmente a dialogar.