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17/12/2014
Apresentação do Projeto de Resolução do PEV - Pela classificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães como monumento nacional
Intervenção do Deputado José Luís Ferreira
Apresentação do Projeto de Resolução do PEV nº 1185/XII (4.ª) - Pela classificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães como monumento nacional
- Assembleia da República, 17 de Dezembro de 2014 -

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, queria dizer que Os Verdes, de facto, também apresentaram um projeto de resolução sobre o Mosteiro de Tibães, à semelhança do que fizeram o PSD e o CDS, porque também nós consideramos que o Mosteiro de São Martinho de Tibães, para além de ser um dos edificados mais emblemáticos da região minhota, é também um edifício que faz parte do património histórico, artístico, cultural e arquitetónico nacional.
A importância deste Mosteiro encontra-se, aliás, documentada através de muitas e diversas fontes, sendo que a primeira referência que se conhece data do distante e longínquo ano de 1077.
Fundado em finais do século X, inícios do século XI, este monumento acabaria a transformar-se, num dos mais ricos e poderosos mosteiros do Norte de Portugal até ao século XIV. Com o movimento da Reforma e o fim da crise religiosa que percorreu os séculos XIV a XVI, o Mosteiro de São Martinho de Tibães assistiu à fundação da Congregação de São Bento, tanto de Portugal como do Brasil, tornando-se a casa-mãe de todos os mosteiros beneditinos e o centro difusor de culturas e estéticas.
Mas a relevância deste Mosteiro pode ser igualmente aferida pelo papel que desempenhou como verdadeiro e autêntico «estaleiro-escola» de um conjunto, entre outros, de arquitetos, mestres-pedreiros, carpinteiros e escultores, cuja produção ativa em todo o nordeste peninsular ficou ligada ao melhor do que se fez na arte portuguesa nos séculos XVII e XVIII.
Aliás, durante este período, o Mosteiro foi objeto de várias e profundas campanhas de reconstrução e ampliação, de decoração e de redecoração, que acabaram por transformá-lo numa bela e singular peça arquitetónica de grandes dimensões e num dos maiores e mais importantes conjuntos portugueses.
Nessa circunstância, o Mosteiro de Tibães acaba por constituir hoje não só uma peça-chave no que diz respeito à interpretação da rede monástica da Ordem de São Bento do nordeste peninsular, como ainda num importante centro de informação histórica e documental para a compreensão do País durante aquele período.
Sucede que, apesar do seu inestimável valor patrimonial, que sustenta a sua necessária proteção e valorização, enquanto valor cultural de significado para o País, o Mosteiro de Tibães está apenas classificado como imóvel de interesse público, sendo que apenas uma parte do edificado, mais concretamente o Cruzeiro do Terreiro, se encontra, desde 1910, classificado como monumento nacional. E, de facto, a sua classificação como imóvel de interesse público, que data de 1944, circunscreve a relevância de um imóvel cujo valor transcende, em muito, a esfera regional e que passou, já há muito tempo, a representar um valor cultural significativo para o País.
Ora, na perspetiva do Partido Ecologista «Os Verdes», a classificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães enquanto imóvel de interesse nacional, ou seja, como monumento nacional, permitirá não só garantir a salvaguarda deste complexo nas suas diversas vertentes patrimoniais, como também permite potenciar e fomentar o seu conhecimento e o das suas relações históricas, artísticas, socioculturais e socioeconómicas com a região na qual está inserido.
Nesse sentido, e para fomentar o seu conhecimento e o das suas relações históricas, artísticas e socioculturais, Os Verdes propõem que a Assembleia da República recomende ao Governo que reconheça e classifique como monumento nacional o Mosteiro de São Martinho de Tibães, que está localizado na freguesia de Mire de Tibães, no concelho de Braga.
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