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Intervenções na Ar (Escritas)
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24/07/2013
Sobre o Memorando assinado com a troica e um compromisso de salvação nacional
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Sobre o Memorando assinado com a troica e um compromisso de salvação nacional
- Assembleia da República, 24 de Julho de 2013 –

Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, disse, em resposta a perguntas anteriores, que nem tudo correu bem — assumiu-o assim.
Sr. Deputado, permita-me que lhe diga que acho que essa é uma análise muito pouco cuidada da realidade. Houve muitas, muitas, muitíssimas coisas que correram mal!
Já agora, gostava que houvesse muita clareza da parte do Sr. Deputado. Já que diz que nem tudo correu bem, o que é que, na sua perspetiva, correu, de facto, mal? Assuma, Sr. Deputado! É que eu gostava de maior clareza, porque não percebi.
Sr. Deputado, o Sr. Presidente da República pode ter dado a mão ao Governo. De resto, a preocupação do Sr. Presidente da República foi salvar esta maioria de direita, não foi salvar o País, e nós sabemo-lo. Aliás, as expetativas não eram grandes, porque estamos a falar de uma pessoa que contribuiu, em muito, com a sua própria mão para a situação em que o País se encontra.
Mas, Sr. Deputado, não peçam a confiança dos portugueses. Não peçam a confiança dos portugueses. Não é mais possível, Sr. Deputado!
O Sr. Deputado da tribuna, como, de resto, o Governo vai fazer daqui para a frente, quis dar a ideia de que vem aí um novo ciclo e que faz de conta que nada do que se passou nestes dois anos se passou efetivamente assim, vamos tentar jogar aqui com uma memória curta e fazer de conta que, a partir de agora, tudo vai ser diferente.
O Sr. Deputado sabe, só nestes dois anos, quantas vezes o Governo já tentou incutir na cabeça dos portugueses que estávamos a passar para um novo ciclo? Olhe, Sr. Deputado, todos os anos isso aconteceu!
Com certeza que não preciso de lhe lembrar, novamente, o que é que o Sr. Primeiro-Ministro disse em 2011!? Disse que 2012 era o ano da viragem. Não foi, Sr. Deputado!
Em 2012, confrontado com esse falhanço, veio dizer que em 2013 é que era o ano do crescimento. Não é, Sr. Deputado! Estamos no terceiro ano consecutivo de recessão.
E agora já diz: «Afinal, vai ser em 2014». E isto não acaba, Sr. Deputado! Aliás, o Banco de Portugal já disse que em 2014, pelo menos, da estagnação económica não vamos passar. E vamos ver se não haverá uma nova recessão!?
Sr. Deputado, diga-me, por favor: vai ou não haver um corte de 4700 milhões de euros? Porque, se o Sr. Deputado agora disser que sim, está tudo dito.
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