Pesquisa avançada
Início - Grupo Parlamentar - Atual Legislatura - Atividades - Intervenções na AR (escritas)
 
 
Intervenções na AR (escritas)
Partilhar

|

Imprimir página
08/10/2020
Debate sobre Mulheres em Órgãos Sociais das Associações– DAR-I-005/2ª

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A participação das mulheres na vida política e associativa é, ainda hoje, em 2020, vista como uma dificuldade, um problema.

Os Verdes consideram que deve ser sempre promovida a discussão, mas deve, sobretudo, ser promovida a mudança de mentalidades, com educação para a igualdade, para o respeito pelos direitos humanos, devendo ser assegurada a participação de todas e de todos.

O caminho para a igualdade tem de ser assumido, de forma natural, com medidas de fundo, em que o elemento central não será, como hoje o PS nos propõe, a valorização pública de um lugar num qualquer quadro de honra das associações ou através da atribuição de medalhas, quem sabe.

Não podemos deixar de registar a ausência de medidas concretas que valorizem o papel da mulher na sociedade, pelo que este projeto pode ser apenas uma espécie de deliberação para aliviar boas almas.

Se o que se pretendia era promover a igualdade no exercício de direitos civis e políticos e a não discriminação em função do sexo no acesso a cargos políticos, deveríamos estar a discutir a aplicação de medidas concretas que permitam a participação de todos, como, por exemplo, garantindo uma rede de creches públicas gratuitas, aumentando salários de forma a assegurar a todos, e particularmente às mulheres, condições para viverem plenamente a sua vida.

Relembro que promover a participação das mulheres não é alterar a lei do trabalho, como o PS fez, para facilitar aos grupos económicos a introdução de bancos de horas grupais, desregulando a vida das mulheres e dos homens, criando inúmeras barreiras à participação. E isto está a acontecer particularmente em setores com bastante mão de obra feminina, como a grande distribuição.

Em pleno século XXI, as mulheres ainda são discriminadas por serem mulheres e isso é visível no mais elementar direito, que é o de ter um emprego. Nunca é demais relembrar que, olhando para os números do desemprego em todos os distritos, o número de mulheres desempregadas, hoje, é bem maior do que o dos homens.

Por último, e já que falamos em associações, não quero perder a oportunidade de relembrar que estas associações precisam de ser valorizadas pelo trabalho que desenvolvem nas áreas às quais se dedicam e nos locais onde estão instaladas, mas essa valorização deveria passar pela garantia dos apoios necessários nesta fase tão difícil para todos, para que sejam capazes de superar as dificuldades que já vinham de trás e que se agudizaram no presente.

Voltar