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Intervenções na Ar (Escritas)
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23/01/2013
Regresso do País aos mercados
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Regresso do País aos mercados
- Assembleia da República, 23 de Janeiro de 2013 –

Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, estava a assistir ao pingue-pongue entre os partidos que entretanto intervieram e, de facto, foi absolutamente angustiante perceber que ambos tinham razão nos ataques que fizeram mutuamente, porque, na verdade, ambos falharam compromissos que assumiram com o povo português. E é isso que, de facto, descredibiliza, tantas vezes, a política.
Penso que o importante é os portugueses perceberem que há forças políticas coerentes, que não dizem uma coisa ontem para desdizer no dia seguinte, e esta coerência talvez comece a tornar-se um dos aspetos mais relevantes na política portuguesa, Sr.as e Srs. Deputados.
Sr. Deputado João Pinho de Almeida, vou procurar colocar-lhe uma questão que tinha colocado ao Sr. Deputado Luís Menezes e em relação à qual não obtive resposta, uma vez que ainda estou a falar para um Deputado da maioria.
A questão é relativa ao alargamento do prazo — já fiz os considerandos há pouco, por isso não vou repeti-los.
Esta questão do alargamento do prazo para pagamento da dívida é, notoriamente, o registo de uma incapacidade de pagarmos a nossa dívida no modelo em que estava assumida. Nós consideramos que haverá mais necessidade de renegociação, mas uma vez que se assumiu este alargamento do prazo, os portugueses precisam de saber, dado que o Sr. Ministro de Estado e das Finanças e a maioria dizem agora que é criada uma folga por via deste alargamento do prazo de pagamento, como é que essa folga se vai repercutir na vida concreta dos portugueses. Ou seja, relativamente a injustas medidas de austeridades, que folgas se vão repercutir sobre os portugueses?
Julgo que é fundamental que se diga isso.
Por outro lado, Sr. Deputado, gostava de colocar uma pequena questão relativamente a esta matéria do regresso aos mercados.
Para 2013, o Governo prevê uma recessão de 1% — já todos perceberam que é uma previsão perfeitamente irrealista, porque todas as outras previsões apontam para valores bastante acima desse — e o Banco de Portugal prevê praticamente o dobro da recessão que o Governo prevê.

Ora, gostava de saber se o Sr. Deputado considera que este regresso aos mercados, que, de repente, parece que é uma porta que se abre para um milagre em Portugal (os senhores dizem que não, mas é isso que indica o vosso discurso indica), vai poder contribuir para que haja uma revisão destes níveis de recessão, que são absolutamente vergonhosos e preocupantes para o País!
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