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Intervenções na AR (escritas)
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10/12/2020
Sobre a COVID em contexto escolar - DAR-I-028/2ª
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O regresso à escola era muito desejado pela comunidade escolar. Não poderia ser de outra forma, porque a escola é um espaço de aprendizagem, de partilha, de desenvolvimento e, sobretudo, um espaço de liberdade.
Nada substitui as aulas presenciais e, para além dos que ficaram para trás por razões económicas e sociais, os meses de confinamento e de ausência da escola terão impactos, que ainda não podemos avaliar, ao nível psicológico ou das dificuldades de aprendizagem, que podem ter ficado mais marcadas.
Ao longo deste primeiro período, assistimos às comunidades escolares a remediar sem assistentes operacionais, a remediar no apoio aos alunos que se encontram em isolamento, aos alunos que são doentes de risco e não podem ir às aulas presenciais, a remediar sem os materiais necessários para alunos e professores nestes dias tão incertos.
E há uma questão que tem preocupado a comunidade escolar e, particularmente, os professores, que disso têm feito eco por via da FENPROF, que é a caracterização da situação que se vive nas escolas no que diz respeito à propagação da COVID-19.
Muitos são os elogios à organização das escolas, aos professores, aos assistentes operacionais e muito se tem ouvido dizer que as escolas são espaços seguros, pelo esforço de todos.
Este não é um elemento pouco importante da estabilidade, da confiança de todos aqueles que, todos os dias, interagem na escola. E, por isso, a questão que se coloca é se o Governo sabe realmente o que se passa nas escolas e se tem meios para o saber.
Os Verdes questionaram o Governo na última audição, na Comissão de Educação, em outubro, colocando as seguintes questões: como é que o Ministério faz esta monotorização?
Informações dispersas que as escolas possam a dar às direções regionais e que estas possam transmitir ao ministério, com critérios de avaliação e com ângulos de abordagem diversificados, são suficientes para uma aferição rigorosa da avaliação?
Não vê o Governo vantagens na criação de uma plataforma a que as escolas reportem os casos existentes devidamente tipificados, com critérios claros para fazer o retrato fiel da situação em cada momento?
Trata-se de questões às quais não obtivemos resposta e a que nos referimos novamente na discussão sobre o relatório do estado de emergência, na última sexta-feira, nesta Assembleia, lamentando que não se disponibilizem números mais concretos sobre o impacto da pandemia nas escolas, de forma a aferir a disseminação do vírus em contexto escolar.
Continuamos sem entender como é que um Governo que levanta a bandeira da construção de uma sociedade digital continua a assobiar para o lado e não seja capaz de construir uma plataforma que garanta a transparência e a informação, tão necessárias para garantir a segurança tão importante para que as aulas presenciais decorram sem criar mais ansiedade e medo na comunidade escolar.
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