Pesquisa avançada
 
 
Intervenções na AR
Partilhar

|

Imprimir página
17/06/2009
Moção de Censura apresentada pelo CDS/PP ao Governo
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia – Moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS/PP

 

 
 
 
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, 
 
O senhor não esteve atento nem soube ler sinais de mais de 200 000 trabalhadores na rua, durante o seu mandato, a contestarem as políticas do seu Governo. Não esteve atento nem soube ler sinais de 100 000 professores na rua, de 120 000 professores na rua, noutra altura, a contestarem a política do seu Governo. Não esteve atento nem soube interpretar sinais da luta dos enfermeiros, das forças de segurança e de tantos outros sectores que, permanentemente, contestaram e contestam a política do seu Governo.
Foi preciso o Sr. Primeiro-Ministro conhecer o mau resultado eleitoral do Partido Socialista nas eleições para o Parlamento Europeu para dizer que está atento aos sinais dos eleitores. O Sr. Primeiro-Ministro trabalha para os eleitores.
Mas aquilo que nós precisamos de perceber é o que significa essa interpretação desses sinais, e Os Verdes dizem o que pensam que isso significa.
Aquilo que achamos que o Sr. Primeiro-Ministro está disposto é a mudar o seu estilo. O Sr. Primeiro-Ministro, hoje, falou mais em humildade do que durante todo o seu mandato.

O Sr. Primeiro-Ministro está disposto a pôr uma capa de humildade, uma capa de menor arrogância em relação à sua postura perante os portugueses e, até, a Assembleia da República mas, provavelmente, não está disposto àquilo que os portugueses reclamam e àquilo que é inevitável interpretar destes sinais.

É que os portugueses estão fartos destas políticas, Sr. Primeiro-Ministro; os portugueses estão fartos das consequências destas políticas; os portugueses não conseguem suportar que um Governo que em campanha eleitoral prometeu 150 000 postos de trabalho esteja disposto a perder 107 000 postos de trabalho na Administração Pública e que esteja a contribuir para o desemprego em Portugal; os portugueses não suportam que mais de 40% dos desempregados não tenha subsídio de desemprego; os portugueses já não suportam que a banca esteja sempre entre as prioridades do Governo.

Aliás, dos quatro objectivos anunciados pelo Sr. Primeiro-Ministro agora, na sua intervenção, a banca lá estava em primeiro lugar. As pequenas, as médias empresas e as famílias estavam em último lugar, porque o Governo não muda as suas prioridades.
Ora, aquilo que é preciso dizer é que o Sr. Primeiro-Ministro tem razão, não é tempo de desistir, mas é tempo de mudar, e a pergunta que Os Verdes lhe fazem é a seguinte: o Sr. Primeiro-Ministro está disposto a mudar de políticas?

Voltar