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Intervenções na Ar (Escritas)
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02/09/2011
Apresentação do Projecto de resolução do PEV - Ligação ferroviária a Beja

Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia- Assembleia da República, 2 de Setembro de 2011

 

1ª INTERVENÇÃO
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os Verdes tomaram a iniciativa de agendar o seu projecto de resolução relativo à ligação ferroviária a Beja porque, face àquilo que se passa na realidade, consideram que é importante apresentar soluções já no início da Legislatura, pois são urgentes as soluções para um problema grave com que a população de Beja se confronta. Entretanto, foram também agregadas as petições que vinham da última legislatura, intituladas «Ramal de Beja e Outras Dores de Alma», dado que a matéria é, obviamente, conexa. Julgo, por isso, que é importante que este debate se faça em conjunto.
O certo, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, é que Beja, capital de distrito, perdeu a sua ligação directa ferroviária a Lisboa. A proposta da CP — Comboios de Portugal, EPE, é que Beja perca centralidade na nossa rede ferroviária, quer na sua ligação a Lisboa quer na sua ligação ao Algarve.
Sr.as e Srs. Deputados, quando a modernização da ligação ferroviária a Évora foi feita, deveria ter sido feita também a modernização da linha de Beja, porque esta cidade merece, porque a população de Beja não é menor e porque estamos a falar de um equipamento fundamental à promoção do combate ao isolamento de uma região. Se encerramos sucessivamente serviços públicos, designadamente o transporte ferroviário, com grandes repercussões no desenvolvimento populacional e no desenvolvimento económico, estamos a cometer um brutal disparate, e disparates políticos não devem ser praticados.
Aquilo de que Os Verdes têm ainda mais receio, Sr.as e Srs. Deputados, é que, concluída a A26, se venha argumentar com a desnecessidade do transporte ferroviário a Beja, ou seja, substituindo a componente ferroviária pela rodoviária, outro eventual disparate que não podemos tolerar.
Sr.as e Srs. Deputados, a urgência de respostas e de intervenção é grande, e creio que nesta Legislatura, face às posições anteriormente assumidas quer pelo PSD quer pelo CDS, estamos em condições de ver este projecto de resolução aprovado e de dar, de facto, uma esperança à população de Beja de que estamos a contribuir para o desenvolvimento da região e do País.

2ª INTERVENÇÃO

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O que acabámos de ouvir é absolutamente inacreditável. O que se disse e escreveu, por parte do PSD e do CDS, na anterior legislatura, relativamente à necessidade de resolver o problema da ligação directa ferroviária a Beja, o que o PSD e o CDS disseram e assumiram como compromisso directo durante a campanha eleitoral não podia resultar naquilo que hoje aqui ouvimos.
O que os senhores hoje aqui vêm dizer é que o problema é real, é importante resolvê-lo, nós temos toda a razão, os peticionários têm toda a razão, mas não querem resolver a questão. Então, isso é inconsequente!
Estão à espera de um plano estratégico dos transportes?! Sr.as e Srs. Deputados, vamos lá ver se entendemos bem aquilo que aqui estamos a discutir: à população do distrito de Beja foi roubado um serviço; aquilo que queremos é que se lhes devolva aquilo que se lhes tirou indevidamente. É só isso, não há mais nada a pensar!
Aliás, os senhores diziam que isso era extraordinariamente prejudicial para Beja. Não estamos aqui a falar de uma terra qualquer, de uma terriola ou de um apeadeiro qualquer, nem estamos a falar de «ramaizinhos». Estamos a falar de uma capital de distrito com a importância que Beja tem, pode ter e tem potencial para ter em todo aquele território, na sua dinâmica, no seu desenvolvimento económico, social e populacional e, para isso, não se lhes pode continuar a furtar serviços desta forma.
Termino já, Sr. Presidente, mas gostaria ainda de dizer o seguinte ao Sr. Deputado Mário Simões, do PSD: traduzir aqui, na Assembleia da República, preocupações e reivindicações das populações não é nenhum crime, Sr. Deputado.
É um dever dos Deputados, nós cumprimos o nosso dever, os senhores falham no vosso dever e isso é que é lamentável.
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