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02/08/2012 |
“Os Verdes” contrariam declarações do Presidente da Agência do Vale do Tua - Beleza natural do Vale do Tua e do Alto Douro Vinhateiro ainda é recuperável |
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O Partido Ecologista “Os Verdes” não pode deixar de comentar as declarações proferidas ontem à comunicação social por José Cascarejo, presidente da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, em nome Presidentes de Câmara do Vale do Tua, à saída da reunião com a Missão da Unesco que decorreu na Régua.
Para “Os Verdes”, contrariamente ao que foi afirmado “a beleza natural e selvagem do Vale do Tua”, tal como a Linha do Tua, ainda são, não só possíveis de recuperar, como é fundamental para o bem da região e do país, que isso venha a acontecer.
As obras até agora decorridas na Barragem já abriram, é verdade, algumas feridas na paisagem, e muito especialmente no Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, mas nada que não possa ser recuperado com uma intervenção paisagística menor. As zonas mais belas do Vale, nomeadamente as Fragas Más, estão ainda intactas e as zonas da plataforma de Linha atingidas podem ser recuperadas. O estado das obras da Barragem está ainda muito aquém do que estava Foz Côa, quando a decisão política de parar a construção da Barragem foi tomada.
O PEV considera ainda que as declarações exageradas proferidas ontem pelo presidente da Agência do Vale do Tua, não só ferem a verdade, como demonstram o desespero de quem se sente ameaçado pelas possíveis avaliações da Missão da Unesco e pelas declarações do Secretário de Estado da Energia, tornadas públicas por “Os Verdes”, na sequência de uma audiência realizada na passada semana, onde este assumiu que “não haveria calamidade energética no país se esta Barragem deixasse de existir”.
“Os Verdes” consideram que os Presidentes das autarquias do Vale do Tua, deveriam era estar preocupados com o não cumprimento, pela EDP, das contrapartidas e das condicionantes previstas na DIA, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade das populações. Deveriam ainda estranhar que esta empresa que se recusou (tal como obrigava a DIA) a estudar e a avaliar a possibilidade de um corredor ferroviário alternativo à Linha do Tua evocando custos demasiado elevados, não regateiem agora os gastos elevadíssimos que decorrerão da intervenção “Souto Moura”, caso a Barragem continue a avançar.
O Partido Ecologista “Os Verdes” relembra que já no Estudo de Impacto Ambiental da Barragem de Foz Tua, na parte socioeconómica, se constatava que o sentimento da grande maioria dos autarcas não correspondia ao das populações que sentiam a perda da Linha e do Vale do Tua com uma perda de identidade.