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Início - Grupo Parlamentar - XII Legislatura - 2011/2015 - Intervenções na Ar (Escritas)
 
Intervenções na Ar (Escritas)
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24/06/2015
Foi apreciada a petição n.º 473/XII (4.ª) — Apresentada pela Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (SUPERA)
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Foi apreciada a petição n.º 473/XII (4.ª) — Apresentada pela Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (SUPERA), solicitando à Assembleia da República a criação de legislação sobre residências e melhoria dos cuidados prestados a pessoas com deficiência motora grave
- Assembleia da República, 24 de Junho de 2015 –

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro: Sobre o debate que estamos agora a promover, também gostaria de dizer que é muito triste ver a União Europeia a fazer oposição supostamente ao Governo grego. É muito triste que a União Europeia e, fundamentalmente, o Eurogrupo assumam esse papel.
Mas gostava também de dizer que a chantagem que, clara e nitidamente, se está a fazer relativamente à Grécia não é ao Governo da Grécia mas, sim, ao povo da Grécia. E gostava de dizer que a União Europeia não pode ser assim uma espécie de IVA, uma coisa cega que não olha às consequências, nem onde cai.
A questão é que estão estabelecidas regras, mas as regras têm de ser flexíveis ao ponto de se poderem encaixar nas realidades específicas de cada economia e de cada país, porque, senão, as regras não valem e falham, Sr. Primeiro-Ministro, não conseguem atingir objetivos de sucesso.
Ora, aquilo a que verdadeiramente temos estado a assistir ao longo destes anos é a um povo grego absolutamente massacrado por uma austeridade absolutamente medonha. E a receita que a União Europeia lhe quer continuar a impor é justamente essa austeridade. Mas o povo grego disse que não, que não consegue aguentar mais. E a União Europeia continua a impor e a insistir.
Sr. Primeiro-Ministro, isto é uma coisa absolutamente inacreditável. Na realidade, estamos perante uma questão verdadeiramente política. É que a União Europeia precisa de se autoprovar aos povos da União Europeia, dizendo: «Não, não, isto é como nós queremos, com este neoliberalismo que nós queremos e qualquer alternativa que o povo mande para cá nós não vamos aceitar!».
Portanto, isto está tudo subvertido. Solidariedade? Qual solidariedade! Não há aqui solidariedade absolutamente nenhuma. Isto está tudo subvertido e são os povos que perdem com isto. Era fundamentalmente isto que a União Europeia precisava de perceber.
E, por falar em falta de solidariedade, temos, então, naturalmente, de chegar também às políticas de migração. É que, quando vemos a União Europeia, perante o drama a que temos assistido, a que todo o mundo tem assistido, a fechar portas, a impor restrições à entrada de migrantes e refugiados, há aqui qualquer coisa que não bate certo. Esta União Europeia não pensa e não age para as pessoas; age, fundamentalmente, para uma componente ideológica que não alimenta seres humanos, Sr. Primeiro-Ministro.
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