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27/01/2006 |
“OS VERDES” CRITICAM O GOVERNO PELO TEMA ESCOLHIDO PARA O DEBATE MENSAL |
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O Partido Ecologista “Os Verdes” critica o Governo pela escolha do tema da “desburocratização e simplificação administrativa” para o debate mensal com o Primeiro-Ministro, considerando que, face à realidade com que os portugueses foram confrontados no início deste ano - subida de impostos e do custo de vida, designadamente em bens essenciais como o pão ou os transportes públicos e decréscimo do poder de compra dos trabalhadores - é significativa a escolha feita pelo executivo do PS.
O Deputado ecologista, Francisco Madeira Lopes, confrontou José Sócrates durante o debate, lembrando que, a postura que o Governo tem tido, de apresentar a actual situação nacional como uma inevitabilidade a fim de procurar justificar os novos sacrifícios que permanentemente são pedidos aos portugueses, e tentar neutralizar a justa contestação social dos portugueses em defesa dos seus direitos já lhe custou duas derrotas eleitorais.
É o que tem sido feito, por exemplo, a nível da Protecção Social, em que as propostas do Governo para atender às dificuldades de sustentabilidade do sistema passam, em primeira linha, por cortar nos subsídios e nas subvenções. Por outro lado, não se cumpre a lei no que toca às transferências devidas pelo executivo à Segurança Social, para além de se pedir às famílias portuguesas que sejam ainda mais sobrecarregadas para se cumprir a bandeira eleitoral do PS – idosos com um mínimo de 300€ de pensão - ao intimar os filhos a comparticiparem na pensão dos seus pais. “Os Verdes” entendem, até por respeito aos pensionistas, que esse encargo deveria ser integralmente assumido pelo Estado.
“Os Verdes” confrontaram ainda o Primeiro-ministro com as propostas avançadas pelo Ministro do Ambiente sobre as alterações previstas para o regime da Reserva Ecológica Nacional, no sentido de flexibilizar e tornar mais célere a aprovação de construções em zonas protegidas. Quando directamente questionado sobre se essas propostas não farão perigar a salvaguarda do nosso património natural, José Sócrates nada respondeu.
“Os Verdes” consideram preocupante este silêncio do Sr. Primeiro-Ministro e alertam para o perigo da tentação de se colocar o objectivo de “um bom ambiente para o investimento e para os negócios” à frente do desígnio de conseguirmos investimento e negócios bons para o ambiente.