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Início - Grupo Parlamentar - XII Legislatura - 2011/2015 - Intervenções na Ar (Escritas)
 
Intervenções na Ar (Escritas)
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18/08/2015
Petição n.º 432/XII (4.ª) solicitando a manutenção dos partos na água no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e a extensão desta opção a outros hospitais públicos
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Petição n.º 432/XII (4.ª) solicitando a manutenção dos partos na água no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e a extensão desta opção a outros hospitais públicos
- Assembleia da República, 26 de Junho de 2015 –
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero também, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, saudar os peticionários que apresentaram esta petição à Assembleia da República.
Aquilo que estes peticionários vêm pedir à Assembleia da República é que discuta a questão dos partos na água que aconteciam no Hospital de São Bernardo. Os peticionários querem que essa realidade continue e pedem ainda à Assembleia da República que faça uma reflexão sobre o alargamento desta prática a outros hospitais públicos.
Como todos sabemos, as petições não são votadas na Assembleia da República, mas esta petição tem o grande mérito de pôr aqui em discussão uma matéria que de outra forma, muito provavelmente, não estaria a ser discutida no Plenário da Assembleia da República. E isto é importante, porque já aqui se ouviram as várias opiniões dos vários grupos parlamentares e eu gostava também de expressar a opinião de Os Verdes.
Por um lado, talvez seja preciso que comecemos a encarar os partos de uma forma diferente, em pleno século XXI. Julgo que esse caminho tem vindo a ser feito, mas, de facto, é importante falar sem qualquer tipo de preconceito e de modo perfeitamente humanizado sobre a necessidade de trabalhar para criar bem-estar no parto.
O parto não tem de ser aquela coisa absolutamente horrível, de momentos de sofrimento e dor das mulheres, e tudo aquilo que fizermos para contribuir para o bem-estar no parto estará também, naturalmente, a gerar bem-estar à criança que aí vem, não é verdade, Sr.as e Srs. Deputados, e até para a mãe e o pai, que não é coisa menor?!
A Organização Mundial de Saúde já dá umas dicas importantes sobre a forma de criar esse bem-estar no parto e não deixa de fora a matéria dos partos na água, pois não, Sr.as e Srs. Deputados?! E todos aqui, julgo, geramos alguma credibilidade ou muita credibilidade à Organização Mundial de Saúde.
Muitos Srs. Deputados se refugiaram aqui no argumento da segurança, mas, Sr.as e Srs. Deputados, que nós saibamos, a experiência do Hospital de São Bernardo não nos deixa margem para receios relativamente a matérias de segurança. E, de resto, as equipas médicas têm, naturalmente, a palavra final nesta matéria. Se tivéssemos experiências nesse sentido, até poderia imaginar que o argumento da segurança fosse aqui invocado, mas nem foi a matéria da segurança que levou à suspensão dos partos na água no Hospital de São Bernardo.
Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, julgo que temos de dar passos seguros, sem preconceitos,…
Como estava a dizer, julgo que temos de dar passos seguros, sem preconceitos, no sentido de gerar bem-estar no parto. E a matéria dos partos na água, como realidade no Hospital de São Bernardo e noutros hospitais públicos portugueses, tem, certamente, de voltar a debate na Assembleia da República, porque também vos quero dizer uma coisa, Sr.as e Srs. Deputados: o que o público não faz, faz o privado! Mas, aí, já entramos noutra discussão, não é verdade?!
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