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04/12/2019 |
Sobre a passagem por Portugal de Greta Thunberg, ativista ambiental e a crise climática - DAR-I-014/1ª |
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Intervenção da Deputada Mariana Silva - Assembleia da República, 4 de dezembro de 2019
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado, concordará que é necessário retirar do papel as medidas de proteção da natureza e da biodiversidade e não permitir que se continue a explorar os recursos naturais como se estes não fossem finitos, em nome do lucro apenas para alguns.
É urgente que os valores ambientais se sobreponham aos interesses dos grandes negócios e que as preocupações com as questões ambientais, tão bem escritas em discursos de pompa e circunstância e em páginas de planos, sugestões e soluções, sejam aplicadas no dia a dia.
Há mais de 20 anos, Os Verdes falaram de aquecimento global e das alterações climáticas aqui, no Parlamento, e alertámos para que se tomassem medidas para que Portugal cumprisse o Protocolo de Quioto e para que se iniciasse um combate atempado contra as alterações climáticas.
No presente, a COP25 reunirá, nos próximos dias, em Espanha, líderes políticos, diplomatas ligados ao clima, especialistas e ativistas para discutir as mudanças climáticas sob um senso crescente de urgência, novamente reunidos para se alinhavarem mais propostas, mais soluções, mais metas.
No entanto, esperamos que, em relação ao compromisso de Portugal de descarbonização da economia para 2050, não comecem as iniciativas em 2049. Não concordará, Sr. Deputado?
Outra questão, Sr. Deputado, tem a ver com a que é a mais importante medida de descarbonização em Portugal, nos últimos anos: a redução do custo e o âmbito do passe social intermodal. Vale de pouco falar de ambiente e depois criar dificuldades à implementação desta medida, não investindo em navios, em comboios, em autocarros e não a alargando, de facto, a todo o País.
A questão que lhe ponho, Sr. Deputado, é se não considera que a medida mais imediata a tomar é investir decididamente nos transportes públicos.