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Intervenções na Ar (Escritas)
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24/10/2013
Debate com a participação do Ministro da Administração Interna (Miguel Macedo), tendo o Ministro e o Secretário de Estado da Administração Interna (Filipe Lobo d’Ávila) respondido a perguntas dos Deputados
Intervenção do Deputado José Luís Ferreira
Debate com a participação do Ministro da Administração Interna (Miguel Macedo), tendo o Ministro e o Secretário de Estado da Administração Interna (Filipe Lobo d’Ávila) respondido a perguntas dos Deputados
- Assembleia da República, 24 de Outubro de 2013

1ª Intervenção

Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, mais um verão, mais um inferno, mais uma mão-cheia de pesadelos. Este ano, a área ardida aumentou 28%, relativamente ao ano passado. Trata-se da maior área ardida dos últimos 8 anos e estes números não foram ainda mais dramáticos graças ao elevado grau de solidariedade e à coragem dos nossos bombeiros, porque, se não, a situação seria, certamente, pior.
Face a este quadro, quem tem responsabilidades políticas nesta matéria não pode limitar-se a remeter a culpa para São Pedro — se chove ou se não chove —, porque há outros fatores que contribuem para que os incêndios ganhem a dimensão que tiveram este ano, e o Governo, nesta matéria, não pode ter uma postura de «só se lembrar de Santa Bárbara quando toa». Mas é isso que tem acontecido, o Governo «só se lembra de Santa Bárbara quando toa» e, no entanto, continua a ignorar a palavra mágica, que é «prevenção».
Como o Sr. Ministro sabe, esta Assembleia até já produziu um relatório que aponta para um conjunto de orientações necessárias para a prevenção de incêndios. E o que é verdade é que este Governo, tal como outros, no passado, continua a ignorar completamente esse relatório e a passar ao lado da prevenção.
Quando falamos de prevenção, temos de olhar para o abandono do mundo rural que as políticas do Governo estão a potenciar. Quando falamos de prevenção, temos de olhar para o encerramento de escolas e de outros serviços públicos nas zonas rurais, que o Governo está a levar por diante, e que também está a contribuir para o abandono do mundo rural, deixando a floresta entregue a si própria.
Por isso, a minha pergunta tem exatamente a ver com a prevenção.
Sr. Ministro, uma das orientações do relatório que esta Assembleia produziu aponta para a proibição da substituição de espécies florestais por outras técnica e ecologicamente desadequadas. E, como o Sr. Ministro também sabe, o eucalipto, sendo das espécies que arde mais facilmente, é hoje a espécie predominante na nossa floresta.
Como se isso fosse pouco, o seu Governo aprovou o novo regime de arborização, que potencia ainda mais o crescimento do eucalipto no nosso País. Sr. Ministro, de que forma é que esta decisão do Governo se enquadra na estratégia do seu Ministério, no que diz respeito à prevenção dos fogos florestais?

2ª Intervenção

Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, diz que responde, que é um dever e um direito, mas não responde, porque falamos de «alhos» e o Sr. Ministro responde «bugalhos».
Vou reformular a pergunta: na perspetiva do Sr. Ministro, de que forma é que a decisão do Governo, de generalizar o eucalipto nas nossas florestas, se enquadra na estratégia de prevenção de incêndios? Esta pergunta é muito simples.
Outra questão: há cerca de dois anos, o Sr. Ministro, até com alguma pompa e circunstância, anunciou a extinção da EMA — Empresa de Meios Aéreos, SA. Não querendo formular nenhum juízo sobre a oportunidade da extinção desta empresa, a verdade é que passaram dois anos, a empresa continua a funcionar e até tem dotação orçamental no Orçamento do Estado para 2014, pelo que se presume que seja para continuar.
A pergunta que tenho para lhe fazer é esta, Sr. Ministro: os trabalhadores que foram afetos ao Lote n.º 1, que foi adjudicado, vão ter direito de opção e, se quiserem, podem regressar à EMA, uma vez que a EMA vai continuar?
Por fim, para terminar, Sr. Ministro, a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários vêm reivindicando, desde há muito tempo, e, a nosso ver, bem, a sua representatividade na gestão do Fundo de Proteção Social do Bombeiro. Gostava de saber qual é a posição do Sr. Ministro sobre esta pretensão.
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