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29/08/2013
Intervenção de Rogério Cassona «Os Verdes» no Comício da CDU de Mafra
Caros companheiros, amigos da coligação, amigos em geral; como dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” quero começar por saudar todos os candidatos da CDU que aqui são hoje apresentados.

Saudar todos os presentes e saudar também todos aqueles que se identificam com o nosso projecto e que estão dispostos a trabalhar connosco nesta nossa luta permanente por uma sociedade mais justa e solidária.
 
Dizer-vos que é naturalmente com toda a determinação e com toda a confiança que a CDU se apresenta no Concelho de Mafra, na freguesia da Ericeira e em todas as outras freguesias do Concelho, se apresenta, dizia, às próximas eleições autárquicas marcadas para dia 29 de Setembro.
E dizer-vos também que a CDU tem uma lista de homens e de mulheres empenhados em mudar a freguesia e em mudar o Concelho.
E permitam-me que comece por referir o atentado ao Poder Local Democrático que representa a apelidada agregação de freguesias.
Não é o caso da freguesia da Ericeira, que não pertence ao enorme rol das que foram extintas, mas é o caso de outras 11 freguesias de Mafra que perderam a sua identidade, e nós não podemos deixar de relembrar e de referir aqui a famigerada lei 22/2012.

Uma lei que como todos sabem resultou do célebre e famigerado memorando assinado com a troica estrangeira pelo PSD, pelo CDS e pelo PS e que impõe a extinção de mais de mil Juntas de freguesia em todo o país. Uma lei que mais não pretende do que afastar cada vez mais os cidadãos do Poder Local.  

Mas o ataque deste Governo às Juntas de freguesia não se ficou por esta lei.   
Não. O ataque deste governo ao Poder Local foi e é muito mais profundo porque continuou, e continua, com a lei dos compromissos, com a lei das finanças locais e com a lei das competências que apenas impõem a retirada de fundos substanciais quer às freguesias quer aos municípios.
 
Todas estas leis, sobretudo aplicadas em conjunto, põem de facto em causa o trabalho dos autarcas e o normal funcionamento das nossas Juntas de freguesia e das nossas Camaras municipais.

Querem-nos impor um Poder cada vez menos local. Nós respondemos aproximando-nos das populações.

Neste quadro actual, quero deixar bem claro que é oportuno e é absolutamente fundamental que nas próximas eleições autárquicas, os portugueses em geral e naturalmente os fregueses da Ericeira em particular, possam penalizar estas e todas as outras políticas desastrosas que levam o país a uma cada vez maior dependência externa.

São políticas que nos impõem uma perda cada vez maior da nossa soberania e que condenam o povo português à miséria e ao desalento.
Políticas que são levadas à prática por este Governo mas, é preciso dizê-lo e relembrá-lo, mais não são do que a continuação das políticas do Governo que o antecedeu.
 
 Políticas de ataque persistente e continuado a quem trabalha no sector público, a quem trabalha no sector privado, de ataque aos pensionistas, aos reformados, aos desempregados, aos estudantes.

Ataques estratégicos, ora a uns ora a outros, porque esta é, como bem sabemos, a melhor forma de dividir os portugueses. Dividir para reinar, eis a estratégia, ou melhor, uma das estratégias.

Um simples exemplo são os despedimentos maciços que se preparam na Função Pública com um enorme impacto na degradação do serviço público que é prestado às populações. E há que referir em particular a gravidade que estes despedimentos assumem em sectores tão essenciais como a saúde ou como a educação.
 
Ninguém escapa, mas sobretudo, e naturalmente como sempre, os mais atingidos são os mais vulneráveis, os que menos podem e os que menos têm.

De vez em quando eles até têm a lata de nos falar de retoma ! Mas companheiros e amigos, sabem o que quer dizer retoma ? Retoma quer dizer tomem lá mais do mesmo ! Do mesmo desemprego, aliás de um desemprego cada vez maior; dos mesmos despedimentos, aliás cada vez em maior número; do mesmo roubo dos salários e das pensões de reforma !

Então e as pessoas ?

Bom, algumas pessoas acham que podem ficar de fora de tudo isto, ficar de fora da política como dizem. Aliás, alguns até acham que o melhor é nem sequer votar!
Mas evidentemente que não é assim. É claro que ninguém pode ficar de fora, ninguém se pode demitir. Ninguém pode virar as costas e esperar sentado por dias melhores.

 Mas, na verdade, esta atitude de alguma demissão das pessoas tem na sua origem uma razão muito objectiva: o medo. Um medo que este Governo trata sempre de renovar com sempre novas e autênticas medidas terroristas.

 Desenganem-se aqueles que acham que este Governo é incompetente!
Não, este Governo é até muito competente na sua estratégia de amedrontar os portugueses, de lhes retirar tudo, de lhes retirar na verdade o direito a uma vida digna.

 Meus amigos, nós é que não podemos ter mais medo. Temos sim que acreditar. Acreditar que é de facto possível uma sociedade diferente, uma sociedade mais justa e solidária em que não reste aos portugueses a única alternativa de ter que estender a mão à caridade.

 É essa a sociedade em que nós acreditamos. É essa a sociedade que queremos e pela qual lutamos.

Mas, é claro que temos de ter a capacidade de mobilizar e de envolver todos nesta luta.
E aos autarcas cabe naturalmente um papel determinante.

A acção dos autarcas, sejam eles eleitos nas freguesias ou nas Camaras Municipais, deve pautar-se pela defesa intransigente no acesso dos cidadãos a serviços públicos fundamentais :

Na defesa da gestão pública da água. A água é um direito universal e não uma mercadoria sujeita às leis e às regras do mercado.
E nós estamos num Concelho que foi o primeiro do país a privatizar o serviço de fornecimento de água que ainda hoje se mantém com todos os custos que são sobejamente conhecidos e sentidos pelas pessoas, sobretudo no momento de pagar a respectiva factura.

Na defesa de um serviço público de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos, serviços estes que também não podem estar sujeitos à iniciativa privada e à lógica dos mercados.
E nós estamos num Concelho que, tal como Sintra, Cascais e Oeiras, tem sofrido todas as consequências de uma continuada e sistemática má gestão da Tratolixo.
Este é um mau exemplo de gestão de dinheiros públicos com a agravante de nem sequer se conseguir salvaguardar devidamente os valores ambientais em causa.

Mas mais :

Na defesa da escola pública de qualidade, também ela sériamente ameaçada com a transferência de alunos para os colégios privados.

Na defesa do Serviço Nacional de Saúde e da prestação de cuidados de saúde primários de qualidade e de proximidade.

Na defesa de transportes públicos que assegurem o direito das populações à mobilidade e na promoção de formas de mobilidade suave, para o que muito contribuem os corredores pedonais e as pistas cicláveis, não apenas como espaços de lazer mas também e sobretudo como meios para uma efectiva utilização diária nas deslocações pendulares casa / trabalho.

Na valorização da produção local como forma de promover a economia local e de fixar emprego.

Por último, mas não menos importante, claro, quero referir a necessidade imperiosa de estarmos ao lado, de apoiarmos e de trabalharmos com as diversas associações e com as colectividades, com os corpos de bombeiros, com as instituições particulares de solidariedade social.

Porque todos elas são fundamentais, porque todas prestam serviços absolutamente essenciais na área social, na área do desporto, do lazer, da segurança e da cultura.

As Juntas de Freguesia devem estabelecer com todas estas instituições uma relação estreita de cooperação, assumindo mesmo, nos casos em que se constate essa necessidade, uma atitude mobilizadora e dinamizadora.

Mas a Junta de freguesia deve ter também em particular atenção as necessidades dos nossos jovens e das suas organizações. Os jovens que são hoje dos mais excluídos da nossa sociedade e a que urge dar a oportunidade de viverem dignamente, e no seu país!   

Concluindo:

O Poder Local encerra, na sua essência, a materialização de um dos pilares do pensamento ecologista: Pensar global, agir local.

O Poder Local afirma-se pelas esperanças que consegue acalentar junto das populações.

E é absolutamente necessário uma política diferente, uma política que vá efectivamente de encontro aos legítimos direitos dos nossos cidadãos e às suas legítimas expectativas. 

É absolutamente necessário termos mais eleitos da CDU nas autarquias para que o nosso trabalho possa ser mais eficaz.

Quem conhece a CDU sabe que a CDU cumpre com os seus compromissos. E o compromisso maior é o de que trabalhamos de uma forma rigorosa, transparente e competente.
 
Trabalhamos com o todo o nosso empenho e com a firme determinação em combater a destruição do emprego e das condições de vida das nossas populações.

Caros companheiros e amigos, para terminar quero dizer-vos apenas:

 A população da Ericeira pode contar com a CDU!

Podem contar connosco porque nós também contamos convosco!

E digo-vos mais, este é o momento da CDU!

É o momento de votar CDU!

Viva a freguesia da Ericeira!

Viva o Concelho de Mafra!

Viva a CDU !
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