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Intervenções na Ar (Escritas)
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14/12/2012
Voto n.º 94/XII — De congratulação pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Voto n.º 94/XII — De congratulação pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia
- Assembleia da República, 14 de Dezembro de 2012 –

Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os Verdes querem afirmar perentoriamente que votarão contra este voto de congratulação sobre o reconhecimento da atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia por uma razão muito simples: não nos congratulamos absolutamente nada com a atribuição deste Prémio Nobel. E, afinal, Sr.ª Presidente, ao contrário do que eu própria pensava no início deste debate, estes 2 minutos vieram a revelar-se extraordinariamente importantes para a justificação do voto.
Foi curioso que, das bancadas autores do voto, a do PSD e a do CDS, mas também do próprio PS, que apoiará o voto, não se tenha ouvido uma única palavra sobre a famosa Cimeira das Lajes, onde Durão Barroso…
Os Srs. Deputados riem-se, mas não é motivo para riso, porque houve muita gente que foi morta à conta desta Cimeira. Esta Cimeira abriu a porta para que Bush, Blair, Aznar e Barroso — Barroso que recebeu o Prémio Nobel! — tivessem lançado uma brutal mentira ao mundo (lembre-se, Sr. Deputado Nuno Magalhães!) dizendo que fariam uma guerra, independentemente da gente boa ou má… Oiçam porque é importante, Srs. Deputados.
Como eu dizia Bush, Blair, Aznar e Barroso lançaram uma brutal mentira ao mundo dizendo que fariam uma guerra, porque havia, no Iraque, um montão de armas de destruição em massa, que depois se veio a revelar uma rotunda mentira para justificar uma guerra. Mas isto não vos diz nada…! Ou seja, estes senhores mentiram rotundamente ao mundo, justificando uma guerra com um argumento de que era uma absoluta mentira!
Oiça, Sr. Deputado, se vivêssemos num mundo são, estes senhores não estariam livres como estão. E estão fundamentalmente livres nas suas consciências, dormindo sossegados todos os dias quando causaram aquilo que causaram e mentiram ao mundo como mentiram.
Depois, claro, não precisamos de falar, como já aqui foi dito, de todas as outras guerras subsequentes que a União Europeia apoiou, tal como os Estados Unidos da América, cujo Presidente, Barack Obama, recebeu também o Prémio Nobel no ano passado. Isto é uma alegria, é uma descredibilização do Prémio. O Prémio Nobel deve ser atribuído quando há justificação passada, e também presente, para a sua atribuição. E, de facto, não é isso que se tem vindo a verificar.
Não nos congratulamos, mas quero dizer que desejamos e batalharemos para que a União Europeia promova paz no mundo, o que não tem acontecido até à data.
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