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Início - Grupo Parlamentar - XII Legislatura - 2011/2015 - Intervenções na Ar (Escritas)
 
Intervenções na Ar (Escritas)
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03/08/2011
Pedido de esclarecimento - Discussão, na generalidade, da proposta de lei que procede à primeira alteração à Lei do Orçamento do Estado para 2011

Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia- Assembleia da República, 3 de Agosto de 2011

 
Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, estava a pensar complementar a minha pergunta com a eventual resposta que o Sr. Ministro desse, mas a sua resposta foi tão vaga que acabou por não se perceber absolutamente nada. A meu ver, a única coisa que se percebe é que este Orçamento rectificativo é a prova de quem o Governo serve. Pelos vistos, há um sector robusto, ao qual o Sr. Ministro e este Governo querem dar ainda mais, e há múltiplos sectores com enormes dificuldades — designadamente, as famílias portuguesas —, aos quais o Governo tira e se prepara para tirar ainda mais. Assim sendo, isto torna-se completamente incompreensível.
Porém, há algo que fica aqui claro: que há dinheiro no País, há! Agora que também há má distribuição do dinheiro no País, também há!
E ao Governo, especialmente num momento destes, cabia uma acção em torno de uma maior e mais justa repartição da riqueza, que é aquilo que o Governo se nega a fazer com iniciativas deste género, designadamente com este Orçamento rectificativo.
Agora, acho que os portugueses também já perceberam uma coisa: os bancos saem muito caro ao País, custam muito dinheiro ao País! Não apenas com negócios ruinosos, como o do BPN (sobre o qual presumo ainda tenhamos oportunidade de falar muito mais directamente com o Sr. Ministro aqui, na Assembleia da República), mas também com estas injecções de financiamento que acabam por não se entender.
E sabe qual é a preocupação maior, Sr. Ministro? É que não se compreende como é que estas injecções, estas garantias podem, depois, reflectir-se na nossa actividade produtiva, porque esse não é um objectivo do Governo.
Se tivermos em conta que, no ano de 2010, o crédito à actividade produtiva não ultrapassou os 5,5% do crédito total, isto deve fazer-nos pensar. Ou seja, estas injecções no sistema financeiro não servem, depois, para robustecer e dinamizar a nossa actividade produtiva, que é aquilo de que o País precisa para gerar riqueza.
Portanto, nada disto está a dar resultado. E o que sabemos é que o sistema financeiro, a banca ainda se prepara para cortar mais no crédito, para dificultar mais o crédito à actividade produtiva.
Então, pergunta-se: isto não anda tudo ao contrário, Sr. Ministro?!
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