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Início - Grupo Parlamentar - XII Legislatura - 2011/2015 - Intervenções na Ar (Escritas)
 
Intervenções na Ar (Escritas)
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28/01/2015
Reintegração do Arsenal do Alfeite na orgânica da Marinha
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Reintegração do Arsenal do Alfeite na orgânica da Marinha
- Assembleia da República, 28 de Janeiro de 2015 –

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para não cair no mesmo erro, começo, justamente, pelos cumprimentos.
Em nome do Grupo Parlamentar «Os Verdes», cumprimento todos os arsenalistas e também o Sr. Presidente da Câmara de Almada, que teve interesse em assistir a esta discussão tão relevante para o concelho de Almada.
Queria começar por dizer o que, enfim, todos sabemos. Somos um País de mar, e um País de mar não deve, nem pode, desvalorizar a sua indústria naval e não pode desvalorizar a sua capacidade de construir e de reparar navios.
Ocorre que o que temos vindo a assistir, ao longo dos anos, num caminho de desmantelamento de empresas tão significativas como os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e o Arsenal do Alfeite, deixa-nos, obviamente, uma enormíssima margem de preocupação e demonstra que os Governos não têm tido uma visão estratégica relativamente a esta matéria e à nossa ligação ao mar também por esta via.
Outra nota que gostaria de deixar prende-se com os trabalhadores do Arsenal. Todos sabemos que têm um know-how que não pode ser ignorado nem tão pouco desperdiçado. Ora, darmo-nos ao luxo de dispensar trabalhadores, seja por via da mobilidade, seja por via da pré-reforma, seja por que via for, é um erro estratégico para o País. A formação destes e de outros trabalhadores seria, na nossa perspetiva, um investimento produtivo para o País, caso se faça o que é fundamental: investir significativamente e com uma visão estratégica nesta indústria.
Também gostaria de relembrar que alguns Srs. Deputados consideravam que a empresarialização do Arsenal, a criação da «SA» e a sua integração na EMPORDEF era um mar de rosas. Diziam que vinham aí novos mercados, novos clientes, mas essa maravilha não se verificou. Normalmente, apregoa-se essa publicidade para tantos setores e depois nada se verifica assim. Ou seja, já assistimos à destruição de vários setores, em que prometeram ilusões que nunca se concretizaram. Portanto, esta é, talvez, uma advertência que aqui deixamos.
Por último, consideramos que o Arsenal do Alfeite não pode ser desligado da Marinha, ao contrário do que admitiram vários Srs. Deputados nas suas intervenções. O Arsenal nasceu para a Marinha, é especializado na Marinha, a Marinha precisa dele e é na Marinha que deve ser reintegrado.
Já agora, permitam-me uma nota muito especial para o Sr. Deputado João Rebelo: se estamos preocupados com os estatutos e até com o posicionamento ou com a situação dos trabalhadores, nada como envolver direta e profundamente os trabalhadores nas decisões. Fica o caso resolvido sempre de uma forma mais positiva.
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